R.I.P.
Nos últimos 20 anos, um dos meus rituais de fim-de-semana (todos não, claro, mas sempre que possível, sendo que há uns tempos só era possível quando tinha a cheta para o fazer e hoje em dia tenho de ter o tempo), era comprar "O Independente" à sexta-feira e o "Expresso" ("Espesso", como lhe chamo carinhosamente) ao Sábado.
Às sextas, ficava a saber das notícias que poderiam rebentar, e um semana depois, ao Sábado, ficava a saber quais, de facto, se confirmavam - as coisas complementavam-se, com "O Independente" numa toada de jornalismo de investigação puro e duro, e o "Expesso" numa de informação factual.
Durante vinte anos, "O Independente", algumas vezes mal, mas mais vezes bem, expôs situações, que, de outra maneira, não teriam visto a luz do dia. Desde ministros que se despediram até empresas públicas que se reestruturaram, muitas coisas neste país aconteceram por causa da agressividade jornalística (por vezes exagerada, admito) d"O Independente".
Depois tinha as caricaturas do Cid, sempre na mouche, a pôr o dedo na ferida.
Hoje, pela última vez, vou repetir o ritual de fim-de-semana. "O Independente" foi-se. Tinha tantas dívidas acumuladas, que nem por um miserável Euro arranjou um comprador interessado em investir nele.
Faltavam 5 edições para chegar às 1000.
Para o fim-de-semana,um sonzinho de Fryderyk Chopin. Fica bem assinalada, a data.
3 Comments:
É, de facto, uma grande perda! Só uma coisa, faltavam 45 números para o 1000.
Bom fim de semana!!!
Just me:
É isso. Depois também dei por isso. Não sei porque fiquei com a ideia que eram 5.
Gostei das discrições, de certa forma, não com a vertente de ritual partilho a da tua opinião... ;)
Post a Comment
<< Home