Friday 22 July 2005

80-77-BS

Esta é a matrícula do filho duma grandessíssima senhora encostada a um prédio que ontem me bateu na mota e partiu o pára-lamas. Depois saiu do carro, olhou para a mota, e pirou-se. Para azar dele, foi visto. Ainda para mais, é possível descobrir o proprietário e a morada deste, indo com a matrícula à DGV. É uma carrinha branca.
Vou-lhe cair em cima que nem uma tonelada de tijolos. Uma semana, para ele achar que se safou, e depois recebe uma cartita registada no correio. A partir daí, o céu é o limite.
Hell hath no fury like a biker scorned.
Há três anos, na véspera de ir para férias, mandei um tralho por causa duns putos que acharam giro espalhar pregos numa curva - tive que comprar uma carenagem nova e fiquei semi-amarrotado. Desta vez, sai-me um animal destes na rifa.
Vou ter uma semana de férias para redigir a cartita. Já estou a mandar pinotes.
Ah, pois: isto, por aqui, vai ficar parado durante 9 dias, até segunda a oito - vou-me treinar nos dois passatempos favoritos do homem luso: coçar o saco e jogar bilhar de bolso (apesar de não o ser a 100%, aquela réstea de tuga que reside em mim é brutal).
Vou sentir a falta disto, que já me habituei. A gente lê-se daqui a uma semana. Um bom fim-de-semana para todos.

Thursday 21 July 2005

Falarei, até mais não

Uma posta, mal passada, feita à pressa, só para dizer que mandei algo. Agora só quero é ir para casa.
Apareceu um aqui, outro nas músicas de ontem e mais um na de hoje. É uma invasão, e quem estiver minimamente com atenção sabe do que eu falo. É só falatório.

Wednesday 20 July 2005

E vão duas

Desta vez, Monty Python.
A primeira, porque prometi uma musiquinha que desse outra perspectiva, a segunda porque sim. De resto, outro dia como ontem: este deve ser o único post hoje.

Tuesday 19 July 2005

Olha, outro dia destes...

Hoje é definitivamente um dia no qual não vou poder mandar postas, portanto fica aqui somente uma musiquinha nova.
Não é a minha favorita do Zappa, mas é seguramente das mais audíveis. Já para não falar na letra; hilariante.
S.: avisa o D.A.!!

Monday 18 July 2005

Yes, yes, yessss


Amanhã 'tou doente.

