Para toda uma acção, há uma reacção no sentido inverso. Esta é uma das leis pelas quais tudo se rege. A maçã que cai, só o faz porque perdeu a reacção: a gravidade puxa-a para baixo, e ela só pára, quando encontra a cabeça de Newton (que fornece a reacção; se a maçã cair direitinho, Newton faz figura de urso, com uma mação empinada na cabeça). Os objectos estão quietinhos no sítio, quando as forças que os impelem num sentido são contrariadas no sentido oposto: é como dois putos com a mesma força à bulha por um peluche: ele fica imóvel, até que um deles, numa de "já-te-lixo", o larga repentinamente, fazendo o outro dar um tralho para trás.
Outra coisa que Newton depois descobriu, foi que todos os objectos possuem uma força gravitacional, por mais pequenos que sejam, e que essa força é sempre proporcional à massa do objecto - podia aqui apresentar a prova definitiva disso, de que quanto maiores forem as glandulas mamárias dum ser humano do sexo feminino, maior será a atracção do objecto inanimado masculino, mas vou-me deixar disso (ops, já está...).
Outra coisa que este descobriu, foi que todos os objectos compensam essa força gravitacional com uma força no sentido inverso (utilizando a prova anterior: o impacto do ser inanimado masculino, por exemplo, é frequentemente contrariado pela pressão do silicone ou pela chapada da dona deste).
Um dos objectos mais extraordinários e que, de certo modo, desafia estas leis, é o buraco negro. No entanto, essencialmente, os buracos negros são vítimas dessas mesmas leis. Basicamente, na sua origem, trata-se de estrelas. Estrelas têm, devido à sua enorme massa, uma força gravitacional enorme (o sol mantém os planetas todos em linha, assim - também com uma ajudazinha de cada um deles, claro) e, ao mesmo tempo, têm de compensar isso com uma força "de dentro para fora". Essa força, é gerada através das enormes quantidades de energia que as estrelas produzem durante a sua combustão. Com o deorrer dos tempos, as estrelas geram tanta energia, que se expandem aos poucos, sem, no entanto, alterarem a sua massa significativamente. O nosso sol, daqui a uns tempos, vai fazer o mesmo - vai ser bronze garantidinho, sobretudo, porque a expansão máxima deverá ir para além do nosso sistema solar. Seja como for, essa expansão, tem uma consequência: às tantas, acaba-se a matéria-prima, e a estrela deixa de carburar: passa a ser um pedaço enorme de massa ressequido, com um problema: é que a força gravitacional gigante deste objecto passa a estar na mó de cima, porque a força excêntrica deixa de ter uma fonte de energia: a expansão queimou-a. A consequência disso, é que a estrela colapsa sobre si mesma, vítima da sua própria força gravitacional, porque não tem nada para a compensar. O objecto final, dependendo da massa original da estrela, poderá ter, apenas, o tamanho de uma bola de pingue-pongue. Mas terá, também, a massa da estrela que lhe deu origem. Ou seja: é um berlinde com uma densidade indescritível, e com a força da gravidade equivalente. Isto faz com que comece a "chupar" tudo na sua direcção, criando, à sua volta, a famosa "zona de ninguém" para onde, segundo o Gabriel Alves, o jogador passou a bola, onde, de facto, não estava ninguém.
Este é o princípio muito básico da criação de um buraco negro (efectivamente, por exemplo, pensa-se que uma só estrela não bastará). No caso do nosso Sol, é pouco provável que aconteça: à escala de uma estrela, o Sol é pequeno. É uma espécie de cabeça de fósforo, e assim vai parecer daqui a uns anos.
Exagero: são uma pilha deles, prái uns biliões (anos, bem como cabeças de fósforo).