Wednesday, 29 March 2006

Justificação bestialmente longa

16 Também obrigou a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a receberem certa marca na mão direita ou na testa,

17 para que ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser que tivesse a marca, que é o nome da besta ou o número do seu nome.

18 Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta, pois é número de homem. O seu número é seiscentos e sessenta e seis.
(Apocalipse 13 : 16 - 18)

Há milhares de explicações para o número 666 - começam no imperador Nero, e acabam em Bill Gates.
A teoria mais recorrente, é a de Nero. Uma das maneiras, que nos tempos do império romano eram utilizadas para codificar o nome de uma pessoa, recorria à numeração grega. Em Pompeia, por exemplo, existe a seguinte inscrição num mural: "PHILO HES ARITHMOS F.M.E." (F.M.E. = phi, my, epsilon = 545) - "Eu amo (aquela), cujo número (é) 545". Esta codificação aritmética seria quase impossível de descodificar para um estranho, mas não para os "iniciados".
Segundo isto, e tendo em mente a altura na qual o apocalipse foi escrito, e o facto de Nero ter sido o mais acérrimo perseguidor dos cristãos na altura, surgiu a teoria de que o "666" seria este imperador. Tendo receio de o nomear directamente, o autor recorreu a esta codificação: traduzindo o nome de Nero para hebraico (uma linguagem bem difundida entre a comunidade cristã dos tempos, mas não entre os romanos "normais"), teríamos NRON KSR. Sendo que os antigos hebraicos, à semelhança dos romanos, tinham um sistema numerológico baseado nas letras, a transposição disto para numeração, segundo essa correspondência, seria 50 + 200 + 6 + 50 + 100 + 60 + 200 = 666.
Claro que, ao longo dos tempos, se conseguiu aplicar isto a centenas de pessoas, consoante a conveniência: Maomé, Martinho Lutero, Napoleão e qualquer um dos Papas (ou, em alternativa, o Papado em geral).
Outra teoria gira, esta aplicada à citação sobre a "marca na mão direita ou na testa, para que ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser que tivesse a marca", é a seguinte:
em princípios dos anos '70, a IBM pediu a um funcionário seu, que desenvolvesse um código que pudesse facilmente ser utilizado na venda a retalho. Quatro anos depois, em Junho, foi passado o código de barras de uma embalagem de pastilhas Wrigley's num scanner instalado num supermercado no Ohio - foi a primeira venda recorrendo a esse sistema.
O código de barras é um sistema numerológico, transposto para um sistema de leitura óptica, que inclui, entre outras, três sequências de "marcação": princípio, meio e fim. Basicamente, são duas barrinhas fininhas, normalmente mais compridas do que as outras. Ora, se se reparar num código de barras que inclua o número 6, nota-se logo que estas barras são aparentemente iguais ao número 6:

Depois, ainda houve os que pegaram no nome do inventor: o funcionário da IBM chamava-se George J. Laurer, sendo que o "J." é de Joseph: três nomes de seis letras. E estava o caldo entornado, sobretudo juntando isso a o facto de que, hoje em dia, não se compra nem vende nada sem o código de barras. Especulativamente, o próximo passo será, de modo a evitar, por exemplo, a fraude com cartões, a codificação de cada pessoa individualmente, na testa ou na mão direita: passa-se as compras pelo scanner, seguidamente a mão direita. E estara cumprida a profecia sobre o início do fim.
Claro que isto coxeia, porque o código de barras codifica cada número em sete espaços, recorrendo, também, a espaços em branco: efectivamente, o número seis é um sequência de barra, espaço, barra e quatro espaços em branco. As sequências são, portanto, somente parecidas. Mas quem quer acreditar, arranja sempre maneira.
Pessoalmente, prefiro a explicação banal, que, na maioria das vezes, é a mais certa: expresso em numeração romana, 666 é DCLXVI, ou seja, emprega toda a numeração romana (exceptuando o M), em sentido decrescente. O autor achou que ficava bem, e era sufucientemente grande e perto do número bíblico da perfeição (777), mas inferior.
E pronto. Tudo isto para justificar a repetição do asterisco sonoro de hoje, que me apetece ouvir já há uns dias: o "The Number of the Beast", dos Iron Maiden. Apesar de toda esta desmistificação, a narração no início da canção ainda causa um certo arrepio - a voz ajuda, claro.