Férias

O Silva hoje está particularmente contente. Após um ano a "aturar aquelas bestas do escritório", hoje é o último dia de trabalho, antes das férias. Quinze-dias-quinze! À saída do escritório ("Centelha & Hadidi, Lda., Ar condicionado e frigorífico - Se manda brasa, não é nosso"), até consegue ganhar coragem para mandar um piropo à Dona Lurdes, recepcionista, com uma fronha que parece que conhece como único tratamento facial a repetida inserção numa Moulinex um-dois-três: "Só vou é sentir falta da sua carinha laroca!" - "Ai senhor Silva, sempre tão galante. Se eu não fosse já comprometida..." - "Se não fosse comprometida eu teria que competir com tantos pretendentes, que nem sei se conseguia!" o que provoca um encadear da senhora Lurdes comparável ao farol do Bugio, sobretudo pelo facto de ser um aviso à navegação.
Apanha o autocarro para casa, que hoje não trouxe a viatura; ontem já estava a ser cuidadosamente atulhada com o recheio da casa. Chegado à Picheleira, a casa do Sr. Silva está numa lufa-lufa: a Sra. Felismina, sogra ("raio da velha, que nunca mais estica") está a ver a novela, porque os bicos de papagaio já não lhe permitem andar muito, a Sra. Etelvina dispara de um lado para o outro, tanto quanto os bem distribuidos 104,5 quilos lhe permitem, a tentar não se esquecer de nada; O José Francisco, 9 anos, foi instruido para juntar as coisas que quer levar, e está afanosamente a tentar amarrotar os Action Mans na mochila, enquanto que o irmão, o José Leonardo (14 anos) está a tentar infiltrar as "Ginas" (que fanou no quiosque do Sr. Américo e que lhe põem as hormonas a disparar por todo o lado) no carro, sem que ninguém veja.
O Sr. Silva fica moderadamente contente com o progresso das arrumações: já só falta a poltrona favorita dele, o frigorífico, e a televisão. Mão atrás das costas, dá uma volta de inspecção ao Citroën AX, que já está à beira do colapso ("Porreiras, estas barras de tejadilho que o "Mãozinhas" me arranjou"). Um pontapé em cada roda, para confirmar a pressão ("Impéc!"), abre o capot para "verificar os níveis", mas esquece-se de o travar, o que resulta num violento embate na nuca, seguido de mais violência, desta vez verbal. Bate violentamente, claro, com o capot, e começa a mandar instruções a toda a gente, que agora ficou irritado:
"Anda lá, ó mulher, que assim nunca mais chegamos ao parque de campismo! Ó Zé Leo, que merda é que tu levas aí? Mazuqué isto?! Que porcaria é esta?! Dá cá isso, que fica con-fis-ca-do. Que porcaria.... Ó Chiquinho! Então a tua mochila?! Já tens os bonecos?! Palavra de honra, nunca pensei que o puto fosse brincar com bonecas, vamos lá a ver vamos... Ó minha sogra! Vamos lá a entrar no carro, que a senhora tem que entrar primeiro para lhe podermos pôr a poltrona ao colo! Vá vá toquem lá a mexer!!"
Meia hoa depois, com todos já instalados, o Sr. Silva dá uma vista de olhos pela casa, "não vá a mulher se ter esquecido de alguma coisa". Tranca tudo, dá mais uma volta ao bólide, acompanhada de pontapés de reverificação dos pneus ("Estes Mabores são uma pinta, qual Gudiér, qual cabaça!"), confirma que as cordas que prendem metade do recheio da casa ao tecto do carro estão bem esticadas e instala-se ao volante. Começa aqui o processo das últimas verificações: duas guinadas violentas do volante para a esquerda, seguido de duas para a direita, para "verificar a folga da direcção", pisca para a esquerda, pisca para a direita, duas coquinadas com os dedos no velocímetro ("não vá isto prender" - sábias palavras), liga o carro, manda duas pisadelas no acelerador ("é o cabo do acelerador, tem que se acamar") e estabiliza as rotações nas 4000, para aquecer o motor, o que faz disparar o alarme de poluição nos Bombeiros Voluntários de Cabo Ruivo, que, chegados ao local constatam, tal como no ano anterior, que se tinham esquecido da tradicional partida da família Silva para as férias.
O Sr. Silva, entretanto, já praticamente esqueceu a pancada na nuca, e já só pensa nos gloriosos 15 dias que vai passar no parque de campismo de Monsanto, onde tem uma roulotte há quinze anos, num espacinho só dele. Antes, porém, é necessário lá chegar, e o bólide familiar já não é o que era. Bem vistas as coisas, nunca foi, mas enfim. Ao fim de hora e meia, que a média é de 6-8 quilómetro horários, chega a primeira etapa: uma bucha, na Praça de Espanha. A Dona Etelvina estende o lençol, e começa a distribiur afanosamente as iguarias pela superfície, enquanto o Sr. Silva manda três chapadas ao "mai´novo", para ver se não fica "complemantente amaricado, o raio do miúdo". Após meia dúzia de pastéis de bacalhau, dez croquetes e quatro sandes mistas, regadas com uma boa parte do conteúdo do garrafão, o Sr. Silva ordena a trupe toda de volta ao automóvel, atira com a poltrona para o colo "da velhota", dá uma volta ao carro (4 pontapés, tudo "Impéc! Os Mabores são do caraças!") senta-se e dá início às verificações da praxe. Pelo meio, obriga a toda a gente a saír, que se esqueceu de verificar a suspensão: carrega violentamente em cada um dos quatro cantos do carro, o que o faz baloiçar perigosamente. Instala-se tudo de novo e atira com a poltrona na velha (o que, devido em parte ao estado semi-ébrio no qual já se encontra, lhe dá um gozo bestial).
A viatura familiar , nesta etapa, é obrigada a demonstrar todas as suas qualidades, porque chega à subida da autoestrada, o que lá consegue dominar, mas demora 45 minutos. O Sr. Silva farta-se de elogiar os Mabores, que "qualquer outra merda estangeira..." - "Olha como falas, Alberto, olhas os miúdos!" - "...não m'interrompas quandotou a falar! Qualquer merda estrangeira patinava por aqui que era uma beleza! E só me custaram 60 Órós!".
Chegado ao cimo da subida, mais por obra e graça de Deus do que do exausto 1.1 debaixo do capot, já se avista a cerca do parque.
Já o Sr. Silva se imagina no Parque, quando, a seguir à curva à direita, é mandado parar por um bigode da GNR. Baixa o vidro; "Ora muito boa tarde, os documentos fáchavor." - "Sr. Alberto Silva, não é? Isto está assim um pouco sobrecarragadozito, não?" "Ó Sr. Agente.." "Agente não, Guarda!" "Sissenhor guarda, é só até aqui ao parque de campismo..." "O senhor ingeriu alcoól?" "Nem pense, sôguarda, não faço disso, só bebi um bocadito, sabe, os pastéis estavam um pouco sequitos, sabe como é que é..." "Bom, sopre lá aqui, força, força, força, 'tá bom... olhe que vou ter que o autuar!" "Vá lá, que ainda pensei que me fosse dar uma multa...". Quinze minutos depois, ainda sem saber porque é que afinal tinha levado com uma multa "'Tava-se mesmo a ver que o gajo andava à caça das multas! E ainda me ficou com os cinco Óros que deixo sempre entre o papéis do carro, que eu não sou parvo!" "Ó pai, mas se levaste uma multa e ficaste sem eles, foste um pouco parvo!", o que é seguido de um violento e repetido movimento em leque do braço do Sr. Silva para as traseiras do bólide, atingindo todos os três ocupantes, e lançando a poltrona, que o João Francisco lhe tinha retirado, para a aliviar um pouco, de volta ao colo da sogra.
Chegados ao local de férias, o Sr. Silva ordena todos para fora do carro, a toque de caixa, que ainda se vai ter que montar o avançado da roulotte. Num último esforço ainda consegue subir ao pinheiro vizinho, para aí instalar a parabólica, que vai dar a bola na Sport TV às nove. Depois colapsa debaixo do pinheiro, não sem antes ter ido à casa de banho, estudar o material previamente confiscado.
Começaram oficialmente as férias da família Silva.

Bitle alterado

Enquanto não aparece aqui algo congerminado por mim, aproveitem uma versão negra (enfim, cinza-chumbo) do Imagine do John Lennon, da autoria de uma das melhores bandas a aparecerem nos últimos anos, A Perfect Circle, o projecto paralalo do vocalista dos Tool (outra das melhores da actualidade).

Friday 15 July 2005

Um grande

Um grande para todos vocês, e a malta lê-se na segunda.

É hoje, é hoje, é hoje!


E é meu, meu, e só meu!
Há gajos que nunca crescem.

Será que é desta?

A barulheira entre de novo em testes, com uma cançãozinha apropriada para o fim-de-semana.
Para os que estão a fingir que fazem qualquer coisa de produtiva no trabalho, não activei o arranque automático, portanto têm de clicar no "play" da barrinha.
Amandem-me com um fio-de-béck (eu já testei em Mac e PC, no Firefox e no Internet Explorer, e consegui sempre, mas nunca se sabe).
Até gastei dinheiro num servidor, para o serviço não bloquear ao 5º download.
E digam lá que nunca vos dei nada...

Wednesday 13 July 2005

Malucos...

Tenho aqui um coleguinha, que é maluquinho, maluquinho, maluquinho por bola, mais precisamente pelo Benfica. Ele jurou que se o Benfica este ano for campeão europeu (devido à vinda de um qualquer jogador): "...venho trabalhar todo nú.". Também lhe disse: "Epá, foda-se Rodrigo. Se fazes promessas, ao menos faz alguma que a gente goste de ver!"

