Thursday 22 December 2005

QI


Há uns tempos atrás, tomou-se a iniciativa de medir o QI de mulheres e homens célebres, com base em todos os dados disponíveis. A lista dos dez primeiros ficou ordenada assim:
  1. John Stuart Mill
  2. Johann Wolfgang Goethe
  3. Gottfried Wilhelm Leibnitz
  4. Hiug de Groot (Hugo Grotius)
  5. Thomas Macaulay
  6. Jeremy Bentham
  7. Blaise Pascal
  8. Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling
  9. Wilhelm Haller
  10. Samuel Taylor Coleridge
Esta é uma curta biografia da infância do primeiro classificado (que viveu entre 1806 e 1873), tal como descrita por Dietrich Schwanitz, no seu livro "Cultura - Tudo o que é preciso saber" (Dom Quixote, 2004). Já agora: vale a pena ler o livro.
Aos três anos, ele leu as fábulas de Esopo na sua versão original, depois a Anabase de Xenofonte, assim como Heródoto, Diógenes Laércio, Luciano e Isócrates. Aos sete anos leu os primeiro diálogos de Platão e começou, sob a supervisão do seu pai, o estudo da aritmética. Para se recompor, leu a tradução de Plutarco e a Histório de Inglaterra de Hume. Aos oito anos começou a ensinar latim aos seus irmão mais novos e, deste modo, leu Virgílio, Tito Lívio, Ovídio, Terêncio, Cícero, Horácio, Salustro e Ático, ao passo que prosseguia ao mesmo tempo o estudo dos clássicos gregos Aristófanes, Tucídides, Demóstenes, Esquines, Lísias, Teócrito, Anacreonte, Dionísio, Políbio e Aristóteles. A área do conhecimento que mais o interessava era a história, sendo que ele prório, a título de um «útil entretenimento», escreveu uma História da Holanda e uma História Constitucional Romana. Tirando Shakespeare, Milton, Goldsmith e Gray, as suas leituras não foram de cariz literário. De entre os seus contemporâneos, apenas tomou nota de Walter Scott. Como maior divertimento da sua infância, ele designa a ciência experimental. Mal tinha completado onze anos, iniciou o estudo da Lógica e da Filosofia. Aos treze anos fez um curso completo de economia política. O seu pai era amigo dos economistas Adam Smith e Ricardo, mas antes de poder ler as obras destes, o pai dava-lhe uma lição durante o passeio de cada dia, que Mill tinha de reproduzir por escrito e sob uma forma clara e precisa. Só depois deste exercício, ele podia ler Ricardo e Smith por sua parte, entretendo-se a refutar Smith, que na opinião de Mill pecava por superficialidade, com Ricardo. Aos quatroze anos, Mill viajou até Montpellier e aí estudou Química, Zoologia, Matemática, Lógica e Metafísica. Depois do seu regresso tornou-se um adepto de Jeremy Bentham e fundou com o seu pai o periódico The Westminster Review, devido a cuja influência ele se tornou um dos intelectuais mais proeminentes da Inglaterra. A superioridade da sua inteligência também se manifesta no facto de ter sido ele quem escreveu um dos primeiros livros sobre o movimento das mulheres: The Subjection of Women.
Eu, há altura em que me sinto um completo atrasado mental. Vocês não?

10 Comments:

At 22/12/05 15:22, Blogger asterisco said...

Objectivo:
Ena, uma vítima fresquinha da blogosfera!
Bem-vindo ao cantinho da pontuação traiçoeira.
Já viste? Ler grego aos três anos? Eu mal sabia pedir colo em português...

 
At 22/12/05 16:29, Blogger asterisco said...

Penso Rápido:
Mas ção pôcas.

 
At 22/12/05 20:08, Blogger asterisco said...

Pontinha:
Acho que no tempo dele ainda não havia tanta distracção. Por isso é que não se arranja génios hoje em dia; estão demasiadamente distraídos nos anos de formação...
Já agora: "Metefísica"? Escoregou-te o dedo para a imaginação, foi? Hehehe...

 
At 22/12/05 21:11, Blogger papu said...

Eu cá também, mas falando cá do fundo, ainda bem que sou. Uma ganda de uma atrasada mental! ;)
(que horror, ler grego aos 3 anos... aos 11 anos começar a dar aulas, li bem? E brincar, e essas coisas próprias da infância? Ah pois, esqueci-me, naquela época ainda ninguém tinha ouvido falar na infância...)

Olha, eu prefiro assim: QI nulo, mas joelhos esfolados, nariz ranhoso e cabelo despenteado!

 
At 22/12/05 21:32, Blogger asterisco said...

Papu:
De facto, nessa altura ainda não se tinha ouvido falar de infância. Possivelmente, se o tipo tivesse nascido hoje em dia, ter-lhe iam diagnosticado uma doença do foro psicológico qualquer. Mas seja como fôr, é impressionante.

 
At 23/12/05 08:39, Blogger vitornev said...

"Mãe! Desculpe discordar consigo, mas o leite não possui a temperatura suficiente para estimular minhas glândulas salivares e incentivar assim a minha produção proteínica necessária para continuar ler "Xenofonte"
...
Arst!! esse menino era um "freak"!!!!!

 
At 23/12/05 08:49, Blogger just me said...

Cacete! Então não? É que é uma constante! PEnsar que ou eu sou muito burra ou os outros é que são muito estupidos!
Este gajo é que não era normal! Estou com a Papu, nada como uns joelhos esfolados e narizes ranhosos para aproveitarmos a infância!

 
At 23/12/05 09:22, Blogger asterisco said...

Anus Nimous & Just me:
Bem vistas as coisas, aquela infância até pode ter sido o melhor que lhe aconteceu. Já viram o desespero que é hoje em dia ter uma criança sobredotada (que era, de certezinha absoluta, o caso dele)? Se formos ver que isto de passou há quase duzentos anos, é obra: o pai dele limitou-se a nunca deixar de estimular o intelecto da criança (não a obrigou, de certeza: ninguém consegue obrigar uma criança de três anos a ler grego), e chegou até a refreá-lo e a estimulá-lo doutras maneiras.

 
At 23/12/05 09:52, Blogger 1entre1000's said...

Olhem nem sei que comente porque tudo me vai soar, a palavras de uma inegrumena ignorante... Fónix, o catraio era demais!!!!!

 
At 23/12/05 13:20, Blogger asterisco said...

1 entre 1000's:
Não sabias o que comentar, mas acabou por sair-te bem, fónix!

 

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