Wednesday 6 June 2007

Mi guitarra en mano?

Hoje estou (maizuma vez) sem tempo, mas deixem-me, no entato, partilhar esta pérola sonora. Quem achava que os Europe eram maus demais, vai ter de arranjar um superlativo para "demais". Hoje, nos asteriscos sonoros, de nuestro hermanos, Gigatron. Vale a pena ouvir até ao fim, quanto mais não seja para ouvir o CANTOR, fazer o solo de guitarra...
Eu sei que é a gozar, mas é mau demaisíssimo.
Espero que não vos estrague o feriado.

Tuesday 5 June 2007

Claro - escuro


Ellsworth Kelly (1927 - )
"Cores para uma Parede Grande" (1951)
240 x 240 cm; óleo sobre tela; 64 painéis de madeira
Para uma imagem assim para o colorido, uma asterisco assim para o escuro, para contrabalançar: Sisters of Mercy.

Contrastes

Lembram-se disto?
Na altura, eu disse que a combinação das cores iria ficar para outro post. E esse post, é este.
Cada uma das peças do Tangram tinha uma cor de fundo e uma cor para as letras, sendo que se tratava sempre de cores que se definem como "cores complementares".
Cores complementares, em termos técnicos, são duas cores que, adicionadas, dão um tom de cinzento. No máximo, podem resultar em branco, no caso do sistema aditivo, ou preto, no sistema subtractivo.
Uma maneira simples de se definir a cor complementar de outra, pelo menos no sistema subtractivo (que acaba por ser o que utilizamos mais), é que a cor complementar duma cor, tem o mínimo possível dessa cor na sua composição.
Assim, a cor complementar dum azul, será um cor-de-laranja (vermelho e amarelo), a dum lilás (azul e vermelho) será um amarelo, etc. Percebe-se bem neste gráfico:

As cores complementares, de certo modo, não são complementares: são antagónicas - encontram-se em pontas opostas dos esquemas cromáticos, o que faz com que sejam de alto contraste.
São importantes, também, porque criam sensações no observador, que são exploradas no marketing: um truque para a carne ter um aspecto mais fresco, é colocá-la perto de algo verde - salada, p.ex.
E o "branco, mais branco", não tem nada a haver com limpeza. Todos os detergentes modernos têm na sua fórmula um agente azul (nalguns, vê-se perfeitamente os grãos azuis). Eles não limpam nada. O que fazem, como são uma cor complementar dos tons amarelados, é "pintar" a roupa num ligeiríssimo toque de azul, o que lhe retira o amarelecimento natural.
E, caso um dia pintem uma parede de branco: juntem-lhe uma a duas gotas de lilás (basta muito pouco): evitam o amarelecimento pelo sol.
O fenómeno por detrás disto, é que as cores subtractivas funcionam pelo princípio da reflexão: nós vemos as cores que não são absorvidas pelo suporte. Lilás é lilás, porque uma grande parte do amarelo foi absorvido.
Se se juntar um pouco de lilás (e basta muito pouco) à tinta branca, dá-se logo por isso: é mais "branca", e o pouco amarelo que a parede ganha com o tempo, passa a ser absorvido pela sua cor complementar.
Em contrapartida, a utilização intensa de cores complementares, como no Tangram lá de cima, cria frequentemente irritação visual. Por isso, peço desculpas.

Monday 4 June 2007

Terceiro olho


O título do post, antes que alguém comece e espingardar, não é relativo a alguma característica física minha já existente, mas sim à necessidade de introspecção do post anterior. O boneco aqui acima é suposto ser alusivo a isso - se parece um tiro na cabeça, isso também não é inteiramente um acaso.
O asterisco sonoro de hoje, é um estreia absoluta. Não porque os Tool nunca cá tenham aparecido, mas porque, pela primeira vez, me cheira que não se vão queixar dos posts serem longos, mas sim do asterisco sonoro o ser. Mas este tinha mesmo de ser: quando me fizeste o desafio do post anterior, esta canção ficou imediatamente definida (desculpa não ter mencionado no post anterior que tinhas sido tu a, tão eficazmente, me enfiar um terceiro olho / uma bala entre os olhos).
Para hoje, 13 minutos de Tool.

