Friday 30 March 2007

Telegráfico

Não querendo deixar de vos dar dois sons para o fim-de-semana, mas não tendo tempo para muito paleio, aqui ficam os Sturmgeist e os Altöm, com duas canções alusivas ao post anterior. Não serão do agrado de todos.
Hehe, possivelmente de ninguém.

A-B-C...

code

Thursday 29 March 2007

Nº5

Marilyn Monroe disse uma vez, que nunca usava pijama, apenas umas gotas de Chanel Nº5, o que fez despertar em mim a vontade de, um dia, viajar no tempo e fazer parte de uma dessas gotinhas. Vejam lá se arranjam uma maneira, que eu até assinava um termo de responsabilidade em como não interferiria com o passado. Claro que tudo depende de o que se entende com "interferir", e se "chafurdar" faz parte dessa definição...
Seja como for, para hoje, o asterisco sonoro é, provavelmente, um record mundial: a canção na qual aparecem mais nomes de perfumes, e é dos Sparks.

Snif snif

smell
Alguns cheiros incomodam-me. Não me chateia nada passar ao lado de um campo acabadinho de adubar; até me faz recordar as excursões com o meu avô (cujo trabalho era a coordenação e gestão de um grupo de quintas), para ir verificar se estava a ser bem distribuida a bosta (efectivamente, era do que se tratava). É verdade: inalo.
A mim, o que me incomoda, são os cheiros falsos. O perfume excessivo. Não me interpretem mal: também gosto de, volta e meia, usar um perfume (gosto dos alimonados: se alguém me encontrar um frasquinho que seja de "Monsieur" da Balmain (nome foleiro a olho, eu sei), dou alvíssaras - deixaram de o fazer), mas tenho horror a perfume a mais. No meu livro favorito (está no meu perfil) - alías, no melhor livro que o séc. XX produziu (não é uma opinião, é uma constatação de facto. Do tipo "40 gajos a marchar e só eu com o passo certo"), às tantas o personagem principal diz o seguinte, numa tradução livre: "Nunca confies numa pessoa que usa demasiado perfume. É sinal que tem merda a mais para disfarçar."
E é verdade. Perfume a mais, só serve para distrair. Serve para o nariz pôr os olhos e os ouvidos em K.O., ou pelo menos obrigar o árbitro a uma contagem de protecção.
Está provado que o uso de perfume no ser humano lhe está a retirar, aos poucos, a capacidade de detectar certos cheiros, aos quais os nosso antepassados longínquos recorriam para, por exemplo, detectar que aquela beleza felpuda à sua frente era, efectivamente, a sua futura cara-metade por pré-destinação - hoje diria-se que "foram feitos um para o outro". O dia em que uma fêmea decidiu pôr unguento de mamute no sovaco, foi o dia que fez com que o macho tivesse de desenvolver um vocabulário decente, só para perceber com o que estava a lidar. Em vez de termos o ritual do "snif snif" seguido de uma pancadinha na mioleira com um tronco qualquer, passamos a ter "relações afectivas". Eu gosto de "relações afectivas", mas lá que vieram acrescentar uma data de variáveis, lá isso vieram.
Seja como for, sou apologista de que um banhito diário e um desodorizante discreto são mais do que suficientes.
- Ah, lá no fundo da plateia oiço um senhor dizer que não. Desculpe, não se importa de se levantar, que não o oiço? Então diga lá.
- Je ne suis pas capable de partager cette opinion.
Desculpas aos visados, mas precisava de um finzito para o texto.

Thursday 22 March 2007

Au...

gumby
MY BRAIN HURTS!
Chiça, e não é pouco. Quase que dava para ficar como os Cypress Hill.

Friday 16 March 2007

E de quem é a culpa dos Kajagoogoo?