Avanço tecnológico III

Após alguma expectoração, seguida e antecedida de violentas pancadas no peito, o "Mãozinhas" e o Quim Manel lá conseguiram evitar, a muito custo, que o "Torniquete" accionasse a manivela da janela, de modo a expelir o produto. Acto que lhes custou cinco calduços, três chapadas e cinco xutos. Teria sido pior, não fosse um novo comunicado: "Aqui Cacilhas para Camões I, escuto.", prontamente respondido pelo capitão com "Rrrrrááááááá...ptu! Qu'é qu' foi, caneco?". O posto de comando aconselhava a que os nossos intrépidos heróis desacoplassem o "Adamastor", para assim poderem voltar para a Terra no "Camões I". Isto devolveu logo novo alento ao "Torniquete", que, após entrar no módulo lunar para ir sacar o maço de tabaco, o Bic, a Nossa Senhora de Fátima (brilha no escuro, com caixa de música) e o cachecol de Portugal (o Quim Manel queria deixá-lo na Lua, o que motivou o Torniquete a lhe madar quatro estalos nas orelhas, o que até teria funcionado, não estivessem os dois de capacete - "Se és homem, tiras já essa merda!"), decidiu atacar a zona de acoplamento com um malho de 45 quilos. Terminada esta fase, começou-se a notar a falta de eficácia do sistema de filtragem do ar, que tinha sido palmado ao Sr. Eng. Sousa Teles (ao qual foi cobrado um filtro novo para o ar condicionado do seu Volvo). Sobretudo porque já tinha chegado a altura de encher o bandulho, porque o três chegaram ao acordo de "se a malta lá em casa descobre que andamos a chupar um tubinho, 'tamos fritos". Evidentemente, o odor coporal dos três, exponenciado pelo queijinho de Nisa, o vinho a martelo, os coiratos e as sandes de torresmos, já para não falar no facto de o "Torniquete" ter posto os calos a arejar logo no início da viagem, tornaram as inalações penosas, mesmo para três veteranos odoríferos deste calibre. Numa primeira instância, adveio algum conforto pelo facto de acenderem uns cigarritos, mas às tantas os gases misturados na atmosfera tornaram-se voláteis, o que provocou uma ligeira explosão (que fez lembrar os flashes "photográficos"), chamuscando as patilhas do Quim Manel, o bigode do "Mãozinhas" e o carpélio do "Torniquete", que já se tinha posto mais à vontade. Acabou por ser a razão, aliás, pela qual desistiram de ligar o Camping Gaz, para preparar a janta e assar o chouriço.
Seja como for, também, nesta altura já a nave espacial ia a meio do regresso, tendo deixado para trás tudo menos a cápsula de sobrevivência, única peça do conjunto a regressar à terra, e aptamente baptizada de "Sereia", nome considerado por todos os intervenientes "um pouco apaneleirado".
Tratava-se agora de acertar na entrada na atmosfera, o que necessitava de uma nova correcção da rota e o "Torniquete", que nestas coisas já era um veterano, e também por via das dúvidas, desta vez mandou um soco ao "Mãozinhas", que resvalou no leme, tendo alcançado um desvio de 4 graus, o que fez com que fosse considerado o vencedor naquele particular. Era pretendido um de 2 graus, mas assim, segundo Cacilhas pelo menos, em vez de amararem algures entre Madagáscar e a Índia, iriam parar para os lados das Maldivas, o que não incomodou ninguém. Aliás, o "Torniquete" foi motivado a declarar que era "um génio, foda-se".
Houve um novo momento de frisson, quando a "Sereia" foi engolida pela atmosfera terrestre, e o "Mãozinhas" decidiu que se devia abrir a janela, que isto "está um calor, que parecia a costa da Caparica", mas o facto de as labaredas que penetraram no habitáculo lhe obliterarem o capacho, fez com que, posteriormente, achasse que até nem tinha sido muito boa ideia.
Foi enquanto se fazia notar ruidosamente o esforço dos três tripulantes em deslocar os pedaços dos torresmos que se tinham alojado entre os molares (recorrendo a uma combinação milenar, dominada apenas por um punhado de verdadeiros lusos, de palito, língua e vácuo forçado), que Cacilhas os aconselhou a sentarem-se de novo, porque se aproximava a amaragem - pelo menos era o que se esperava, porque nesta altura as coisas já se calculavam à mão, devido ao facto de as pilhas da Casio do Sr. Eng. Curto terem pifado, e o radar da Portela também já não era o que em tempos fora.
De facto, dez minutos depois, já a "Sereia" boiava junto à costa da Papua-Nova Guiné, enquanto a fragata "Barbatana de Chaputa", da Marinha Portuguesa se fazia ao mar, após terem finalmente conseguido recolher todos os marinheiros dos vários bares no Cais do Sodré e arrancado o capitão dos braços de uma certa Natasha Dayleva, na estalagem Barata d'Ouro (águas correntes, bichos idem-idem-aspas-aspas, aceitam-se todas as formas de pagamento).
No centro de comando de Cacilhas festejava-se, sobretudo porque os engenheiros estrangeiros tinham declarado que nunca tinham visto nada igual, o que foi entendido como uma declaração de derrota.
O "Mãozinhas" e o Quim Manel até aprenderam a nadar, quando receberam um telex de parabéns, a declarar que seria a primeira de muitas e que em equipa vencedora não se mexia.

Sons

Estou a avançar na minha pesquisa sobre barulhos no blog.
Para a Miss Caipira, fica aqui uma nota: a razão pela qual não oiço a música no teu blog, é que o tag "bgsound" é exclusivo do Internet Explorer - os outros browsers não o lêem.

