Wednesday 31 January 2007

Casa arrumada


Parece que a coisa está feita, pelo menos não tive mais e-mails a notarem algo em falta; obrigado BB, B-Good e Nuno.
Para comemorar uma mudança aparentemente concluida com sucesso, nada melhor do que um asterisco sonoro que o David Bowie escreveu de propósito - a prova de que o gajo é um tipo bestial, é que o fez com 35 anos de antecedência.

Eeeeeh, coisa mais feia...


Que haja um referendo, até acho bem - acho que até deveria haver mais, mas isso, num país em que um referendo é visto como uma avaliação dum partido e não como a expressão da vontade do povo, deve ser muito difícil. Os partidos (que acabam por decidir iniciar o processo ou não) acagaçam-se - é o termo.
Seja como for, foi ontem inaugurada oficialmente a campanha eleitoral mais inútil de que me lembro; alguém acredita, sinceramente, que exista uma só pessoa que poderá mudar o voto, neste referendo em particular, com base numa campanha? A questão do aborto é de opinião pessoal, não se muda dessa opinião como quem vota PS numas eleições e depois PSD.
São 2,3 milhões de euros, que poderiam ser muito bem aplicados em tanta coisa! Lá está, porque é que esse dinheiro não aparece quando se fala em instituições de apoio a mães com dificuldades de subsistência? Aí, nem os senhores do "Não" o arranjam. Voltamos à triste comédia: "Falam, falam, falam...".
No dia a seguir ao referendo, se perderem, vão-se consolar com o facto de terem feito tudo possível para evitar que a lei fosse alterada e assim lá terão o seu quinhão no céu.
Mas não é somente em relação aos senhores do "Não" que acho que isto é uma farsa. O "Sim" não é inocente. A começar pelos que elaboraram a pergunta (que, evidentemente, são pelo "Sim").
A pergunta, tal como está, é uma maneira muito hábil de não perguntar: "É a favor da possibilidade do aborto livre até às 10 semanas?". Porque, evidentemente, ninguém é a favor do aborto. Mas lá se deu a volta à questão, pegando na lei anterior e dando-lhe a volta da despenalização.
Claro que isto tem um senão: o que acontece com as mulheres que abortam às 11 semanas (e conheço pessoalmente quem o tenha feito)? Também se vai aplicar a lei nova (se vencer o "Sim"), do modo frouxo que se tem aplicado esta? É que, se é lei, é lei. Sobretudo se referenciada pelo povo. 10 semanas são 10 semanas, não se trata da tolerância de 10% no excesso de velocidade.
Outra questão que me irrita, neste circo do politicamente correcto, é a "Interrupção Voluntária da Gravidez". Não é uma interrupção. Interrupção pressupõe um reatamento:
interrupção (Lat. interruptione), s. f. suspensão; acto ou efeito de interromper; intermissão; reticência.
Dicionário Universal da Língua Portuguesa; Texto Editora; 2ª edição, 1997
É uma paragem, um término. Ponto final, período. É um aborto.
Obviamente, argumentar que liberalizar o aborto até às dez semanas é introduzir uma forma de contracepção é uma total e vergonhosa demagogia. Arrisco-me a dizer que a enorme maioria das mulheres que irão votar "Sim" no dia 11 nunca contemplariam fazer um aborto.
O argumento de certas plataformas, como o "Assim não", também é coxo. A bem da verdade, o movimento não se deveria chamar "Assim Não", mas "Não", sem hipocrisias. Um dos argumentos principais é que, às 10 semanas, há uma vida. Concordo. Na frase seguinte, é dito que a lei que existe está bem, e que não se deve mudá-la. Expliquem-me lá uma coisa: Se a lei é boa, se existe uma vida às 10 semanas, como é que os senhores aceitam uma lei que permite o aborto de seres vivos (inocentes - outro argumento, que aceito de bom grado), em certas circunstâncias? Que culpa tem o miúdo de a mãe ter sido violada? Ou de ter um cromossoma que decidiu dançar pelo seu próprio pé? Há vida de primeira e vida de segunda? Já agora, seguindo um raciocínio mais radical: qual é a diferença de abortar um feto malformado e a de enfiar um adulto com trissomia 21 num asilo (ou, quiça, "processá-lo", como era eufemisticamente dito)? Vida é vida. O que os senhores defendem, não é o "Não" no referndo, mas o "Não", pura e simplesmente. E, se assim NÃO for, estão a trair os próprios valores.
Esta questão, pelo menos para mim, não é permeável a argumentos; é-se a favor, ou não.
Eu, pelo menos, não conheço ninguém que tenha mudado de opinião, e não conheço ninguém que queira escutar as razões do campo contrário com alguma abertura de espírito.
É como o tipo que tem uma paixão assolapada por uma miúda que tem dentes tortos, uma perna mais curta do que a outra e é vesga: arranjem lá argumentos que o façam ver que ele poderá arranjar melhor! O aborto, para devidos efeitos, tem dentes tortos, uma perna mais curta do que a outra e é vesgo.
Aliás, todo este debate, só me faz ver uma coisa: que o que tem de ser mudado, são algumas pessoas deste país e, infelizmente, não são assim tão poucas. E em de ambos os lados da barricada.
Eu cá, vou lá pôr uma cruzinha no "Sim", e depois tiro os tampões dos ouvidos - infelizmente não consigo eliminar a ofensa visual até ao dia 11 (isso chamar-se-ia, creio eu, uma Interrupção Voluntária da "Visualidez"). A mota não deixa.