É dos Marillion! Mais especificamente, da capa do primeiro album deles:
marillion script
A folha de pauta que está na secretária, ao contrário do que muita gente pensa, não é um excerto de uma das canções dos Marillion. É um trecho "composto" pelo desenhador da capa. Uns anos depois, de o disco ter saído, um músico deu-se ao trabalho de a ler com mais atenção, compondo uma canção à volta dela: foi o primeiro sucesso dos Kajagoogoo... dou uma aposta que o Fish ainda hoje se fustiga diariamente com um chicote de nove pontas por causa disto.
Para o fim-de-semana, fica aqui um só asterisco sonoro - é comprido comó catano (mais de oito minutos), e dois era capaz de demorar um pouco de tempo a mais a descarregar nos vossos computadores. Só porque durante esta última semana (incluindo o fim-de-semana passado), os dois primeiro discos dos Marillion têm estado em alta rotação por estes lados. São bons cumá pilinha (depois do post do 5 x 7, gastei os palavrões fortes).
E porque hoje não é de todo possível fazer a brincadeira do costume, por absoluta e manifesta falta e tempo, vão ter de se contentar com um simples - mas sentido -
BOM FIM-DE-SEMANA

Thursday 15 March 2007

Buuuuummmmm!!!!

headexplodes
E, no fim, de fazerem o que diz o post anterior, é porem este asterisco sonoro a bombar, dos Monster Magnet - o que eu gramo destes gajos. O segundo, nem era para entrar, mas estou neste momento a ouvi-lo, e decidi enfiá-lo cá - também é deles. É cool.

Insh'allah!!!!

explosion
Maizumavez, as coisas estão um pouco agrestes por estes lados, entre várias coisas que tenho de fazer - hoje tive de ir à Câmara Municipal de Lisboa: dava um post, e ainda vai dar, mas para já, fiquem com uma coisa que me mandaram hoje por e-mail. É para ser usado só quando estão sentados ao lado de alguém particularmente irritante.
  1. Calmamente, abrir a mala do laptop;
  2. retirará-lo;
  3. iniciar o sistema;
  4. ter a certeza de que o outro está a olhar para o seu écran;
  5. fechar os olhos, virar a cabeça para cima, e murmurar algo de incompreensível, mas que acabe com algo parecido a "Allah";
  6. ir a este link, previamente colocado nos bookmarks.
Obrigado pelo post, Sérgio

Monday 12 March 2007

5 x 7

35mm film
Da 1entre1000's, um daqueles desafio que volta e meia despertam pelo blogocubo fora. Cheguei à conclusão, depois de uma séria auto-avaliação durante o fim-de-semana (15 minutos, mais coisa, menos coisa), de que este até tem a sua graça. Cá vai:

