Friday 1 July 2005

A FIL e o Bolhão

Ontem à noite, estava eu inocentemente à espera que a SIC desse o CSI, e a meio do zapping, desporto que já me tornou detentor de um polegar poderisíssimo, travei na TVI (sim, pronto, admito). Isto porque estavam a dar uma "peça jornalística" sobre o salão a decorrer actualmente na FIL. Uma das pessoas entrevistadas era, segundo consta, uma diva do género, vinda do país vizinho (cabelo loiro (?), silicone em rodos e uma dentadura indescitível: cada dente noutra direcção do vento).
Vem isto a propósito, de já me ter várias vezes parecido, que cada vez que uma espanhola levanta a voz esta voz adopta um timbre muito próximo das vendedora de peixe. Era o caso desta, que teve que suplantar a coluna sonora de fundo.
Bom, bem vistas as coisas, e pegando num tom mais brejeiro, ela até estava a vender bacalhau.

22 Comments:

At 1/7/05 15:50, Blogger B-Good said...

é caso para dizer como o cego em frente à loja de bacalhau: "fujam, meninas, vem aí a bófia!"

 
At 1/7/05 16:07, Blogger asterisco said...

Pppphhhhhhhahahahahaha!

 
At 1/7/05 17:24, Blogger asterisco said...

Bzz:
Sem dúvida. Mas deve ser a própria língua que faz com que, de facto, as vozes femininas fiquem esganiçadas quando falam mais alto.

 
At 1/7/05 18:39, Blogger S. said...

Oube lá, mas kek tu perceves das bendedeiras do Bolhoum prás cumparares às badalhocas de Lisboua?
Mais debagar c'o andore, ó catraio, qu'isto aqui num é tudo escama do mesmo peixe!!!! Respeitinho é muito bonito e as sinhoras, porque são umas sinhoras!, do Bulhuóm merece. A bere. Ai o carago do home..., fuoooood....a-se... lham'este!!
Humpf!

 
At 1/7/05 18:45, Blogger S. said...

Agora a sério. Lisboa não é Portugal inteiro. Daí resulta que o resto de Portugal não é o tal cenário irreal e figurado a que os lisboetas muitas vezes tendem a reduzi-lo.
Quando falares do Bolhão, fala com a mesma propriedade com que falarias da Praça do Geraldes, ou da Sé de Braga ou da Ponta de Sagres.
No Mercado Bolhão, trabalham pessoas tão honradas e tão interessantes como em qualquer outra parte do país, muitas vezes até mais bem formadas do que muita gentinha que ocupa cargos de colarinho branco em edifícios cheios de janelas bonitas e ar condicionado.
Essa do Bolhão foi forte, e foi MUITO ao lado.
Considera que meteste água na blogosfera. Afinal, isto não é lido sómente pelos portugueses de Lisboa.
Desiludiste-me agora, asterisco.

 
At 1/7/05 18:46, Blogger asterisco said...

Num saoum de Lisboua, carago! Som espanhoulas, carago. E num me benham cum sutaque du noarte, c'a minha família portuguesa é d'Abeiro, cum camandro!

 
At 1/7/05 18:53, Blogger S. said...

Abeiro é sule. E eu num quero saber. Pior do que comparar as gentes do Bulhuom às p**** lisboetas, é comprá-las às p**as espanholas!!! Num gostei e amuei.
Num bolto aqui nunca mais nos próximos 5 minutos!!!

 
At 1/7/05 18:56, Blogger asterisco said...

Somente me limitei a usar o Bolhão como paralelismo das vozes, não das actividades. Se transpareceu o outro, foi inintencional. Como se nota pelo comentário anterior, a minha família todinha (pelo menos a portuguesa, que o resto é outra história) é de perto de Aveiro (Pinheiro da Bemposta, à beira da N1). Eu sou a primeira geração lisboeta, e tenho muito gosto/orgulho neste "Eixo Norte-Sul".
Além do mais, a referência ao Bolhão só foi empregue, porque tenho a impressão que é sinónimo (a nivel nacional) de mercado, venda de peixe, e pregões (e, como tal, a voz característica, um pouco esganiçada).
Mas em lado nenhum, no texto, faço uma comparação de actividades ou de carácteres. A única coisa que comparo, é o timbre de voz de uma espanhola, com o de uma vendedora de peixe.
Seja como for: se ofendi, peço desculpa.

 
At 1/7/05 19:00, Blogger S. said...

Desculpas aceites.
O "mito" do Bolhão é de geração lisboeta e completamente ignorante. A perpetuação de um esterótipo desses não pode continuar. Só isso.
E agora, se fazes favor, deixas-me desamuar devagarinho.

 
At 1/7/05 19:06, Blogger asterisco said...