Tuesday 30 January 2007

Benvindo ao arraial

confusion
Guns'n'Roses e Bossanova?! Pois é, ele existe. E, para comemorar a mudança do estaminé para o Blogger novo e o arraial que isto tem sido nestes últimos dias por aí fora fica o "Welcome to the Jungle".
Não gosto particularmente de Bossanova (que é o mesmo que dizer que não gosto), mas achei, pelo menos, original.
Para uma ampliação da imagem, é fazer click aqui.

Despenalização

Se ainda não deram por isso, fiquem a saber que ela já começou - já o disse em privado, mas fica aqui oficialmente: vai ficar tudo na mesma. Vão ver.

Mudanças - parte II

Por questões de simplicidade, o e-mail do asterisco também se mudou. Agora, para me insultar, é enviar para
asteriscodoblog@gmail.com.
Como o blogger novo está associado a esta conta, é da maneira que só tenho de fazer um login. O e-mail antigo continua activo, pelo sim, pelo não.

Mudanças

blogger nobeta
O asterisco mudou-se hoje para o novo Blogger. No início, mararam-me todos os acentos e cês cedilha, mas acho que consegui corrigir a coisa.
Seja como for, se encontrarem algo que está mal (e não me refiro ao conteúdo propriamente dito, que isso já não dá para emendar a mão), chutem lá qualquer coisinha, que eu tento acertar.

Monday 29 January 2007

Hoje já me ri

Na procura de um som que tivesse alguma ligação com a imagem do post anterior (tentem lá adivinhar quais as palavras-chave...), tropecei neste caramelo: canções do Elvis Presley por um sósia abandalhado.
"Ladies and gentlemen - Filthy Elvis"; hoje, nos asteriscos sonoros.
No link, vale a pena ler a biografia do animal - de fino recorte literário.

Raios X

"However, officials acknowledged it would be highly controversial as the cameras can "see" through clothing."

Ser polícia em Londres vai passar a ser um emprego de sonho. Desde que não se apanhe a Camilla durante as compras...

Mais do mesmo...


...o que, neste caso, é forçosamente bom.
Ora deixem-me cá ver quem é que já tem uns trocos postos de parte...

Friday 26 January 2007

Composição musical


Wassily Kandinsky (1866 - 1944)
"Composição VII" (1913)
140 x 201 cm; óleo sobre tela
Para ilustrar os asteriscos sonoros deste fim-de-semana, nada melhor do que Kandinsky, ele próprio um excelente músico, que, por várias vezes, comparou a música à pintura.
Como o post anterior era sobre as cores, então, fica que nem ginjas.
O primeiro asterisco sonoro é da Cyndi Lauper e o segundo, para isto não cair demasiadamente na lamechice (e porque as cores também são muitas, e díspares), dos Rotting Christ. Barulho, portanto.

Dois dias de cores (pelo menos!)

