Friday, 7 November 2003

Bonecos da publicidade

De há uns tempos para cá, o Carrefour no Brasil tem vindo a fazer uma campanha, cuja figura de proa é o Ronaldo. Não tem o cú a haver com as calças, mas é Ronaldo que compra trens de cozinha, iogurte e tampões, e tudo, claro está, no Carrefour. Ele que até está em Espanha. Depois apareceu a Sonae, através da sua cadeia de Hipers no Brasil, cujo nome agora não me lembro. A campanha, essa sim, lembro-me: aparece a mulher do Ronaldo, a dizer: "Lá em casa, quem faz as compras, sou eu." Moral da história: nem sempre o mais conhecido dá a melhor camapanha. Não basta uma pessoa ser célebre, para fazer sentido ligá-la a uma empresa / produto. Também tem que fazer sentido. Está-se mesmo a ver o Figo a palmilhar Madrid inteira para ir pôr gasolina na Galp, não?

Como é que isto aconteceu?

O indescritível José Castelo Branco e a sua mulher, Betty Grafstein, foram apanhados no aeroporto de Lisboa com 2.000.000 de Euros em joias colocados no nécessaire do bicho, quando iam a sair pela zona destinada às pessoas que nada têm a declarar. A Lili Caneças, outra indescritível, ao saber disse, e cito:
"(...) há anos que eles negoceiam joias e a Betty até já fez exposições públicas de joias em Portugal. Não podem ter feito isto com intenção."
Estou mesmo a ver o José, na casa de banho (não, desculpem, ele não tem casa de banho, tem toilette), a falar com a Betty, que está no quarto: "Olhe, querida, vou pôr estas coisas aqui no meu nécessaire, para arrumar, está bem? Quando voltarmos a New York da próxima vez, logo se vê o que fazemos." E a Betty, que já tem alguns 200 anos, está surda que nem uma porta, e cujo aparelho audivo não é daqueles dinamarqueses todos XPTO que até fazem umas bicas, retorquia "Está bem, está bem". Não que tenha ouvido, mas o José ainda é o único gajo que dorme com ela, e então acena-se a tudo, mesmo que não se perceba nada. E depois, ao fazer as malas, lá vai o malfadado nécessaire parar à bagagem. E ele que só queria arrumar dois milhões de joias em Euros, que estavam por lá.

Falhas

Ontem, 6 de Novembro, coloquei o meu primeiro post. Dizia:
"Estreia hoje o Matrix Revolutions a nível mundial, bem como o post do "asterisco". Já os lixei."
Infelizmente, devido à minha actual ineptitude nestas coisas, apaguei-o. Não que ele valha muita coisa, era mais pelos comentários, colocados pelo Ponto e pela Vírgula, que, fique aqui para toda a eternidade (isto se eu não voltar a fazer merda...), foram os primeiros a ler e a reagir a este blog. A eles, em particular, peço desculpas.

Morte Súbita Progenitora ou Como é possível?

Há já muitos anos que tenho uma dúvida. Como é que no universo disneyiano só existem sobrinhos e tios? Em Patópolis, por exemplo, o Donald (D.) tem três sobrinhos. A Margarida (M.) tem os mesmos três sobrinhos. O D. bem queria ter outra coisa em comum com a M., de preferência que implicasse suor e penas a voar. Portanto, e sabendo desta aspiração, será que os sobrinhos do D. tratam a M. por tia à falta de melhor, como é ridiculamente comum? Não. Porque o D. tem um tio (Patinhas), que, se não fosse também tio genuino da M., ela não teria necessidade nenhuma de tratar por tio.
Portanto: o Patinhas é tio de toda a gente. O D. é primo da M. e do Gastão. Estes, por sua vez, são todos tios das crianças, que vivem à guarda do D. O único que é normal neste molho de bróculos, é o Patacôncio: rico, solteiro, sem família. Nada de confusões.
Depois, adensa-se ainda mais o mistério: todos eles têm a avó que mora no campo. Onde é que estão os pais? Eu tenho uma teoria.
Em Patópolis existe um virus, que aniquila os pais, mal eles se o tornam. Do género: "Parabéns minha senhora é um rapaz tragam o aparelho de massagens cardíacas esqueçam lá é tarde de mais.". Isto explica a inexistência dos progenitores. Por isso é que a M. está sempre a dar a nega ao D. e ao Gastão. Quem é que quer ir desta para melhor por causa de um pato? Então como é que eles lá estão? Simples. A resposta está na avózinha.
Há muitos, muitos anos, ela teve um arraial de filhos e filhas. Como morava no campo, o virus não a atacou, por causa de umas linhas de alta-tensão, cujas emissões electro-magnéticas impediam um ataque viral. Não impediram o cancro do cérebro que a está a minar, mas isso já é outra história. O marido dela, morreu ao testar a nova ceifeira-debulhadora. A última coisa que ele disse foi: "Manual de instruções? Isso é para patos."
Os filhos e filhas foram todos para a cidade, onde acabaram, mas não sem ter filhos. Uma representante feminina, especialmente resistente, ainda conseguiu ter gémeos triplos, depois de um tratamento de fertilidade. Não era muito esperta.
Mas esta teoria tem falhas. Onde é que se encaixa o Patinhas? Porque é que é o D. toma sozinho conta dos sobrinhos? Não há divisão de tarefas?
Existe outra teoria. Por sinal (oh! espanto!) da minha autoria. É mais conspirativa, e surgiu-me devido ao mito / facto de os animadores da Disney inserirem frames menos católicos nos filmes para crianças, do tipo Pinóquio sem roupa a correr pelo prado verdejante, Pocahontas a depilar as axilas ou Corcunda de Nôtre-Dame a acariciar o sino do si-bemol. O mentor deles foi Walt Disney, que veladamente, recriou Sodoma e Gomorra. Retirou as referências que evitariam que os livros fossem para todas as audiências, e pronto. Entre cada livrinho aos quadrados, aquilo é todos com todos. E, para disfarçar, passa tudo a tio. Na verdade, o Luisinho é pai da Margarida. Não souberam isto por mim.
Outro dia, tropecei num arquivo do arquivo secreto do FBI (torci o tonozelo e bati com o nariz na esquina duma secretária - gajas com tantos ossos deviam ser proibidas), que prova isto. Em 1951 (uma Quinta-feira, para ser mais preciso), o Rato Mickey pediu ao Walt Disney para este o separar da Minnie, ao que este ripostou "You must be fucking crazy" - "No, I'm fucking Daisy".


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