Wednesday, 15 March 2006

Pero que las hay, las hay...


Jean-Baptiste Greuze (1725 - 1805)
"O Espelho quebrado" (1763)
56 x 46 cm; óleo sobre tela
O facto de acreditarmos em coisas, sem termos efectivamente prova da sua veracidade, é umas das coisas esquisitas em nós. Acho que é possível dizer que não existe ninguém que não tenha uma coisinha escondida, em relação à qual não seja supesticioso - quanto mais não seja, por precaução: eu, pelo menos, não sou supersticioso, mas se encontrar um trevo de quatro folhas, guardo-o - pode sempre ser verdade.
Quando Marco Polo chegou à corte de Kublai Khan, o imperador mongol que reinava sobre a China e mais alguns trocos, este quis saber, exactamente, como é que era o Deus do ocidente, e quais os rituais. A teoria dele, era a de ocupar uma fracção diária igual para todos os Deuses que conhecesse (e não eram poucos, que os exércitos dele conquistaram tudo da China até à Pérsia). Deste modo, quando morresse, a devoção dele haveria de chegar para quem quer que estivesse onde quer que ele fosse parar. Claro que não estou aqui a comparar religião com superstição, mas o princípio que eu por vezes aplico a uma superstição, é semelhante: porquê arriscar?
Tudo isto, para introduzir o asterisco sonoro para hoje, pedido pela Innocent Bystander: "Superstition", do Stevie Wonder. Ele compôs isto quando tinha 16 anos, mas "só" editou aos 21. Nada de especial, para quem já tinha estado no top de vendas, com composições próprias, aos 12. Esta canção, em particular, foi uma bomba, quando apareceu. A parte negativa, é que serviu como um dos pontos de partida para o Disco. Nada, nem ninguém, é perfeito.
Já que estamos a falar em inspirações, reparem bem no sintetizador, e depois oiçam com alguma atenção a parte electrónica no início d'"A Vida num só Dia", dos Rádio Macau. Ah, pois. As ideias boas nunca morrem. Pelo menos, bato na madeira para que não; pode ser aglomerado? Poc poc.

7 Comments:

At 15/3/06 18:52, Blogger innocent bystander said...

este sintetizador é a locura, mas eu flipo mesmo é quando entram os saxes logo depois de ele dizer «13 month old baby» e vão por aí fora. gracias de novo

 
At 16/3/06 00:12, Blogger pinky said...

deliciosa história essa do rei mongol! great music! e já agora qual é o mal do disco sound? ao menos é divertido!

 
At 16/3/06 01:24, Blogger El Gordo said...

Eu não acredito.. mas...

 
At 16/3/06 09:26, Blogger nana said...

para o caso, até a sola do sapato pode ajudar...e fazer "figas" também tem um efeito protector!!
;)

 
At 16/3/06 09:44, Blogger asterisco said...

Innocent Bystander:
Ora essa; sempre que quiseres, é só dar nas teclas, que há-de cá chegar.

Pinky:
Divertido, até pode ser. Mas era muuuiito mau, mesmo. A prova: em dez anos, quantas canções do Disco é que verdadeiramente ficaram conhecidas?

Bugs:
Exacto. Porquê arriscar?

Nana:
Lá está: eu não acredito no destino (como desígnio predeterminado de cada um), acho que a sorte é a dos audazes e que o futuro és tu que o fazes, apesar de haver um elemento de fortuitidade. Mas quem sou eu? O dententor da verdade absoluta, de certeza que não, portanto façamos lá figas. Nunca se sabe.

 
At 16/3/06 10:48, Anonymous Anonymous said...

Tanta referencia ao oriente. Continua que eu gosto!

 
At 16/3/06 14:45, Blogger asterisco said...

Edelweiss:
Olha, poizé! Nem tinha reparado: imperador da China e Rádio Macau!

 

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