Sunday, 5 June 2005

Pero, que las hay, las hay.

Depois de há uns tempos a "Newsweek" ter sido obrigada a retractar-se de um artigo que afirmava que alguns elementos do exército americano tinham recorrido à profanção de Alcorões em Guantanamo, como uma forma de obter confissões dos prisioneiros, o Pantágono admitiu, agora, ter havido casos desses. Cinco, para ser mais preciso. Foram, no entanto, acidentes.
Segundo este documento, num caso, a explicação para a existência de um Alcorão urinado, é que um guarda (no exterior do edifício) estava aflito, deixou o seu posto e (o bronco!) foi mijar muito perto de uma conduta de ventilação. O produto entrou nesta, e foi levado até à cela de um prisioneiro. Uma vez chegado aí, depositou-se no livro e no ocupante. Carago! Que sistema de ventilação bestial eles têm! Ouvi dizer, que os prisioneiros têm que andar com Parkas, daqueles preparados para a Antártida, tal é o vento.
Noutro caso, admitiram ter aparecido um prisioneiro, cujo livro sagrado tinha sido inscrito com duas palavaras injuriosas (aceitam-se apostas, eu cá digo que é "Fuck you"). Não se sabe o que aconteceu ao certo, mas é afirmado, que provavelmente terá sido o próprio prisioneiro. Tipo: já vos lixo.
Ora bem, nenhuma pessoa minimamente religiosa profana os seus textos sagrados. Eu não conheço ninguém que escreveria "Foda-se" numa bíblia. Nem a brincar. Eu não o faria, e não sou particulamente crente. Custa-me a acreditar, que uma pessoa que está presa por, alegadamente, ter pertencido a um grupo militar conhecido pelas suas convicções religiosas, o tenha feito.
O estranho, é que o exército americano acha que nós vamos acreditar no que eles dizem. Mas a da conduta de ventilação é fantástica. Alguém, ali, tem potencial.


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