7 coisas que faço bem:
  • feijoadas (desde brasileira às mais nossas);
  • carne à bolonhesa (um italiano discordaria, porque eu invento na cozinha, mas eu, provavelmente, também discordaria que a carne à bolonhesa "bem feita" é melhor do que a minha);
  • ouvir (para música, tenho uma memória auditiva - oiço uma vez e dificilmente me esqueço nem da melodia, nem do nome - daí os discos que já procurei durante anos a fio);
  • por acaso, também nadar (só mariposa é que me dá alguns problemas);
  • dar e receber (hehe; este é um dois-em-um. Batota!);
  • DIY - desde porcariazinhas eléctricas até móveis, faço (o tempo é que escasseia);
  • desenho técnico. Faço tudo: cortes, alçados, perspectivas, na boa. Sou um zero a desenhar à mão livre, mas dêem-me uns esquadros, uma régua e um "t", que a coisa marcha.
7 coisas que não posso / não sei fazer:
  • escrever poesia. O máximo que consigo, é fazer uma merda qualquer a rimar em "ar". Não domino as figuras de estilo, nem consigo fazer daquilo algo de sincero. Admiro quem o faça, mas, ao mesmo tempo, não sou grande apreciador.
  • conduzir automóveis. Faz-me confusão, desabituei-me. Sinto-me enlatado e grande demais;
  • abster-me, excepto nas presidenciais. Sim, sou daqueles que defendem que o sistema presidencial carece de legitimização popular, portanto, não voto;
  • desinteressar-me de pessoas interessantes;
  • destrinçar relações. Sou permanentemente surpreendido por relações das quais nunca descofio, do género "já estão junto há seis meses" ou "até têm um filho". Sou um nabo em termos congitivo-sentimentais;
  • engatar. A única vez que o fiz verdadeiramente, estava completamente entornado. Não só me espanta que o tenha feito, como que tenha resultado (ainda bem, que me poupou outra investida patética). Seja como for, relatado hoje em dia, até dá para rir - os outros, pelo menos, riem-se à fartazana. Por isso é que ela insiste;
  • poupar. Então se me disserem que tenho de deixar de gastar dinheiro em CDs e tal, é uma operação a sangue frio com um cutelo ferrugento. Em contrapartida, recuso-me a gastar dinheiro em roupa: visto, neste momento um total de prái 50 euros (juro!). Mas arranjo sempre uma porcaria qualquer sem a qual a minha vida, supostamente, é muito mais pobre.
7 coisas que habitualmente digo:
  • invento estatísticas. Do género: "Epá, arrisco-me a dizer que prái 76% das pessoas inventam estatísticas";
  • "E se tu fosses mazé sentar-te num ganda porco, pá?!";
  • "Oh pá, bonito, bonito, são as pirâmides do Egipto". Em alternativa: "...as canções do TóZé Brito". Em alternativa: a versão hardcore, mas é preciso muita coisa para me soltar essa.
  • "Oh, meu granda filho duma puta! E se tu tirasses a merda do carro daí?!" - mas isso digo-o dentro do capacete e baixinho. Mas frequentemente. Infelizmente.
  • "Com isso, posso eu bem";
  • "Booooomm diiiiiiia", "boa taaaaaaarde". Detesto dizer "bom apetite": soa-me sempre a "isto tem aspecto de ter sido pescado duma pocilga, portanto vê lá se arranjas alguma maneira de não te engasgares";
  • "Pedir, podes, mas o mais natural é eu não ligar".
7 pessoas para serem celebridades:
  • Sete, não chegam. Há uma data de gente que eu adorava que fossem celebridades e conhecidos por todo o lado. Tão célebres, que fossem convidados a fazer os disparates para outro lado. Tipo Guterres.
As minhas 7 vitimas a quem passo o testemunho:
  • S., poisconcerteza, porque já me afeiçoei a estes ping-pongs;
  • B-Good, porque não podia deixar de ser;
  • Bonifaceo, para não dependermos só de músicas;
  • CPiteira, porque foi a última a comentar por estes lados (mal sabias que dava direito a castigo!!!);
  • Innocent Bystander, para ser reincidente;
  • Just me, justly so;
  • Viuva Negra, para re-despertar e re-activar, mesmo que só por um momento.
P.S.: Num passeio por aí, descobri que há 7 razões para reenviar o desafio à 1entre1000's: esqueceste-te dum item (o título deste post deveria ser, portanto, "6 x 7"). Ou será que não te esqueceste, mas sim "esqueceste"? Hehehe.
Da minha parte, cá vai:


7 coisas que me atraem no sexo oposto (a parte do desafio que me vai lixar):
  • Já que é suposto um tipo responder, e não fazer marketing de si próprio, e como não sou politicamente correcto, sim: gosto de ver para o que olho (em termos hierárquicos, cara, cara, peito (uma questão de forma, não de volume), de-cima-a-baixo e não dou o valor habitual às pernas, nem ao rabo) - digamos que o conjunto tem de funcionar. E isso não quer dizer que tem de ser de estalo, nada do género;
  • inteligência, quanto mais, melhor;
  • sentido de humor, quanto mais, melhor;
  • ok, riam-se: não andarem com os pés nas "dez para as duas";
  • bom paleio. Havendo, o primeiro ponto passa para uma zona de fundo muito distante;
  • um (sor)riso bonito (que não depende, obviamente, duma cara bonita);
  • simplicidade.
Pronto. Batam-me.

Friday 9 March 2007

Pescarias...

...são como tudo: há das boas e há das más. Os asteriscos sonoros para o fim-de-semana, por exemplo, são um pouco assim. O primeiro, dá sem dúvida uma boa posta: dos Waterboys, tirado do último disco que ainda valeu a pena (e bons, bons eram mesmo os três antes deste) .
O segundo, é mau, como poucas coisas conseguem ser, mas, como vamos para fim-de-semana, toca lá a abanar o capacete, e que se lixe: Scooter.

