Monday 13 March 2006

Nada, nickles, puto, zilch, niente


Ou seja: Zero. A invenção do Zero, é capaz de ser mais ainda importante do que a da numeração árabe. Os romanos não conheciam o Zero, e viam-se gregos para fazer contas das mais simples.
É por eles não terem o Zero, que nós falamos do século XXI, e pensamos nos anos 2000 - o século Zero, não existe em numeração romana. Havendo o zero, passaria um século, até se chegar ao século I. É um pouco como uma corrida numa pista: está-se na primeira volta, mas só se fez uma volta, depois de passar a primeira vez pela meta. É essa, também, a razão de o século XXI só ter começado na passagem de 2000 para 2001: quando se começou a contar os anos (em romano, claro está), começou-se logo pelo I. Ou seja, partiu-se do princípio que já tinha decorrido uma ano. O mesmo se aplica aos séculos, claro. Digamos que os romanos concebiam os números como sendo de transição: I é equivalente a "primeiro" (primeiro ano, p.ex.), enquanto que nós vemos a numeração como específica: 1 é 1, nem mais, nem menos.
Mas o zero também criou problemas. Quando as pessoas começaram a dividir números, chegaram a um deles: ao dividir, p.ex. 5, por um número cada vez mais baixo, o resultado é cada vez mais alto. E os matemáticos têm uma maneira porreira de se safarem, quando chegam a um problema: criam convenções. Então convencionaram, que, ao dividir um número por outro cada vez mais baixo, o resultado tenderia para o infinito. Claro que, como já tinham anteriormente convencionado que "infinito" não era um número, o resultado nunca poderia ser "infinito" (), propriamente. E então, tiveram de criar outra convenção: nunca se pode dividir um número por Zero. É matematicamente impossível. Por isso é que as calculadoras dão uma mensagem de erro, quando se introduz "2 : 0".
Para ter uma base científica para isto, criaram a prova (eles criam provas depois de criarem as convenções, é bestialmente pratico):
quando se tem uma incógnita (o famoso "x"), há um processo simples de o descobrir. Por exemplo:
6 : x = 3 - primeiro multiplica-se ambos os lados da equação por x, o que dá 6 = 3x, depois divide-se ambos os lados por 3 -
2 = x.
Se fosse aceitável que um número dividido por zero fosse (o que faria com que fosse um número "oficial", claro) , seria possível o seguinte raciocínio:
5 : 0 = . E 6 : 0 = . Até aqui, tudo bem. A coisa começa a ser complicada, quando se assume, também correctamente, segundo estes princípios, que = .
Ora, se = , então, 5 : 0 = 6 : 0. Aplicando o princípio usado para descobrir "x", mais acima, e multiplicando por zero ambos os lados da equação, teriamos, de um modo absolutamente correcto: 5 = 6.
E pronto: não se pode dividir por zero. E infinito também não pode ser um número, porque não é quantificável: por isso é que se chama infinito. Digamos que não há um infinito igual ao outro.
E porquê isto tudo? Porque tive hoje mais um exemplo de como o zero tanto pode potenciar, como pode reduzir. Quando está à esquerda, por exemplo.
E o que é que isto tudo tem a a haver vom a fotografia lá em cima, no post? É uma parvoíce: aquilo é um avião japonês da II Guerra Mundial, o Mitsubishi Zero-Sen.
"E o que é que eu tenho a haver com isso?", perguntam vocês, e muito bem. Nada. Zero, mesmo. Mas apeteceu-me.

25 Comments:

At 13/3/06 21:01, Blogger Astor said...

no inicio da guerra no pacifico era um bom caça... no final da guerra era um chasso com asas :D

 
At 13/3/06 21:13, Blogger asterisco said...

Português:
Oh diabo. Isso é mau...

Astor:
Tinha uma autonomia e um raio de viragem imbatíveis. Para o fim da guerra, o problema foi que os construiam às três pancadas (no money, no honey).

 
At 13/3/06 21:24, Anonymous Anonymous said...

A invenção do Zero!? Que disparate, pá. Há canos estou inventado, ó marreta! ;)

 
At 13/3/06 21:42, Anonymous Anonymous said...

E mais te digo que se pode dividir comigo, sim senhor. Não dá erro nenhum.

 
At 13/3/06 21:59, Blogger asterisco said...

Zero:
EU SABIA! EU SABIA QUE NÃO IAS RESISTIR!!!!!
Por aqui, podes vir dividir à vontade, que não só é possível, como o resultado é maior.
Um abraço.

 
At 13/3/06 22:22, Anonymous Anonymous said...

Ahaha... tens-me por garantido? Vê lá!

 
At 14/3/06 09:31, Blogger asterisco said...