Tuesday 12 July 2005

Avanço tecnológico II

E assim partiram os nossos três heróis, em direcção à Lua. Após o disparo dos motores, ainda se aguentaram à bronca. O "Mãozinhas" ainda se ouviu sussurrar "Epá ganda máquina isto acelera melhor do que a minha Famel", mas depois também sucumbiu à aceleração. Os Walkie Talkies também só tinham um alcance de 2 quilómetros (promoção do Modelo / Continente: "leve dois, pague um", e agora, que até não se paga o IVA, foi levá-los às pázadas).
O primeiro a acordar foi o "Torniquete", que rapidamente tratou de acordar os colegas à força de suaves mas bem colocadas pancadinhas na mioleira. De seguida, levantou-se para, nas suas palavras, "ir largar barro", levando consigo o Record e a Bola, o que os outro levaram a mal, mas ainda estavam doridos, portanto não disseram nada.
Sempre lhes deu algum tempo para estudar os manuais de instruções do "Camões I", que não tinha havido tempo, sobretudo porque a fotocopiadora de serviço tinha avariado na sexta-feira e, claro, técnico, nem vê-lo. Por esta altura, a nave chegou àquele ponto de equilíbrio no qual a gravidade da Terra é anulada pela da Lua, e rapidamente foram distraidos pelo facto de as sandes de torresmos e os TetraBricks de "Uva da Parra" ficarem em navegação autónoma. O "Torniquete" estava a ter um ataque de nervos, porque tinha acabado de puxar o autoclismo, e aquilo tudo era demais, mesmo para um tipo com mãos do tamanho de uma página A4.
Resolvido o estrago (é uma maneira de o dizer...), chegaram à conclusão que o "Torniquete" tinha recorrido ao carregamento inteiro de papel higiénico, o que o fez declarar, como chefe das operações, que "é dar-lhe gás, que agora só se caga na Lua e quem não o fizer é bom que tenha um bom par de bochechas, que eu não quero cá merdas!", o que foi interpretado como, bem vistas as coisas, até bem dito.
A duas horas da chegada à Lua, o centro de operações na Terra, emitiu um comunicado: "Aqui Cacilhas para Camões I. Vão ter que fazer uma correcção na trajectória de 1,4 graus para estibordo. Óveranáute.". Após descodificada a mensagem, foram feitos os cálculos pelo Quim Manel, que, de desviar tanta canalização, já sabia tudo: "Ora bem, o vinhito tem 14 graus, mama-se um décimo, pronto, fica corrigido. Agora isto de estibordo..." - o "Mãozinhas", lá resolveu a coisa, ao reparar que o leme estava etiquetado "estibordo - centro - bombordo". Colocou-se o Quim Manel onde dizia estibordo, deitou-se-lhe um decilitrozito pela goela, e já está. Esta solução, tida como "brilhante cumó caralho" pelo "Torniquete", foi, no entanto, mal vista pelo centro de operações, que avisou que ainda estavam desviados. À falta de melhor, o "Torniquete" mandou um soquete no Quim Manel, que resvalou no leme, originando a notícia de que, segundo Cacilhas "...está tudo bem. Óveranáute.".
Tiraram à sorte quem ficaria no "Camões I" e quem se iria sentar no módulo lunar "Adamastor". Ganhou o Quim Manel, com um olho azul e o "Torniquete", incólume.
"Arre que esta merda é apertada", mas lá se instalaram, prontos para a segunda parte da sua aventura. Precisamente às 16.43, hora de algum lado na Terra, de certeza absoluta, separaram-se do foguetão, em direcção à Lua. Chegados à Lua, voltaram para trás, que se tinham esquecido dos capacetes e "já me disseram que aquela merda é só pó, um gajo sem capacete nem consegue respirar.". À segunda lá foi de vez. O "Torniquete" abre a porta do "Adamastor" e desce as escadas, proferindo as palavras, imediatamente declaradas imortais por si próprio: "Este é um pequeno passo para um homem, que com este fato um gajo tropeça por qualquer merda.".
Uma vez em solo lunar ("Nem a cave da Dona Etelvina, onde lhe desentupi a fossa ainda a semana passada, era tanta pedra e pó. Deviam falara com a empregada, ai se deviam, que isto é uma badalhoquice."), começaram a instalar toda a aparelhagem científica. Análise do solo para o cultivo da batata, prospecção de volfrâmio para mandar vir a malta da mina da Panasqueira, incidência do Sol, para ver se a uva fica com muito grau ou não, medição de vento, para ver se se pode instalar um gerador eólico, enfim, as coisas do costume.
Finalmente, montaram o "Nau Catrineta", o veículo de locomoção lunar, concebido e construido pela Metalomecânica "Unidos da Picheleira", Lda. Quatro rodas (até ao chão), spoiler dianteiro e traseiro, escape "Remus", farolins tipo "Lexus" e baquets "Recaro". Um brinco. Inicialmente, o motor 1.0 quitado, tirado do Corsa da mulher do Jóni "Pisco", estava um pouco renitente, mas após o "Mãozinhas" aconselhar via rádio "umas porradas no cárter", a coisa lá andou.
Por esta altura, o "Torniquete" já se queria ir embora, que o SG Filtro que ele acendera antes de pôr o capacete já ia no que lhe dava o nome e ele esquecera-se que, depois de posto, o capacete já não o deixava deitar fora a beata. Vá lá, que pelo meio ainda se lembraram de deixar uma bandeira de Portugal, das que tinham sobrado do EURO 2004: em plástico, cores nacionais de um lado, "TMN" do outro. Treparam para o "Adamastor" tiraram os capacetes, sendo que o do "Torniquete" largou uma nuvem expessa, acompanhada das palavras vindas de algures na bruma "Até a Lua já 'tá toda cagada. O ar 'tá um nojo.".
Pouco depois já iam ao encontro do "Camões I" e após duas ou três tentativas falhadas de prender as duas naves uma à outra, lá acoplaram. Tendo em conta que era o "Mãozinhas" responsável pelas tentativas falhadas, isso despertou logo o humor de finíssimo recorte do "Torniquete" que declarou alto e bom som, que "com essa pontaria a tua mulher deve 'tar a precisar que eu lhe dê umas voltinhas, ó caralho!", após o que colapsou emitindo grunhidos passíveis de serem interpretadas como gargalhadas alarves.
Mantém-se as perpectivas já avançadas anteriormente para a chegada à Terra, sendo que Cacilhas acaba de anunciar, que "definitivamente excluimos a zona entre a Berlenga Grande, a Berlenga Pequena e Peniche para a amaragem, porque já estão marés vivas e já não há ferries, e quem é que os ia buscar, que com esta coisa das marés vivas não se brinca.".

É a fingir...

Para ouvir o barulho, é fazer clique no link da direita (tecla do rato direita para PC, clicar e deixar o dedo para Mac), e mandar abrir o link numa janela nova. Depois é só fazer de conta que está a dar aqui...

Adiamentos

Oficialmente, suspendi a coluna sonora que poderia invadir o blog. Recebi três conselhos de código html para fazer barulho (obrigado, seja como for), mas tive sempre algum problema (normalmente ficava bem, mas ao 2º "reload" já não dava). Vou estudar a coisa em casa, para ver se resolvo o problema.
Portanto: Asteriscos sonoros, temporariamente suspensos, e vamos lá a ver...