Letrinhas de rabo na boca

fish
John Olsen (1928)
"Peixe" (2000)
17 x 16 cm; gravura

Após uns tempos de acalmia, para este fim-de semana vou retomar o princípio de que não têm mais nada que fazer do que perderem tempo com as diarreias mentais saídas daqui. Portanto, aqui vai:
  1. Descarregar este ficheiro para o computador, imprimir as quatro páginas (dá 4 folhas A4), colar numa cartolina e recortar. Depois, é colas as 4 peças umas às outras, pela pala que está marcada, e dobrar cada uma das peças pelo picotado. O resultado final deverá ser uma caixa aberta no topo e no fundo.
  2. Descarregar este ficheiro para o computador, imprimi-lo (1 página A4), e recortar os quadrados.
  3. A cada um dos quadrados, prender um clip.
  4. Atirar os quadrados para dentro da caixa.
  5. Arranjar um íman (aqui, não vos posso ajudar - não consegui fazer o upload de um para a porcaria do servidor, deve ser falta de altura de banda) e prendê-lo a um pauzinho, através de um fio. Podem ser vários - um por pessoa, p.ex.
  6. Boa pesca!

Wednesday 7 March 2007

0 comentários?

Arriscando visitas muuuito curtas e nenhum comentário, o asterisco sonoro para hoje é um reflexo audio do meu dia - só deu mesmo para aqui pôr esta posta ressequida. Para manter o ritmo de trabalho (e não só), hoje foi isto que aqui ficou a bombar nos phones: Sepultura, em replay.

Tuesday 6 March 2007

Muitas "árveres" são uma floresta

Como não podia deixar de ser, já que no post anterior falo de árvores, o asterisco sonoro de hoje é sobre uma manada delas. Uma vara. Um cardume. Enfim, uma porrada delas. Ao mesmo tempo, é um das minhas favoritas dos Cure.
E se acham que a baralhação anterior sobre as árvores era má, ainda não ouviram nada:

Razão para gostar de árvores?

Sei que isto foi dito por um comediante, mas já não me lembro qual (George Carlin?) - entretanto já existe numa centena de sites, mas sem indicação de proveniência.
É, no entanto, pertinente. Ou não. Decidam vocês:
Se um homem estiver no meio duma floresta a falar, e não houver nenhuma mulher por perto para o ouvir, ele continua a não ter razão?
Lá está: possivelmente depende da mulher que não o estiver a ouvir.

Friday 2 March 2007

Sem comentários

Curto e grosso: a primeira é dos Sisters of Mercy, porque sei que o gajo do post anterior grama, a segunda é dos Audioslave, porque o gajo também deve gramar - boa letra, por sinal.

And now, for something somewhat different.

Normalmente, se é que se pode falar em "normal" por estes lados, às sextas-feiras aparece aqui um post que tenta complicar uma coisa tão simples como desejar um bom fim-de-semana a todos. Desta vez, não vai ser assim; claro que vos desejo a todos um bom fim-de-semana, mas desta vez, vou desejá-lo mais direccionado, porque me parece que seria, enfim, chamemos-lhe "simpático":
fds crow
E, acrescento: um grande abraço - o meu e-mail continua o mesmo, e tem montes de espaço livre.

Thursday 1 March 2007

Não é escuro, pá, é mesmo negro!

itunes
Este foi o resultado da pesquisa na playlist meu iTunes de canções que contivessem a palavra "black" :
  • AC/DC: "Back in Black"
  • Allanah Myles: "Black Velvet"
  • Arcade Fire: "Black Mirror"
  • Danzig: "Dirty Black Summer"
  • Dave Chapelle: "Black Santa"
  • Everlast: "Black Jesus"
  • Metallica: "Fade to Black"
  • Neil Young: "Hey hey, my my (into the Black)"
  • Oasis: "Hey hey, my my (into the Black)"
  • Soundgarden: "Black Hole Sun"
  • Pearl Jam: "Black"
  • Pearl Jam: "Spin the black Circle"
  • Sisters of Mercy: "Black Planet"
  • Soundgarden: "Black Hole Sun"
  • Soundgarden: "Fell on black Days"
  • Static-X: "Black and White"
  • Stephen Malkmus: "Black Book"
  • Type O Negative: "Black no. 1"
  • Uriah Heep: "Lady in black"
  • White Zombie: "Black Sabbath Tribute"
  • White Zombie & Iggy Pop: "Black Sunshine"
  • Wumpscut: "Black Death"
Era desta lista, portanto, que iria sair o asterisco sonoro de hoje. E foi quase: não foi um, são três. Em "fila de pilinha": primeiro os Pearl Jam, porque não se consegue ouvir esta só uma vez, em segundo lugar, o Stephen Malkmus, porque os Pavement eram bons, o gajo é bom e ainda não tinha passado por aqui, e, em terceiro, para não parecer que não há nada de bom depois de buracos negros, o Dave Chapelle, só para se rirem um pouco. Sacana do racista.

