Abortos

CDS-PP defende criação do "dia nacional da criança por nascer"
O CDS-PP propôs hoje a criação de um "dia mundial da criança por nascer", com o objectivo de sensibilizar a opinião pública para a necessidade de o Estado dar "protecção legal à vida humana e intra-uterina".

Foi com esta notícia que o dia de ontem foi abrilhantado. Não comentei nada ontem, porque primeiro me quis certificar que eles tinham mesmo sugerido esta parvoíce. Mas foi verdade. Eles disseram-no. Talvez ninguém tenha explicado àquelas alminhas, que os dias mundiais não são para defender uma posição. Um dia mundial serve para chamar a atenção a problemas sérios: a SIDA, a deflorestação, a guerra, o ambiente, a discriminação racial, a liberdade da imprensa. Serve para se homenagear um grupo de pessoas, como os bombeiros, as mães, as crianças, os emigrantes (sim: é no dia 18 de Dezembro) ou, em termos mais latos, a população mundial (11 de Junho). Servem, também, para chamar a atenção para a preservação de bens culturais: a lingua materna, o livro, a poesia.
Mas, definitivamente, não servem para defender uma posição de um grupo de pessoas. Muito menos, uma posição defendida com base num pressuposto religioso.
Desde que foi relegado para a oposição, o CDS-PP avançou com uma ideia: esta. Não lhe ouvi nada sobre os problemas da economia, da saúde ou do ensino. Somente esta pérola. Pérola que não foi criada num longo processo de expulsão de impurezas, mas sim numa digestão rápida. Do intestino grosso directamente para o cérebro ou para o que lá esteja.