Avanço tecnológico I

Chegou o grande dia! Após anos de lobbying, estudos científicos, pareceres técnicos e muito, muito dinheiro a passar debaixo das mesas (que se desmultiplicou, porque com o aparecimento do Euro teve de se destrocar), finalmente está pronto: o primeiro fogetão português a visitar a Lua!
O "Camões I" demorou anos a planear e foi minuciosamente estudado. Foi construido numa semana e meia, que o lançamento já se aproximava. Tudo foi previsto: tubinhos de comida - à americana, mas com o toque luso: dobrada à Trás-os-Montes, caldo verde, bacalhau à lagareiro, pudim flã; cadeiras reclináveis, para uma sonecazita; aparelhagem sonora com gerador próprio, que é para se poder ouvir a cassete pirata com o característico "tatatatatatatatata" de fundo; tablier com dispensador de palitos e trocos para as portagens; aviso de radar da bófia. Um mimo; uma montra de tecnologia somente possível em Portugal.
Eis que chegam os astronautas:
Quim Manel, canalizador e "biscates ao fim-de-semana": era para ser um informático, mas chegou-se à conclusão que para fazer "off-on" era um exagero, e dava mais jeito um tipo que soubesse arranjar a sanita.
Tony " O Mãozinhas", mecânico: franzino, bigode farfalhudo, mãos e unhas retintas, caixa de ferramentas sempre presente ("Ninguém mexe no meu material, senão racho-o ao meio!"). Responsável pela propulsão. Seja como for, já avisou que se algo se avariar, devem ser os segmentos, e que depois logo se vê se não se tem que mandar vir a peça.
Manecos "O Torniquete" Silvão: o chefe de operações, estivador e segurança em part-time. Foi escolhido para manter a malta nos bicos dos pés. Recordista mundial de distribuição de calduços. Grande motivador.
Cá vão eles, a subir a torre, depois a rampa. A torre de lançamanto saiu um pouco baixa (construiu-se antes do foguetão, ainda não havia as medidas certas). Demoram um pouco, porque aquilo ainda é inclinado, são uns 30 metros, não havia muita madeira e tem umas zonas mais difíceis. Além de que aqueles fatos pesam e os farnéis também não são por dá cá aquela palha.
Enquanto eles sobem, deitemos uma vista de olhos sobre a assistência: lá está o pai de família, sentado na cadeira desdobrável, camisa de mangas à cava, a comer ums pastéis de bacalhau ("Ó Felismina! Estes pastelitos 'tão um bocadito enzeitados!" - "Cala-te lá, homem, que ao preço que as coisas andam, tens sorte em ainda ter alguma coisa para comer!" - "Ah, pois, ah pois! Farta-se um gajo de trabalhar para tu andares aí a esbanjar o dinheiro e nem sequer uma buchazita decente consigo comer... Ó Carlos Alberto! Deixa a senhora! Raio do miúdo! Olhá lá, queres que eu te chegue, hã? Anda já pr'áqui! Ainde te moo à porrada!" - "Deixó miudo, que ele tem que se mexer!"), bom, adiante; ali está... um tipo com um porco?! Ele há cada uma... Mais à frente, o senhor Aleixo, que se arrastou do tasco, onde agora passa a reforma, para "Ver isto, que não perdia isto por nada no mundo. É grande, o camandro. Mas olhe que no meu tempo, a gente também tinha uns bonitos. E aquilo quando explodia, ai que lindo que era. Tantas cores. Agora não, metem tudo num, que é para dar menos trabalho. Aquilo era uma arte, meu senhor! U-ma-ar-te!".
Bom, os astronautas já chegaram ao topo. Mas o que é que se passa? O Manecos já está a distribuir soquetes à esquerda e à direita, e agora é o Quim Manel que desce a rampa, a toque de caixa. Ah, esqueceram-se das chaves. Mais um compassozito de espera, que ao subir enfiou o pé num dos buracos. Abre-se a porta, e entram no habitáculo. Um último aceno, "O Mãozinhas" faz um manguito para o Sr. Dr. Meirelles, que ficou com o carro por arranjar, e os nossos heróis desaparecem.
Já se começa a ouvir a contagem decrescente, proveniente de potentes altifalantes que o PCP foi obrigado a desmontar dos carros: "...5 - 4 - 3 - 2 - 1 - ZERO! ZÉ-ROO! ZÉÉÉÉ-ROOOOO! Atão foda-se, caralho: fogo à peça! Puta que pariu!". Abre-se a porta, aparece o "Torniquete". Uma avaria, é o sistema eléctrico. Um técnico que vá lá arranjar, mas não se encontra nenhum. É fim-de-semana, e como estava bom tempo e o estado cortou nas horas extraordinárias, foram a banhos. Lá se arranja um, que estava na assistência. Como veio com a "furgoneta", até trouxe as ferramentas. Sobe, lentamente a rampa, entra. Meia hora de compasso de espera, volta a aparecer: "Ó amigo, isto, aqui, não dá para arranjar. Vou ter quer levar para a loja.". Vê-se a mão do "Torniquete", a "motivar" repetidamente, e o técnico lá acede a remendar a caixa de fusíveis "Mas olhe que se acontecer alguma coisa, não me responsabilizo.".
Finalmente, já está. Sob fortes aplausos da assistência, o perito desce a rampa, e a porta do "Camões I" fecha-se. ".... 5 - 4 - 3 - 2 - 1 - ZERO! ...ah, foda-se, 'tava a ver que não!". Com um rugir impressionante, decorrente dos 143 motores turbodiesel confiscados à AutoEuropa, o "Camões I" eleva-se lentamente. Ao fim de meia hora, já não se vê. As pessoas começam a dispersar; o Cabo Espichel drena-se da mole humana que, durante esta manhã solarenga, o invadiu. Vão algo decepcionadas: "Vê lá tu, que aquela merda até nem explodiu!".
Brevemente far-se-à o relato da alunagem do módulo lunar "Adamastor" e do primeiro homem português na lua (pelo menos, efectivamente...). Seja como fôr, espera-se a cápsula "Sereia" de volta à Terra, algures no Atlântico, eventualmente no Índico, entre o dia 15 e o dia 30 de Novembro, a tempo do almoço, se não chover.

Monday 11 July 2005

A volta

Sonoramente, fica aqui a homenagem aos "ciquelistas" da Volta à França.

Os porcos, e o outro também

Devido a ameaças da parte dos meus coleguinhas (que leram o post sobre a falta de inspiração), hoje estou tramado de trabalho, não sei se vai haver algum post decente. No entanto, como a S. já comentou, dou-vos música (obrigado, Sérgio).
O porco ameaçou acabar, portanto a coisa é séria.