Há dois processos de composição de cores. Um é o processo aditivo, e o outro é o subtractivo.
Basicamente, no aditivo, de cada vez que se sobrepõe duas (ou mais cores), o resultado é mais claro. Todos os processo que implicam luz, são aditivos: a ausência de luz/cores é o preto, a presença de todas as cores, dá branco:

Por isso é que, quando Newton (1643-1727) fez um raio de luz branca atravessar um prisma, este decompô-lo nas cores do arco-íris. Que, por sinal, é criado por um efeito semelhante: a luz do sol (branca) atravessa partículas de água e é decomposta nas suas sub-cores. É a razão pela qual se vê melhor os arcos-íris a seguir à chuva: há mais água no ar.
Um dos objectos do dia-a-dia que emprega esta construção de cores é a televisão: Pelo esquema acima, percebe-se o porquê de um das avarias mais comuns das televiões ser uma influência exagerada de azul, amarelo ou lilás: é quando um dos raios de cor (respectivamente o vermelho, azul ou verde) deixam de funcionar. Se, mais raro, a televisão aparecer a vermelho, p.ex., foram-se as cores azul e verde.
Outro dos nomes para este processo, é RGB, para red, green, blue: as três cores básicas que se utilizam no processo e, basicamente, tudo que irradia luz (cores), funciona segundo o processo aditivo.
O outro processo, o subtractivo, recebe o nome porque de cada vez que se sobrepõe duas (ou mais) cores, o resultado é mais escuro - a ausência de cores é o branco, a presença de todas dá preto:

Este processo é aplicado em tudo que seja um processo de reflexão: a superfície "engole" algumas frequências da luz incidente (quais, depende da cor da própria superfície), e o resultado é o que nós percebemos como cor.
O preto, por exemplo, não reflecte nada, o branco reflecte todas as frequências/cores que incidem sobre ele. É comparável ao calor: roupa preta aquece ("engole" o calor), roupa branca é mais fresca - reflecte.
O outro nome para este processo, é CMY (cyan, magenta, yellow). Na teoria, bastam estas três cores. Na prática, por exemplo nas gráficas, adiciona-se o preto, para obter "preto mais preto", e o processo passa-se a designar por CMYK (K de blacK). Isto tem a haver com o facto de as cores utilizadas na impressão serem translúcidas, e assim não se conseguir obter o preto "escuro" somente por sobreposição das outras três.
Goethe teorizou muito sobre a cor, sendo que, se Newton se notabilizou pela pesquisa do processo aditivo, Goethe fê-lo em relação ao processo subtractivo. Embrenhando-se, também, em questões filosófico-psicológicas, desenvolveu uma interrelação das cores com o ser humano, e como elas o influenciavam, mas, paralelamente, criou o fundamento para a teoria da mistura das cores, criando o que ele chamou de "Farbkreis" - círculo de cores.

Goethe (1749-1832) e o seu círculo de relação entre o ser humano e as cores
Subdividiu um círculo em doze segmentos, e percebeu que as cores se oragnizavam "sem fim" nesta arrumação.
É possível, recorrendo a triângulos e a este círculo (que se poderá subdividir em muitas mais partes, claro), perceber rapidamente a correlação entre todas as cores:

Há uma maneira muito simples, de se provar que as cores adicionadas no processo subtractivo dão branco, através de movimento - e este é o ponto ao qual eu queria chegar quando, no início do texto, comecei por " Há dois processos (...)" (mania de ligar o complicómetro!!).
Neste documento está maizuma bricolage - tudo depende da capacidade de imprimir um movimento suficientemente rápido à geringonça, e as cores devem transformar-se em algo parecido ao branco (branco mesmo, é quase impossível, na prática).
Já agora, e juntando o útil (?) ao agradável, e se não quiserem ficar com os dedos em sangue, é uma questão de começarem a ler a inscrição no tetradecágono (é o nome que se dá a um polígono regular de 14 lados), começando no amarelo e inserindo os espaços onde acharem que fica bem.
Já agora, adiciono: que não seja só bom, mas cheio de cores.

Basta descarregar o documento para o vosso computador e imprimir (é um A4 para o Adobe Reader; quem não tiver, lá mais abaixo à direita tem um link para o ir sacar gratuitamente) - o resto está lá explicado.