Epá, está escuro por aqui!

sink
Para toda uma acção, há uma reacção no sentido inverso. Esta é uma das leis pelas quais tudo se rege. A maçã que cai, só o faz porque perdeu a reacção: a gravidade puxa-a para baixo, e ela só pára, quando encontra a cabeça de Newton (que fornece a reacção; se a maçã cair direitinho, Newton faz figura de urso, com uma mação empinada na cabeça). Os objectos estão quietinhos no sítio, quando as forças que os impelem num sentido são contrariadas no sentido oposto: é como dois putos com a mesma força à bulha por um peluche: ele fica imóvel, até que um deles, numa de "já-te-lixo", o larga repentinamente, fazendo o outro dar um tralho para trás.
Outra coisa que Newton depois descobriu, foi que todos os objectos possuem uma força gravitacional, por mais pequenos que sejam, e que essa força é sempre proporcional à massa do objecto - podia aqui apresentar a prova definitiva disso, de que quanto maiores forem as glandulas mamárias dum ser humano do sexo feminino, maior será a atracção do objecto inanimado masculino, mas vou-me deixar disso (ops, já está...).
Outra coisa que este descobriu, foi que todos os objectos compensam essa força gravitacional com uma força no sentido inverso (utilizando a prova anterior: o impacto do ser inanimado masculino, por exemplo, é frequentemente contrariado pela pressão do silicone ou pela chapada da dona deste).
Um dos objectos mais extraordinários e que, de certo modo, desafia estas leis, é o buraco negro. No entanto, essencialmente, os buracos negros são vítimas dessas mesmas leis. Basicamente, na sua origem, trata-se de estrelas. Estrelas têm, devido à sua enorme massa, uma força gravitacional enorme (o sol mantém os planetas todos em linha, assim - também com uma ajudazinha de cada um deles, claro) e, ao mesmo tempo, têm de compensar isso com uma força "de dentro para fora". Essa força, é gerada através das enormes quantidades de energia que as estrelas produzem durante a sua combustão. Com o deorrer dos tempos, as estrelas geram tanta energia, que se expandem aos poucos, sem, no entanto, alterarem a sua massa significativamente. O nosso sol, daqui a uns tempos, vai fazer o mesmo - vai ser bronze garantidinho, sobretudo, porque a expansão máxima deverá ir para além do nosso sistema solar. Seja como for, essa expansão, tem uma consequência: às tantas, acaba-se a matéria-prima, e a estrela deixa de carburar: passa a ser um pedaço enorme de massa ressequido, com um problema: é que a força gravitacional gigante deste objecto passa a estar na mó de cima, porque a força excêntrica deixa de ter uma fonte de energia: a expansão queimou-a. A consequência disso, é que a estrela colapsa sobre si mesma, vítima da sua própria força gravitacional, porque não tem nada para a compensar. O objecto final, dependendo da massa original da estrela, poderá ter, apenas, o tamanho de uma bola de pingue-pongue. Mas terá, também, a massa da estrela que lhe deu origem. Ou seja: é um berlinde com uma densidade indescritível, e com a força da gravidade equivalente. Isto faz com que comece a "chupar" tudo na sua direcção, criando, à sua volta, a famosa "zona de ninguém" para onde, segundo o Gabriel Alves, o jogador passou a bola, onde, de facto, não estava ninguém.
Este é o princípio muito básico da criação de um buraco negro (efectivamente, por exemplo, pensa-se que uma só estrela não bastará). No caso do nosso Sol, é pouco provável que aconteça: à escala de uma estrela, o Sol é pequeno. É uma espécie de cabeça de fósforo, e assim vai parecer daqui a uns anos.
Exagero: são uma pilha deles, prái uns biliões (anos, bem como cabeças de fósforo).


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