Introspecção


EU QUERO acordar bem disposto e chegar ao fim do dia bem disposto.
EU TENHO uma tendência para sobre-racionalizar tudo.
EU ACHO frequentemente dinheiro no chão.
EU ODEIO obstinação e irracionalidade (lá está...).
EU SINTO a menos.
EU ESCUTO sempre que possível, mas às vezes só me apetece ouvir.
EU CHEIRO razoavelmente bem de nariz, felizmente pouco de corpo.
EU IMPLORO, e aqui cito: "Jamais, jamais".
EU ARREPENDO-ME de algumas coisas - não tenho problemas em tomar decisões, e algumas foram erradas.
EU AMO sem espaços para ciúmes - e irrito-me quando dizem que ciúmes são uma prova de amor.
EU SINTO DOR raramente - tenho uma fasquia de dor muito alta.
EU SINTO FALTA de algumas pessoas que abandonei ao longo da vida.
EU IMPORTO-ME a menos com os outros e a mais comigo.
EU SEMPRE tento ter um pouco de desorganização na minha vida - mantém-me em bicos dos pés.
EU SOU FELIZ pelas coisas mais insignificantes.
EU DANÇO anarquicamente e destrutivamente - tanto, que desisti.
EU CANTO razoavelmente bem, modéstia à parte.
EU CHORO quase nunca, e não acho que seja "libertador".
EU FALHO, sim, mas normalmente por imprevistos - tento ao máximo não o fazer.
EU ESCREVO permanentemente coisas de que me lembro ou que acabei de ouvir (nos phones, p.ex.), compulsivamente. Uma a duas páginas cheiinhas, por dia. E guardo-as todas. A sério.
EU NUNCA tomo uma coisa por garantida.
EU CONFUNDO-ME raramente, e quano acontece, não descanso até ter desfeito o novelo.
EU ESTOU sentado. Concentrado. A olhar para dentro.
EU SOU irresponsável com dinheiro e preguiçoso em quase tudo, a não ser que me entusiasme; então, sou obsessivo.
EU PRECISO, lá está, de me entusiamar com mais coisas.
EU DEVERIA de ser mais atencioso.
EU GOSTAVA de ter mais facilidade em responder a estas coisas.

Friday 1 June 2007

E vão dois


Faz hoje dois anos, que o asterisco saiu da incubadora. Oficialmente, vai a caminho dos quatro anos, mas só a 1 de Junho de 2005 passou a ser levado a sério ("A SÉRIO"! Hahaha!! Como se isso fosse possível!!!!).
Para comemorar a tortura quase contínua que o asterisco tem infligido desde então, fica aqui a transposição do primeiro post em que vos fiz perder tempo do precioso fim-de-semana (eu sei que não perderam, que me ignoraram, mas eu gosto de pensar que vos lixei umas horitas; há um pouco de maldade em cada asterisco - os contratos das seguradoras que o digam!). Ainda bem que o aniversário cai numa sexta-feira! Aqui fica:


Este bicho aqui acima, depois de recortado e colado, chama-se cuboctaedro.
Portanto, quem quiser, pode imprimir, recortar e montar (os triângulos cinzentos são os pontos de cola) e passar o fim-de-semana a rolar o dado, para ver quanto lhe desejo que o fim-de-semana seja bestial.

Para ajudar à festa, o primeiro asterisco sonoro. É das galhofas mais brilhantes que este rectângulo tem produzido: Comme Restus.
O segundo asterisco sonoro é dos Arrogant Worms, porque não pode faltar uma canção de aniversário.
Já que estamos a falar em acessórios de aniversário: não acreditem em tudo que vem escrito em bolos de aniversário: dois anos não é assim tão velho.


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