Thursday 25 January 2007

Uma teoria da conspiração


Eu tenho uma teoria. Quer dizer, eu tenho várias teorias, mas a maioria delas dava direito a estadias prolongadas em quartos com paredes fofas.
Esta teoria é sobre a invasão do Iraque. Lembram-se? "Armas de destruição massiva", "regime ditatorial", "eixo do mal", etc., etc., etc.? Todas as razões que "justificaram" que o país responsável pela instauração do maior número de regimes ditatoriais do mundo atacasse um outro?
As armas, nunca se encontrou. O "eixo do mal" continua a existir. Parece que, segundo o senhor Bush, bastava eliminar um dos países que o compunham para ele desaparecer - tendo em conta os desenvolvimentos mais recentes, pode-se afirmar que, se ele achava isso, se enganou com uma eficácia impressionante.
Para mim, a pedra de toque, que despoletou a coisa toda, foi outra.
Em Outubro de 2000, o ministro para o petróleo do Iraque, Amir Mohammed Rasheed, anunciou que o seu país iria passar a indexar o preço do petróleo ao Euro, deixando o Dólar.
Em termos económicos imediatos, isso até nem era muito significativo, porque o Iraque estava limitado nas suas vendas ao programa de petróleo por alimentos. Mas já se sabe que as outras nações produtoras de petróleo, salvo uma ou outra excepção, nunca morreram de amores pelos Estados Unidos, e a possibilidade de seguirem o exemplo não deverá ter sido negligenciável.
A promoção de uma segunda potência económica, mais "simpática", através da adopção da sua moeda como referência não é totalmente disparatada.
Pouco tempo depois, o Iraque trocou todo o seu fundo de reserva guardado nas Nações Unidas de Dólares para Euros.
É preciso não esquecer que apesar das sanções em termos de venda de petróleo, o Iraque era (e continua a ser) o potencial segundo maior exportador de petróleo. Imagine-se que, por alguma razão as sanções deixavam de existir? Aí é que o Médio Oriente soltava a franga.
Não deixa de ser interessante que, quase todos os países europeus (os ingleses não usam o Euro e têm a Libra indexada ao Dólar; Portugal tem garantidas as massas da Europa e se conseguir sacar algo ao americanos (Lajes, etc.) não vê a coisa com maus olhos; os espanhóis, bem, são espanhóis; os polacos ainda não eram parte da UE, e, por princípio, discordam sempre da Alemanha), foram contra a invasão. Os franceses foram-no tão veementemente, que o Congresso americano chegou a votar a alteração do menu da cantina de "french fries" para "freedom fries"...
Os americanos estão-se nas tintas para os regimes ditatoriais, sobretudo desde que desapareceu a ameaça da União Soviética. O único que os chateia verdadeiramente, é Cuba. Mas mais por ser à porta de casa e por lhes ter dado uma coça durante a Baía dos Porcos. É preciso não esquecer que o regime anterior, de Batista (e apoiado pelos Estados Unidos, que assim tinham casinos e putedo quase à borlix ao virar da esquina) não era menos democrata do que o actual.
Portanto, é esta a minha teoria: no momento em que um país se lembrasse de vender o petróleo recebendo Euros, lixava-se. Aconteceu ser o Iraque, poderia ter sido outro.
Facto é que a trilogia "petróleo, ouro, dólar" é a nova versão do "pai, filho, espírito santo". E ai de quem lhe toque, que, agora, já sabemos o que lhe acontece.
Agora com licença, que estão aqui dois senhores muito simpáticos com uma camisa nova. Oh, é para mim? Que gentis.

Vencedores (que título desinspirado...)

O prémio sobre o asterisco sonoro de ontem já está atribuido. Como implica o envio de um mail e uma resposta, deverá ser visível aqui para a semana, que ainda pressupõe algum trabalho meu. Estou aqui a partir do princípio, como ja referi na atribuição do prémio, que algo feito por mim possa ser considerado um prémio, o que não abona muito a meu favor, mas foi do que me consegui lembrar de um dia para o outro.
O asterisco sonoro de hoje é sobre vencedores e vencidos, e faz com que este blog desça ainda mais na consideração de muita gente, se isso ainda for possível. Curto e grosso (já referi num comentário anterior: gosto à brava desta expressão): ABBA.