16 Comments:

At 29/3/06 12:42, Blogger Senador said...

E foi muito bem escolhido! Ainda esta semana estive com o DVD da tour de 2003 na mão, com uma "bestazinha" ao meu ouvido a segredar: "Compra, compra! Tu mereces!". Com muita luta lá resisti mas não sei até quando...

 
At 29/3/06 13:52, Blogger S. said...

O início deste post tb me causa arrepio. Olha, onde é que vais buscar este conhecimento todo?

 
At 29/3/06 14:26, Blogger The Crow said...

Só s m oferece dizer: Da-se!!!!!

 
At 29/3/06 15:03, Anonymous Anonymous said...

Existem várias teorias, umas mais malucas que outras, para explicar o número da besta. Às tantas, algumas até estarão certas :-P

Agora um filme sobre o tema que ainda hoje me gela os tin-tins quando o vejo é o The Omen, de 1976, com o Gregory Peck e uma lindíssima (depois doentíssima, inchadíssima e mortíssima) Lee Remick: a história de um puto que era o anti-cristo, nasceu com o 666 inscrito no cucoruto, provocou uma série de mortes espectaculares. A não perder.

Creio que houve uma sequela com o Richard Burton uns anos depois, mas sem o impacto do original. Que é, diga-se, assustador.

Pelo menos para mim foi, já que quando o vi na TV pela 1.ª vez há mais de vinte anos, naquelas sessões fora de horas, estava à espera de ver um filme com gajas nuas e apanhei com aquilo :-P

 
At 29/3/06 16:11, Blogger asterisco said...

Senador:
Por acaso, tenho uma relação estranha com concertos filmados. Ou melhor, nem é assim tão estranha: não lhes acho piada. Não tenho um único. volta e meia, se dá na TV, lá vejo durante um pouco, mas só pela música. Enfim, não me importo de ver e rever o solo de bateria dos Slipknot, em que viram o cunjunto todo de pernas para o ar, literalmente: ele acaba a tocar com a cabeça para baixo. Mas é um artifício.

S.:
Não digas. Deixa-me adivinhar: o que te cuasa arrepios, é a parte no início onde eu escrevo "Bill Gates". Certo? Hehehe.
Sei fragmentos, procuro o resto - é como qualquer um. A parte boa, é que a seguir, passo a saber.

The Crow:
O gajo que inventou o código de barras disse o mesmo.

Invisível:
Existem centenas de "explicações"; há para todos os gostos. Também vi esse filme - acho que se chama "A semente do Diabo" em português, mas não tenho a certeza.
Houve duas ou três sequelas. E vai sair uma versão nova este ano.
Não gosto muito do género, basicamente porque me borro todo. A música é fabulosamente assustadora.

 
At 29/3/06 21:39, Blogger just me said...

Diz lá, confessa, tu escreves estas coisas só para me baralhar não?????? Porra pá! Fico com os neurónios todos aos saltos. Mas numa coisa concordo contigo, existem centenas de explicações!
Quanto à música, bem, como dizer, heavy não bem o meu género! ;-)

 
At 29/3/06 23:19, Blogger bonifaceo said...

A música é naquela, não faz muito o meu género, e também não gosto muito da tonalidade da voz e também não gosto da postura nem dos desenhos deles, e ainda por cima quando aí estiveram há uns anos num festival de Verão falou-se em playback, o que é muito muito mau.
Falava-se aí de dvd's ao vivo e dizeres que não gostavas, também não gosto quando se faz muitos artifícios só porque vai ser comercializado, como os Xutos fizeram quando foi no Atlântico, com palco especial e o caneco...
Quanto ao 666... foi uma boa curiosidade, todas essas histórias e suposições.

 
At 30/3/06 08:48, Blogger asterisco said...

Just me:
Até já descobriram uma fórmula que, introduzida no Excel, define o Bill Gates como "666". Já para não falar de que o nome completo dele, depois de "aritmeticamente processado", dá esse número. Até o meu nome dá esse número: basta eu querer.
Em relação ao Heavy Metal: admito que não é consensual. Mas este disco, em particular, já entrou para a história.

Bonifaceo:
Não sabia dessa do playback, mas, francamente, custa-me a acreditar - muito, aliás.
Em relação aos DVDs, nem é por uma questão de comercialização ou semelhante: é mesmo só porque não me diz nada estar a ver um concerto na televisão - prefiro ouvi-lo, só.
De resto, o 666 dá pano para mangas: dava para encher vários livros, sem que fossem fininhos.

