Wednesday, 8 June 2005

Hot, hot, hot!

Já está. Temos calor há uma semana, e já rebentam fogos por todo o lado.
Alguém ainde se deixa enganar, que, por causa de uma subida de temperatura de 10 graus, numa mata que está seca há meses, o fogo é por combustão espontânea?! É evidente, que uma boa maioria dos fogos florestais em Portugal se devem a fogo posto. E não vale a pena, como no ano passado, ir à caça dos incendiários. Bom, bom, seria que não houvesse razões para eles acenderem o fósforo.
E para isso, bastava que o estado estivesse disposto a gastar algum dinheiro - o que é precisamente a razão devida à qual não faz nada.
Passo número um: proibição de venda de madeira queimada. A madeira queimada é um negócio fantástico, para quem a compra. Tem que ser vendida rapidamente, porque senão apodrece. E como, ainda por cima, só é parcialmente aproveitável, é vendida ao desbarato. Verifique-se quem a compra, e encontrou-se um potencial incendiário. A única excepção a esta regra é o eucalipto, que é inaproveitável. Surge, portanto a pergunta: o ano passado, um dos piores em matéria de fogos florestais, quantas eucaliptais é que se viu arder? Pois é. O que é que ardeu? Pinheiro, sobreiro, etc.
O segundo passo, e aqui ter-se-ia que gastar algum dinheiro, seria a garantia, da parte do estado, de comprar esta madeira no caso de um incêndio. A preços justos.
Não havendo vantagens em incendiar florestas, este dispêndio também seria logicamente menor.
Obviamente, teria que ser obrigatória a reflorestação com a espécie queimada - onde o estado poderia também intervir. Caso contrário, o que teríamos, seriam donos de montados de sobreiro (p.ex.) a atearem fogo para plantarem eucaliptos.
Os fogos estão cá para ficar, e são inevitáveis. Mas parece-me que é razoavelmente fácil reduzi-los significativamente.

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