Deixo. Sobretudo porque vou ter que largar isto, por hoje.
Pena ter que acabar assim.
Mas, espera lá!! Acabei de levar a primeira descascadela virtual da minha vida!!! Yesssss: always look at the bright side of life, tarum, tarum, tarum, tarum, tarum...
Já vou bem. Desamua devagarinho e, sobretudo, bem, por favor.

 
At 1/7/05 19:10, Blogger S. said...

Beijinhos em cada pontinha desse asterisco arrebitado, pronto.
Humpf... *****

 
At 1/7/05 19:31, Blogger LPC said...

As vendedeiras do Bolhão fazem realmente parte do património desta pequena grande cidade que é o Porto mas também do nosso pequeno país "à beira mar plantado"! Bibó Bulhonhe carago! :D [[]]

 
At 1/7/05 20:51, Blogger Indibiduo said...

Faço das palavras da S as minhas!

Excepto a a ultima intervenção....

 
At 1/7/05 21:29, Blogger rapaz Ω said...

Sr. Asterisco.
Fossem as peixeiras iguais à Sra. que o Sr. viu ontem na FIL pela televisão e eu tal como 90% dos portugueses passaríamos a ter mais uma tarefa doméstica:

"Querida deixa-te estar que eu vou à peixeira!"

Salvaguardei 10% dos portugueses porque com certeza o Sr. Asterisco não deve ser o único Lisboeta eunuco em Portugal.

 
At 2/7/05 03:49, Blogger S. said...

Philstar, o moço não é lisboeta, logo...coiso. Ok?

 
At 2/7/05 15:21, Blogger asterisco said...

Philstar:
volto a dizer: nunca me leste a comparar as senhoras, nem eu me atreveria a tal.
Em relação à minha ascendência, e para acabar de vez com as especulações:
a minha mãe é alemã (da Prússia Oriental, que hoje em dia é um enclave Russo ao pé da Polónia), a minha avó paterna é nascida cá, mas de pais judeus ucranianos (a primeira vaga, há cento e tal anos...) e o meu avô paterno, esse sim, é tuga, da tal terrinha Pinheiro da Bemposta, a 30 e tal quilómetros do Porto). A sul, mas ninguém é perfeito...
Pelo meio, portanto, há judeus, católicos e protestantes luteranos.

 
At 2/7/05 16:25, Blogger Rita said...

E isto tudo por causa de uma estrela porno esganiçada? Apre! Há aqui pessoal que vê asteriscos onde eles não existem, desculpem lá.

A culpa só pode ser da fernanda serrano e do BPI (cujos anúncios levam sempre, asterisco). Apesar da voz não ser esganiçada, as perucas são cada vez mais horrorosas.

- E olhe, a comé que está a caldeirada?

- Ó môri leve antes este salmonetezinho que por este preço não há em mais lado nenhum, querida.

PS: Viseu é norte?

 
At 2/7/05 17:57, Blogger asterisco said...

Salmonete, mmmmmmmm.
Fresquinho, fresquinho, grelhado com escamas e sem ser amanhado.
Viseu, visto daqui, é nortíssimo.

 
At 2/7/05 17:59, Blogger LPC said...

Meu deus! tanta complicação por causa de regionalismos... parece impossível que vivendo num país tão pequeno ainda consigámos dividi-lo (e dividir-nos) ainda mais!

[[]]

 
At 2/7/05 20:47, Blogger Oneres said...

Oh... boa noite. Não é meu interesse meter-me em seara alheia, nem criar quezilias com gente que anda cá há mais tempo do que eu nessa história de Blogosférias... como tal defendo o sr asterisco!
Acho muito boa a comparação, não pelo facto de serem percalhonas as senhoras do bolhão (são ssérias), mas porque no bolhão, como em Queluz, como no Cacém, como em Quarteira, como em Loulé, as vendedoras do mercado têm a fama (graças a deus temos tradições) de falarem alto!
Agora também critico... Quando fala uma peixeira, até gosto do que dizem (as boas, com o pregão fácil)... agora com aquelas meninas... só me ria se gemessem, e isso era por ser em altura de Jornal Nacional em que os putos tão todos a jantar com os pais!

 
At 2/7/05 21:02, Blogger asterisco said...

Abstémio:
Bem vistas as coisas, também sou novito nisto dos blogs: a sério, a sério, só comecei há 15-20 dias. Não te inibas, que assim é melhor.

 
At 3/7/05 10:59, Blogger S. said...

Vende-se pouco bacalhau no Bolhão. Vende-se mais carne, peixe, muita fruta, hortaliças, flores, cestos, e comida para pássaros. Infelizmente vende-se tudo bem menos do que se devia. Se as empregadas dos hipermercados fossem tão dedicadas como as vendedeiras do bolhão, o sr. Belmiro seria mais que rico, seria um rico homem!! :P
Ah, e Viseu, visto daqui, é Beira Alta. Centro.

 

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