Wednesday 24 January 2007

Ganhar um prémio ou correr o risco de o ganhar?

orphans
Este, foi-me oferecido por um dos meus irmão, no Natal. Ou pelos anos. Baralho sempre.
Se se disser que é o melhor do Tom Waits já há algums tempo, isso quer dizer muita coisa. A começar pelo facto de que há mais tempo ainda que ele não edita nada que seja mau (para mim, pessoalmente, só há um disco que ele podia muito bem não ter feito, que é a banda sonora do "One from the Heart" (e esse já tem 25 anos) - valeu-lhe a nomeação para um Óscar, o que prova que não podia ser muito boa, apenas agradável).
Este "Orphans" está repartido por três CDs, cada um com um nome: "Brawlers", "Bawlers" e "Bastards", e cada um com a sua especificidade.
Hoje ficam cá duas deste orfão, sendo que a segunda dá direito a ganhar um prémio - mas ainda não sei o quê. É uma questão de acharem que podem arriscar. Seja como for, prometo que não será nada do género de "uma semana nos Montes Golã", "Duas horas de confraternização com o José Castelo Branco" ou "Estudo do impacto de um malho na própria estrutura craneana - amachuca ou não? - Curso rápido em dez pancadas".
Portanto, a pergunta é a seguinte:
A segunda canção, intitulada "Danny says" não é, originalmente, do Tom Waits. Quem foram os intérpetes originais? Uma dica: um deles esteve cá há bem pouco tempo, e era o baterista deles.
Todos que souberem / descobrirem, terão direito a um prémio (já dá para desconfiar que não vai ser o último modelo da BMW, não é?) e quem souber responder sem recorrer a meios auxiliares (que não a sua própria massa cinzenta), leva um rebuçado a adicionar ao prémio. Só ainda não sei nem o formato, nem o sabor.
Meto-me em cada alhada...

Adenda ao post anterior (Também sei, pá!)

Já descodifiquei a mensagem (correndo o risco de ser vir a ser acusado de ter lançado uma teoria da conspiração).
Então é assim:
  • "Luis" - Luis
  • "Chilique" - rima com "Filipe"
  • "Orelhas" - toda a gente sabe quem é o Orelhas!
fica esta parte, portanto: "Luis Filipe Vieira".
Como se sabe, o senhor fez fortuna com a venda de pneus, portanto, bate certo. Além do mais, era presidente do Alverca. Temos, portanto, um nome, a associação do nome ao negócio e ao espaço.
Que ele tenha gamado, não custa nada a acreditar, não fizesse parte da fina flor da bola. E possivelmente até foi a tribunal e encontra-se com pena suspensa, o que também não custa a acreditar: a malta da bola só é verdadeiramente condenada, depois de deixar de ter a protecção quase blindada do respectivo clube.
Exemplos? Vale e Azevedo, que durou duas semanas depois de deixar a presidência antes de ser acusado efectivamente de algo, Pimenta Machado, que só começou a ter verdadeiramente problemas quando deixou a presidência do Guimarães (saudações a Guimarães! Uma das cinco melhores cidades de todas que conheço), e, ultimemente, Luisão, apanhado com 1.3 de alcóol no sangue, e somente condenado a serviço comunitário, por ser "uma figura pública" e por não ter antecedentes. Qualquer outro (vulgo "nós") teria ficado sem carta.
Uns são filhos da mãe, os outros, enfim...

De repente, ontem na minha caixa de correio


Waddafuck?!