Zero:
Por garantido, não. Mas neste caso, funcionou.

 
At 14/3/06 13:49, Blogger Unknown said...

Zerada =D

 
At 14/3/06 15:38, Blogger asterisco said...

Exdruxulando:
Exprimi-me mal. Claro que não se partiu do princípio que tinha passado um ano, mas sim que se estava no primeiro ano. Tanto que, um pouco mais adiante, refiro que os romanos viam a numeração como um processo em transito (na primeira volta da corrida), enquanto que nós o vemos como um processo preciso (só na passagem da meta). Visto de um modo rigoroso, a culpa foi de quem fez a transposição da numeração romana para a árabe: devia logo ali ter recuado uma unidade.

BB:
Isso é lá possível...

 
At 14/3/06 15:56, Blogger just me said...

Porra! Vocês baralham-me!!!!!!

 
At 14/3/06 16:29, Blogger asterisco said...

Just me:
Hahahaha - acontece-me o mesmo!!!

 
At 15/3/06 09:35, Blogger S. said...

Perdi-me ali logo na equação... mas tb estou a ler isto às nove da matina... zzz ...zzzero!... Oh, cheguei lá!
Bom dia, asterisco!

 
At 15/3/06 10:05, Blogger asterisco said...

S.:
Muito bom dia, para ti também! Que te corra ∞mente bem.

 
At 15/3/06 16:38, Blogger asterisco said...

Afonso:
Respondo-te com outra, possivelmente derivada ao meu estado de cansaço mental, que esta semana tem sido lixada:
Hã?

 
At 16/3/06 09:59, Blogger asterisco said...

Afonso:
Estou a considerar, não teres o coco no sítio, mas dou-te mais uma hipótese, que estou meio baralhado: explica-me lá o raciocínio, que fiquei com curiosidade.

 
At 16/3/06 16:21, Blogger asterisco said...

Afonso:
Ah, bom. É que não tinha percebido que o "." era uma multiplicação! Culpa minha, portanto.
A tua questão responde-se facilmente:
A ausência de "não cocos", não é igual à presença de cocos, só o PODE ser. Isto, porque tu somente defines "tudo que não seja coco". No entanto, não dizes que tens cocos. Imagina que estás numa ilha, onde não existem cocos: "a ausência de tudo que não seja coco" é, efectivamente e neste caso, nada. Se a ilha tiver cocos, no entanto, "a ausência de tudo que não seja cocos" são, de facto, cocos. Ou seja: "não cocos", pode querer dizer duas coisas: cocos ou nada. Ou seja: se a ilha tiver cocos, a tua multiplicação elimina tudo que não o seja, e podes rezar para que passe um barco, porque vais passar a comer daquilo até ao fim da tua vida (que se preveria curta, por sinal). Se a ilha não tiver cocos, e tu multiplicares tudo por zero, não vais ter a hipótese, sequer, de enjoares de coco.
No entanto, todo este raciocínio é completamente inútil, porque ao contemplares multiplicar por zero, estás, indirectamente a admitir que não tens nada para multiplicar.

 
At 16/3/06 21:22, Blogger asterisco said...

Afonso:
Lá está: tudo depende do sítio, e se ele tem cocos ou não. E não: se multiplicares por zero o copo meio cheio, tens um copo vazio. Só o tens meio vazio, se o multiplicares por 1.
No caso do teu exemplo, ficas com cocos, porque é a única coisa que não multiplicas por zero, mas que fica como está.
Eu não bano ninguém, pá. Mas da próxima vez quer nos virmos, levas uns calcuços.

 
At 17/3/06 01:00, Blogger ups said...

O zero é fixe!

 
At 17/3/06 09:23, Blogger asterisco said...

ups:
Depende do sítio. Pode ser, pode não ser.

 
At 18/3/06 22:22, Blogger ups said...

Sim, à direita quantos mais melhor (no euromilhões)!

E o zero também é fundamental para programadores. Deixa de haver o "primeiro" para existir o .."zeroth" ??? É estranho que ainda nao tenham inventado um termo para isto!

 
At 20/3/06 10:33, Blogger asterisco said...

ups:
É o que eu dizia no início do post: o conceito de "zero" é capaz de ser mais importante, no cômputo geral, do que a introdução da numeração árabe.

 
At 24/3/06 15:18, Blogger a said...

E apeteceu-te mt bem! já viste o resultado?!!! Beijocas

 
At 24/3/06 19:51, Blogger asterisco said...

Enquanto eu não volto:
Hehehe. Acho que o resultado TENDE para o Zero.

 
At 1/2/07 03:00, Anonymous Anonymous said...

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At 16/2/07 00:13, Anonymous Anonymous said...

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