Friday 8 July 2005

Ai as abreviaturas

Bom fds, fds.

O post renitente

E pronto, chegou aquele dia temido, no qual nada aparece, tudo foge. O dono do blog tenta tudo para escrever algo, e nada. A seguir à hora do almoço, já está lixado e de mau humor. Começa a provocar os colegas de trabalho, que estão a todo o gás, para compensarem os dias que ele passa às voltas com o blog. Pode ser que dê uma história.
Primeiro atira com umas bolinhas de papel, recorrendo a uma bic. Acerta no decote da estagiária (o que era razoavelmente fácil, porque fora um dos atributos para a sua contratação), o que lhe dá direito a levar com uma cadeira (rotativa, seis rodas, mecanismo a gás, com braços) na focinheira.
Depois põe-se atrás de outro, a largar comentários "Epá, isso assim não dá" - "Porque é que não pões isso a vermelho?", mas rapidamente desiste, quando lhe pedem delicadamente para ele ir "montar um ganda porco".
Já em desepero de causa, decide fazer uma visita ao director financeiro (grande desespero de causa), para lhe dizer que afinal, aquelas facturas que tinha prometido, não lhas vai poder entregar. Isto, por sua vez, despoleta um complicado mecanismo de e-mails, memorandos e ameaças físicas. A coisa deixa de ter piada, quando ele é forçado a mastigar quatro livros de cheques empresariais (com químico) e o director financeiro é evacuado de ambulância para tratamentos de choques.
Abalado, mas não derrotado, ainde que mais desesperado, decide fazer um post sem história, sensorial. Olha pela janela, "hmm, podia falar sobre a vista..." - "naaaaaaa". Pois claro, um post olfactivo! Descalça o téne (porque é assim, tal e qual sande), pega na meia, ganha coragem, e toca de deixar-se invadir por um mundo de novas sensações, que o blog espera. Acorda, meia hora depois, a sangrar da nuca, porque o armário não é feito de papel. O olfacto já era, e o cérebro nem chegou a registrar as sensações. Houve um shutdown do sistema, devido a uma pico de input.
Neste momento, a vida do herói da história está assim:
  • duas rodas de cadeira firmemente implantadas na testa (consola-se com o facto de não serem cornos, mas mal sabe ele da missa a metade);
  • um colega de trabalho a segurar um porco, que grunhe de expectativa (rosadinho, com chicha q.b. - o dono do blog sente-se tentado);
  • um eco irritante de tudo que ele diz, porque as folhas de papel químico que teve que engolir já estão a fazer das suas;
  • o olfacto destruído;
  • a nuca a sangrar;
  • um pé descalço;
  • um post por escrever.
Meia hora depois, o porco já a fumar o cigarrito pós-coital, o blogger deseperado ainda anda às voltas do blog, agora em pé, porque o suino lhe deu as voltas a ele, e a coisa não se passou bem como o colega tinha tão delicadamente sugerido.
De repente, um flash: "Vou escrever que nada sei! Se o outro ficou famoso com essa, e não tinha net, quem sou eu!" Arranja um rectângulo, com boas proporções, dá-lhe uma moldura, que é para se destacar do fundo, arranja um título recorrendo a toda a sua sabedoria linguística (mas esquece-se de pôr "Oooooink") e escreve qualquer coisa sobre nada.
Vai para casa, de orgulho algo amachucado, mas não irremediavelmente destruido, a coxear e com um andar ligeiramente arqueado. A trinta metro de casa, é colhido pelo 35, conduzido pelo irmão do director financeiro. As últimas palavras são: "A S. vai-se queixar que não posto nada."

Thursday 7 July 2005

Nada, ziltch, zip, niente, nix, zero


Algum dia, tinha que ser. Fiz o save de três drafts, mas nada presta. Hoje estou em branco.

Wednesday 6 July 2005

Reino da Paz Cem Águas

Olhó post coltural!!
O senhor chamava-se Friedensreich Hundertwasser, e criou, entre outras coisas, a casa Hundertwasser, que vêem aqui ao centro, em Viena. O primeiro é um típico quadro dele, e o da direita é uma capa dos P.I.L. (Public Image Limited - grupo do ex-Sex Pistol John Lydon - a.k.a. Johnny Rotten), inspirada no trabalho dele. Vale a pena ir aqui, e ler/ver um pouco mais. E, uma vez em Viena, é obrigatório ir visitar a casa.

P.S.: O título deste Post, é o nome (pseudónimo) dele, traduzido para português. G'anda maluco.

O mundo vai ficar melhor

Estou muito contente, por os países do G8 irem debater (e parece que aprovar) a eliminação da dívida aos países mais pobres. Agora é que os governantes daqueles países, tudo gente bem-formada e a trabalhar dia-sim-dia-sim para o bem do seu povo, vão poder distribuir algum bem-estar.

A si próprios, à família, aos apoiantes, aos amigos, ao...

Tuesday 5 July 2005

Há quanto tempo andam?


Enquanto escrevia o post anterior, aumentou mais um pouco a minha auto-estima.
Isto é como um namoro: no início, ainda se contam as semanas, depois os meses. Espero que as minhas contagens também se comecem a espacejar cada vez mais.

Pessoas com "h" grande

A Miss Caipirinha passou por uma experiência, que me inspirou para um post. Era para ser um comentário, mas ficou um pouco longo demais, e já não tive coragem de o pôr lá. Seja como for, obrigado pela inspiração.