 
At 30/3/06 09:25, Blogger 1entre1000's said...

Tenho que dividir o meu comentario por partes...
Este berloque é assim, provoca-me logo o gosto ao dedo de teclar!!!!
Antes demais comecei a ler este post e pensei: olha temos que salvar o “asterisco”, o Dan Brown apoderou-se do berloque dele e anda pr'a aqui a postar a torto e a direito!!!! Mas depois qd apareceram os Iron Maiden pensei: prontttthhhssssssss afinal é o Sr. Asterisco com as suas...
Mas tenho que dizer esta música atormenta-me, o meu irmão mais novo passav a vida a ouvi-la de tal forma que enjoei... e qd pensava que já não havia vestigios desta sonoridade na minha simples existencia o meu sócio encontrou o cd na casa do meu pai e levou-o para nossa casa, volta e meia la se lembra e põe no leitor (culpo-o pela fuga do Zorro, o meu bico de lacre de estimação, porque estava a dar esta musica e eu defendo que o passaro se escapou, não pelo meu fraco jeito a mudar a água numa varanda de um setimo mas pela banda sonora do momento...)

 
At 30/3/06 10:22, Anonymous Anonymous said...

Mmmmm... ponderando mais uma vez sobre este artigo, acho que és o anti-cristo.
Não pode, aliás, haver qualquer dúvida, porquanto:
Um asterisco tem cinco pontas, que emergem de um ponto único: 6 pontos, portanto;
ora 6^6 dá o místico resultado de 46656 (lá estão os 3 6, vês?); subtraindo 6^3 (216), dá 46640. Se a isto retirarmos 16640, dá 30000 - que é o n.º de visitas que estás quase a atingir pá, vê lá se não te esqueces como dos últimos 10.000!

 
At 30/3/06 11:00, Blogger asterisco said...

1entre1000's:
Também já me aconteceu isso, mas foi com um papagaio de Bourke. São um pouco maiores do que um piriquito. Nunca mais vi nenhum (este, por acaso, comprei-o numa ida ao porto, vê lá tu). Por acaso, também foi numa varanda do 7º andar. Só não estava a tocar Iron Maiden.

Invisível:
Pelos meus cálculos, é bem capaz de ficar esquecido ou, pelo menos, lembrado com atraso: deve cair em cheio no fim-de-semana.
De resto, vê lá tu: tenho um nome e dois apelidos, o nome tem 5 letras, um apelido 6 e o outro 7. Adicionas e tiras a média: dá 6. Três nomes, com uma média de 6 letras. Be afraid. Be very afraid.

 
At 30/3/06 12:01, Blogger B-Good said...

As coisas que tu sabes...essa explicação que deste do teu nome só vem realçar q Lucifer te sopra ao ouvido :)

 
At 30/3/06 14:40, Blogger Senador said...

Também não vou muito à bola com concertos gravados, aliás não tenho nenhum. Mas fui ao concerto da tour de 2003 e posso dizer que foi simplesmente espectacular! O álcool ajudou um pouco... mas não explica tudo porque esse foi muito melhor que o de 2005.

Ó Bonifaceo desse concerto dos Iron não sei nada mas os que vi, 2 no total, eram bem ao vivo! E fui acompanhado de um fiel seguidor dos Iron que já vai no 5º/6º concerto que me confirma que nunca os viu em playback. No entanto se o fizeram, merecem uma panela cheia de azeite a ferver lá do outro lado quando forem desta para melhor! :)

 
At 30/3/06 21:49, Blogger asterisco said...

B-Good:
Hehehe. Eu gosto de pensar, que me sopram ao ouvido de várias direcções.

Senador:
Eu só vi uma vez os Iron Maiden: em '88, no pavilhão de Cascais. BOMBA!
Eu, francamente, também não acredito que alguma vez tivessem feito playback (vá lá, à parte as vezes que tocaram "ao vivo" num qualquer programa de TV).

 
At 7/4/06 11:10, Blogger a said...

A minha mãe foge da net como o diabo da cruz porque em numerologia www é 666! e o que te apraz dizer sobre isto?!!!

 
At 22/2/07 10:28, Anonymous Anonymous said...

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