Tuesday 23 January 2007

20 anos e muitas mochilas depois


Há vinte anos, um Interrail ainda era um Interrail.
Por vinte e picos contos, viajava-se pela Europa fora, sem zonas nem nada dessas merdas que eles depois inventaram.
Por vinte e picos contos, comprava-se um caderninho castanho, no qual se inscrevia as viagens à medida que se ia fazendo. Quem levava aquilo à séria, ia à procura do revisor para ele picar as viagens (às vezes eles não controlavam, e ficava-se com uma entrada que podia ser verdade, ou não) - claro que eu levava aquilo à séria. Se o mês de viagens fosse mesmo prolífero, e o caderninho acabasse, ia-se a uma estação de comboios e pedia-se um acrescento.
Para mim, um dos pontos altos era passar por Colónia, e ir à Saturn. A Saturn era, à data, a maior loja de discos do mundo. Era tão grande, que os escaparates não tinham discos, mas sim fichas. Tinha de se ver nas fichas a localização do disco, e depois ir buscá-lo a outra zona, recheada de prateleiras a perder de vista.
Uma das coisas que me ficou gravada, era uma caixa com promoções. Era a discografia completa dos Smiths a preço especial. Por cima dizia: "The Smiths - prensagem portuguesa - 5 marcos" - eram perto de 400 paus. Já se sabia que a qualidade não reinava por cá.
Seja como for, na Saturn perdia dois a três dias do Interrail. E, quando saia, tinha a prova factual de que vinil pesa que nem chumbo. A mochila, à saida de Lisboa ia sempre semi-vazia, para reservar espaço para os discos. Como ainda era daquelas que tinham uma estrutura de aluminio externa, cabia ali um mundo e, de modo a ficarem encostados às minhas costas, dava para lá pôr os preciosos discos. Numa das vezes, por curiosidade, pesei a mochila à chegada a Lisboa - 47 kilos... à saida, pesava 15.
Toda esta lenga-lenga, para introduzir o asterisco sonoro de hoje. Os dois, aliás. Numa das viagens, conheci uns tipos belgas que levavam um gravador de cassetes, no qual passava com insistência uma canção chamada "Suicide Commando". Nem na Saturn o encontrei - demorei vinte anos até arranjar uma cópia, primeiro porque não sabia de quem era (achava que era dos Front 242), e depois porque os No More não foram lá dos grupos mais conhecidos do mundo.
A única canção que teve algum sucesso (e, mesmo assim, limitado a algumas discotecas na Alemanha e redondezas), foi precisamente o "Suicide Commando", que aqui fica até amanhã, a acompanhar outra deles.
Eu, de cada vez que a oiço, ainda tenho a impressão distinta de ouvir o "tchaca-ta" do comboio.

Monday 22 January 2007

Boys and their toys


É só começar a ser fornecido com o novo sistema MacOs X (com o nome foleiro de "Leopard" - ninguém é perfeito, comprova-se), que este vai passar a ser o novo brinquedo lá por casa: 24" de prazer visual (pelos meus cálculos, também se deverá comprovar através dos comentários a este post, que é perigoso empregar "24"" e "prazer" na mesma frase...).
Aquele paralelipipedozito que está ali ao lado, em pé? É o telecomando, que é magnético e se "cola" ao monitor, de lado.
E o pontinho preto logo por cima do monitor? Câmara integrada.
Xuxu beleza.

Insistência sonora


O asterisco sonoro para hoje anda na minha cabeça há já quase uma semana. Os Metallica fizeram uma versão, mas este é o original: dos Misfits.
Será que é desta que isto pára de ricochetear no meu crâneo?

Friday 19 January 2007

80's


Como no post anterior uma das soluções passava por uma canção dos Police, aqui fica ela durante o fim-de-semana. E, como para acompanhar uma canção dos Eighties, nada melhor do que outra dos Eighties, cá fica também uma dos Fischer-Z.

Encruzilhadas

O [símbolo utilizado em anotações de rodapé] deseja-vos [vegetal marinho, ao qual se coloca uma terminação masculina], que para [destapar] terão de preencher [de maneira que não seja errada] o boneco [contrário de acima].

Thursday 18 January 2007

Actividades

Bem sei que é vergonhoso. Foram quase dois meses sem dar um pio por estes lados (e pelos vossos, acho que ainda dei um pio ou dois, mas porque era moralmente imperdoável não o fazer).
Seja como for, e para não estar a esticar um post para o infindável com descrições penosas, e tendo também em conta que ninguém deverá estar especialmente interessado nas desculpas esfarrapadas que poderiam aparecer, posso asserverar que estive mesmo ocupado. Na melhor tradição de trabalhador do sector terciário, elaborei um gráfico de acompanhamento e análise comparativa relativo aos dias que intermediaram entre o último post (ainda em Novembro - a vergonha, a vergonha...) e o de hoje. Para quem tiver uma capacidade de sofrimento acima da média, é só fazer "click" aqui.
Em termos de sons que por aqui vão passar a partir de hoje, e porque no post anterior falei de políticos, aqui fica a opinião do ex-vocalista dos Pulp, Jarvis Cocker. Que, em boa medida, é apoiada.

Aborto

Sou pelo Não. Afinal, goste-se deles ou não, os políticos também têm o direito de viver.
...mentira. Sou pelo Sim. É que políticos são seres unicelulares. Assim:


Creative Commons License
Este estaminé está licenciado sob uma licença Creative Commons.