Coisas terminantemente vedadas a homens:
  1. Cremes (uma vénia, Caipirinha). Excepção feita ao Viscogel, e só em certas circunstâncias;
  2. Homens (menos o DiCaprio, que aquilo é uma gaja);
  3. Néctares de fruta, como já foi mencionado num comentário à Caipirinha. Homens comem a fruta da árvore, sem lavar, com bicho. Se possível, a fugir do fruticultor;
  4. Slips. Homens têm que ter espaço para badalar os badalos e, se for caso disso, poder enrolar com alguma liberdade;
  5. Camisas interiores. É o primeiro passo para rapar os pelos;
  6. Máquinas de barbear eléctricas. O máximo que é permitido, são Gilettes de 2 lâminas. Idealmente, queima-se a barba com um maçarico, de três em três dias;
  7. Bálsamo after shave. Na melhor das hipóteses, after shave (mas com álcool);
  8. Sandálias ou chanatos de enfiar o pé. Se tiver que ser, poderá usar um sapato de vela, e mesmo assim... Idealmente, compra no AKI botas de obra, com a biqueira reforçada com uma calota de aço;
  9. Telemóveis 3G. Um homem que se preze, devia andar com telemóveis de primeira geração, daqueles que eram uma mala. Seja como for, nunca se compara o tamanho e o peso dos telemóveis, a não ser que seja para comprar o mais bajolo;
  10. Ar condicionado. Quando muito, uma ventoinha, e apontada para o escroto;
  11. Anéis. Nem sequer a aliança. Depois é vê-los, a brincarem com os dedos. O melhor é nem cair na tentação;
  12. Scooters. Homens ou andam com uma Mitsubishi Strakkar, ou então, se for em duas rodas, qualquer bicho com mais de 1000 centímetros cúbicos e escape aberto;
  13. Desodorizante. Um homem que se preze não inibe a testosterona de voar em todas as direcções;
  14. Jazz e qualquer música que não dê para acompanhar com uma caneca e um prato de coiratos;
  15. Tirar um curso superior que não implique maquinaria pesada ou operações de coração aberto. O pior de tudo, pior do que professor, contabilista ou gestor, é médico ginecologista;
  16. Pegar em CDs pelo buraco. Pegam-se como se fossem um frisbee. Quando ficam sujos e já não tocam, limpa-se com uma escarradela bem colocada e uma passagem da camisa;
  17. Já agora: lançar frisbees na praia. Na praia, só se faz as seguintes coisas: correr pelo mar adentro como se estivesse a 30 graus, jogar futebol em cima das pessoas (se a bola cair em cima de alguém, ainda antes que esse diga algo, lançar um ameaçador "O qu'é qu' foi, ó"), adormecer ao sol (sem creme!!), intercalar pelo menos um "foda-se", "caralho" ou "puta que pariu" em todas as frases (fora da praia, pode-se usar só uma vez cada 10-15 minutos), elogiar alto e bom som as gajas boas, gozar alto e bom som as gajas feias (cuidado que as gajas feias com mamas grandes são gajas boas!);
  18. Cozinhar. ainda é aceitável um homem que faça feijoada ou dobrada à transmontana, tripas à moda do Porto, ou que abra uma lagosta ao meio, desde que seja de um golpe, com o canivete que usa para limpar as unhas. Mas tem sempre que saber como se faz bem tudo. Só não o faz;
  19. Já que estamos neste tema: comida estrangeira, ou qualquer outra comida que não meta pelo menos uma parte do porco que só nós temos coragem de comer. Exceptuam-se aqui o Eisbein, o Haggis, o osso bucco e narinas de boi à Nairobi;
  20. Cerveja com carica de abertura fácil. Na melhor das hipóteses, usa um tira-cápsulas. Idealmente, os dentes. Ou então parte-se o gargalo e despeja-se assim;
  21. Tocar à porta. Se for um prédio muito alto poderá tocar, mas tem que responder "sou eu, pá", antecedido de um "Ó caralho" . Se for um prédio baixo, vai para o carro, buzina repetidamente durante 1-2 minutos, e depois vai para a porta insultar o/a potencial hóspede até ele/ela aparecer à janela. Aí pode suavizar o discurso e lançar um "Abre-me lá a merda da porta, ó meu ganda cabrão!". No caso do prédio alto, também pode ir para o carro buzinar, só para não parecer mal;
  22. Cartões de visita. Um homem introduz-se de duas maneiras: ou recita o nome completo (no caso de ser um desconhecido), ou então usa a resposta do ponto anterior;
  23. Preliminares. Se ela precisa de preliminares, então o melhor é o homem repensar toda a sua estratégia antecedente. Homem a sério suscita receptividade ao fim de 15-20 minutos no máximo, e despacha a coisa em 5, que há mais peixe no mar;
  24. Shots, caipirinhas, e todas as bebidas que utilizem copos pequenos ou palhinhas. Excepções feitas ao bagaço, aguardente, amêndoa amarga, enfim, qualquer coisa que possa constituir o mata-bicho matinal. A medida mínima é sempre o copo de três. Whisky, quando tem que ser, bebe-se de um copo baixo, cheio até pelo menos três quartos e sem gelo nem águas: o pior de tudo é qualquer coisa que meta água tónica ou água Castello. Vinho, só se for do garrafão, lá da terra. E tem que ser tinto, ou pelo menos um verde tinto, para acompanhar o leitão. Mas então tem que se arrotar;
  25. Suspensórios ou cintos. Um homem deve ser suficientemente homem para um par de calças não conseguir descer abaixo do que interessa;
  26. Pantufas. Não dão jeito para cortar as unhas dos pés na sala;
  27. Palitos. Ao contrário do que se possa pensar, um homem não usa palitos. Um homem é autosuficiente: usa a língua e uma sofisticada técnica de vácuo (e os sons a ela associados) para deslocar qualquer pedaço do pica-pau que se tenha alojado onde não devia;
  28. Mastigar de boca fechada. Toda a gente sabe que o verdadeiro sabor de uma açorda de cação à alentejana só se desenvolve quando é amplamente remexida. Portanto, quanto mais abrir a mastigadeira, melhor fica. Acima de tudo, um homem é um gourmet;
  29. Ter um blog. E agora, aqui, ferrei-me.

Monday 4 July 2005

Money, it´s a gas...

A Gotinha lamentou-se do estado do seu mealheiro, por causa dos impostos.
A mim mandaram-me outras versão, mais deprimente:

"Quando o Governo não tem juízo,
O povo é que paga,
O povo é que paga,
Deixó pagar, deixó pagar, deixó pagar..."
Obrigado, Sérgio.

Estado de bem II

Francamente, quando atirei com esta posta para a grelha, já calculava que iria aparecer a questão da adopção nos comentários (que os espanhóis, por sinal, também legalizaram). Também acho que deveria ser legalizada, apesar de me fazer um pouco de confusão. Mas nunca disse que era livre de preconceitos...
Os argumentos contra a legalização, são suposições e efabulações.
As únicas certezas que há, é que uma criança inserida numa família que a deseja, se dá melhor do que uma outra numa família que a rejeite ou negligencie. Há o risco de uma criança educada por duas mulheres se tornar gay por isso? Talvez. E talvez até seja um risco maior do que numa família "normal". Mas advém daí algum mal? Há de ser, possivelmente, um homosexual equilibrado, com sentido de justiça e a cabeça no lugar. Se se aceita homosexuais como seres humanos iguais a qualquer outro, argumentar que a adopção por casais unisexuais é má, porque a criança se poderá tornar homosexual devido ao facto de considerar isso normal, é um contra-senso. Não faz mal os pais serem, mas deve-se evitar que a criança se torne?
Voltamos ao "Animal Farm": Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que os outros.

Anuversário

Peço perdão, mas não resisto à piada fácil:
A Casa Pia celebrou ontem 225 ânus.

Estado de bem

Estava há uns dias a ver a reportagem sobre a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em Espanha, mais precisamente o plenário do parlamento, na altura em que foi aprovada a lei.
Via-se pessoas nas galerias e na rua a abraçarem-se, beijarem-se e chorarem, e nenhuma delas o fazia por desgosto ou raiva ou medo.
Ontem atravessou-se-me o seguinte pela cabeça (e lá ficou): se um estado é, como gostam de se autoproclamar, uma pessoa de bem, e se for possível dar felicidade a um grupo de pessoas sem prejudicar outro, então não deverá um estado optar sempre por essa solução? Sendo que essa solução poderá chocar alguém, mas propriamente prejudicar, não prejudica nada.
Ou é o estado o tutor legal de uma certa moral, ainda que não aceite em todos os casos por toda a gente?

SEXpresso

Quem este fim-de-semana leu o Expresso, mais particularmente a revista, viu o que na minha opinião é um dos melhores exemplos de design editorial existentes. O artigo sobre a pornografia é das coisas mais bem feitas, que alguma vez vi. A capacidade de não cair na tentação de escarrapachar uma dezena de fotografias de mânfios a babarem-se para cima do silicone de uma qualquer starlet de pernas abertas, e de ilustrar tudo somente recorrendo a texto preto e encarnado, cujo contorno forma corpos e pormenores (por vezes muito explícitos) deles, é absolutamente brilhante.
Vai daqui um sentido, ainda que insignificante, parabéns e muito obrigado a quem de direito.

Sunday 3 July 2005

Contribuição patriótica

Numa tentativa de melhorar pelo menos um indicador da ecónomia nacional, fica aqui uma observação: a maneira mais eficaz e imediata de aumentar o rendimento per capita de um país, é deixar de pagar impostos.

Perspectiva

"God is a little boy with an ant-farm."
John Constantine (Keanu Reeves) in "Constantine"

Saturday 2 July 2005

Piratas

Este vai ser um post grandito, mas tenham paciência, que vale a pena. Se já conhecem, adiante.
É uma brincadeira que aprendi no outro dia. Ideal para mostrarem aos filhos, sobrinhos e adultos.
Primeiro tem que se fazer um barquinho de papel. Para quem já não se lembrar, aqui estão as instruções:

01. Pega numa folha de papel e dobra ao meio.
02. Dobra outra vez ao meio, para encontrar o centro, e abre.
03. Com a primeira dobra para cima, dobra os dois cantos superiores para baixo.
04. Este deve ser o resultado.
05. Dobra as duas palas inferiores para cima.


06. Após a primeira dobra, tem este aspecto.
07. Depois da segunda, fica assim.
08. Agora vira a abertura para ti, e abre.


09. Este é o aspecto da coisa agora.
10. Com a abertura para baixo, vira as palas inferiores para cima.
11. Este é o aspecto do bicho após virares uma das palas. Dobra também a outra.
12. Vira a abertura para ti, e separa outra vez.


13. Agora separa as duas metadas até ao fim,
14. e
15. já está.

Agora já está o barco. A parte gira começa agora. Aqui entra a história dos piratas que foram ao mar, no seu barco novinho em folha. Ao fim de uns dias, foram apanhados por uma tempestado monstruosa. Durante uma horas, o barco ainda aguentou, mas às tantas, parte-se a proa (aqui rasgam um dos triângulos da ponta do barco). O pirata-chefe, ao ver isto, decidiu virar o barco ao contrário, e andar com a popa para a frente. Só que, ao fim de uma horas assim, parte-se também esse lado (rasgam o outro triângulo). Agora, a situação estava a ficar preocupante. Felizmente, avistaram uma ilha. No entanto, antes que lá chegassem, ainda se partiu o mastro (rasgam a vela do barco). Os piratas tiveram que saltar para a água e nadar até lá. Chegaram à ilha, molhados e cheios de frio. E sabem porque é que eles estavam com frio? E aqui começam a desdobrar o que sobra do barco, mas sem abrir a última dobra. Porque também perderam isto.
E não digo o resultado. Experimentem vocês fazer.

Café com leite

O meu post anterior gerou alguma polémica (não intencional). Para acalmar os espíritos: o seu ao seu dono. Quando, em Lisboa, se entra num café e se pede um galão, a probabilidade de nos queimarmos ou fazermos figura de parvo, a segurar o copo com dois dedinhos, é altíssima.
No Porto, dão-nos um copo de galão... com uma asa (pelo menos nos poucos sítios em que o pedi). Nunca percebi, por que carga de café com leite cá não os têm também. Não me parece muito difícil.

Friday 1 July 2005

A FIL e o Bolhão

Ontem à noite, estava eu inocentemente à espera que a SIC desse o CSI, e a meio do zapping, desporto que já me tornou detentor de um polegar poderisíssimo, travei na TVI (sim, pronto, admito). Isto porque estavam a dar uma "peça jornalística" sobre o salão a decorrer actualmente na FIL. Uma das pessoas entrevistadas era, segundo consta, uma diva do género, vinda do país vizinho (cabelo loiro (?), silicone em rodos e uma dentadura indescitível: cada dente noutra direcção do vento).
Vem isto a propósito, de já me ter várias vezes parecido, que cada vez que uma espanhola levanta a voz esta voz adopta um timbre muito próximo das vendedora de peixe. Era o caso desta, que teve que suplantar a coluna sonora de fundo.
Bom, bem vistas as coisas, e pegando num tom mais brejeiro, ela até estava a vender bacalhau.


Creative Commons License
Este estaminé está licenciado sob uma licença Creative Commons.