Friday, 28 April 2006

Bem que me lixaram!

O outro asterisco sonoro para o fim-de-semana, não tem nada a haver com o que já lá está.
Lembrei-me dele, por causa desta última semana-e-meia que tive, que até pareceu que me queriam sabotar tudo, de propósito.
Portanto, e até terça-feira, em companhia nada ortodoxa às Bangles, os Beastie Boys.
Vamos lá a ver se para a semana a coisa fia mais fininho...

Código e segredo

No Antigo Egipto, quando se queria enviar uma mensagem escondida de olhares indiscretos, adoptou-se um truque engraçado e muito simples. Supunha, que tanto o remetente como o destinatário se encontrassem antes; nesse encontro, um deles partia um pau (que tinha de ser o mais direito e regular possível) em dois, dando uma metade ao outro.
Quando, depois, era necessário enviar uma mensagem mais privada, um deles enrolava uma tira de papel nesse pauzinho, em parafuso, e depois escrevia ao comprido do pauzinho. Ao desenrolar a fita, a mensagem só era legível por quem tivesse a outra metade desse pau (de diâmetro igual, portanto).
Era relativamente comum (entre as classes instruidas, pelo menos), uma pessoa ter uma espécie de "biblioteca", com vários pauzinhos de diâmetros diferentes, cada um com um nome escrito - ao receber uma fitinha, bastava identificar o remetente e escolher o pauzinho correspondente.
Por exemplo:

  1. cliquem na imagem aqui em cima;
  2. vai aparecer de novo, noutra janela, mas em maior;
  3. guardem essa imagem para o vosso computador;
  4. recortem;
  5. peguem numa BIC ou numa caneta de diâmetro semelhante - neste caso funciona, porque as letras estão relativamente grandes; se estivessem pequenas, teria de ser mesmo aquele diâmetro;
  6. segurando a fita de modo que o pontinho cinzento esteja virado para o topo da caneta, enrolem-na até ao fim, sem que ela se sobreponha (em "parafuso", portanto);
  7. leiam a mensagem, começando no pontinho e do topo da caneta em direcção ao bico.
E, já que estamos a falar de Egipto, acompanhem a leitura com um sonzinho correspondente, equivalente a um dos asteriscos sonoros para o fim-de-semana: Bangles.

Thursday, 27 April 2006

O sonho americano


Estados Unidos: o único país do Mundo, no qual um rapazinho negro e pobre pode vir a ser uma mulher branca e rica.
E assim, no asterisco sonoro de hoje, Michael Jackson: lembrei-me desta pérola, depois de ter seleccionado a canção dos Van Halen de ontem. Não só é da mesma época, como o solo de guitarra é do Eddie Van Halen. Na altura, foi uma das coisas que fizeram com que o David Lee Roth saísse dos Van Halen.

Wednesday, 26 April 2006

É que nem mais

Quando um tipo tenta, à viva força, colocar uma musiquinha mas não se lembra de nada, acontecem estas coisas; durante a procura entre as tralhas todas, tropecei nesta relíquia, e nem mais: De hoje para amanhã, Van Halen. Já é do finzinho da época com o David Lee Roth, mas não deixa de ser uma granda malha. Pelo menos, era-o há uns anitos.

Abandono


À parte a actualização primaveril do asterisco - pelo qual agradeço desde já por todas as sugestões - e a substituição da bandeira de São Marino pela da U.E. - quem clickar nela é enviado para uma página na qual pode dar uma volta ao circuito de Nürburgring com comentários do Jarno Trulli - isto tem estado completamente abandonado.
As razões são variadas, num espectro que vai desde ter a avó no hospital até ter de ir ao banco, passando por cargas de trabalho consideráveis. Admito, que pelo meio tive unsa intervalozitos, mas aí optei por não fazer nenhum - excepção feita ao logotipo que podem ir ver a este blog, em cima à esquerda.
A ver se a coisa agora endireita.

Friday, 21 April 2006

PUM PUM!!!

Com tantos tiros no próprio pé, daqui a pouco preciso duma cadeira de rodas...
Clickar na imagem para ver como eliminei o dedo grande do pé, desta vez.

Thursday, 20 April 2006

Era uma vez...


...uma menina de nome Capuchinho Vermelho, que se chamava assim por causa da sua roupa favorita, que usava todos os dias.
Numa noite fria, na Véspera de Natal, o Capuchinho Vermelho decidiu ir à casa da sua avózinho, que morava no meio da floresta, levar-lhe um trenó cheio de caixas de vinho. Como era muito escuro e o Capuchinho Vermelho já tinha mandado abaixo o Champanhe - por que é que acham que a avózinhas só leva com vinho? -, a certa altura, perdeu-se. Por acaso, encontrou o lobo, e perguntou-lhe o caminho. Este, que de parvo não tinha nada, descreveu-lhe o caminho mais longo, que faria com que ele chegaria a casa da avózinha muito mais cedo do que a menina, e o Capuchinho Vermelho lá foi.
Claro que o lobo já tinha percebido tudo: o mau do Capuchinho Vermelho só queria tornar a avózinha numa alcoólica, para a poder chantagear. Afinal, a avózinha tinha algumas massas e o Capuchinho Vermelho era a sua única família.
Entretanto, já era dia quando o Capuchinho Vermelho finalmente chegou à casa da avózinha. Como tinha andado muito, estava cheio de fome. Ainda por cima, tinha-se esquecido do bolo, apesar de, por esta altura, já ter obrigação de conhecer a história de cor. Portanto, começou a comer a casinha. De repente, abriu-se a porta, e saiu uma bruxa... merda! Página errada... um momento... ah, sim:
cheio de fome, portanto, o Capuchinho Vermelho entrou dentro da casa da avózinha, viu a avózinha na cama e foi ter com ela. Tirou uma garrafa de vinho, abriu-a, deu-a à avózinha e disse: "Tomai e bebei, este é o meu...." - eehhhh... hoje estou a baralhar as hstórias da carochinha todas...
Portanto: o Capuchinho Vermelho deu a garrafa à avózinha e disse: "Avózinha, porque tens umas mãos tão grandes?" (para encurtar isto: A = avózinha; C = Capuchinho Vermelho).
A: "Para poder segurar melhor a garrafa!"
C: "E porque tens uma boca tão grande?"
A: "Para poder mamar isto mais depressa!"
C: "E porque tens uma vozinha tão aguda? Devia ser mais grave, por causa da pinga!"
A: "Porque comi giz, para tu não notares que eu sou o lobo!" (não liguem, eu também não percebi).
E com estas palavras, o lobo atirou-se ao Capuchinho Vermelho, para proteger a avózinha.
O caçador, que até agora sempre se atrasara, desta vez chegou a tempo: sacou da espingarda, mandou um balázio no Capuchinho Vermelho e matou-o. O problema é que este já tinha mordido o lobo na cauda, para o infectar com Raiva.
A avózinha correu para a cozinha, o melhor que o reumático a deixava, de onde trouxe uma faca grande para amputar a cauda, de modo a evitar o alastramento da doença. Como se verificou mais tarde, foi em vão: desde então, existe a Raiva. Por isso, e mais uma vez, se ainda estivesse vivo, teria vivido feliz para sempre.
E a moral da história?
Se o rabo vai para o caralho*, isso ainda está longe de ser sexo anal.

Para acompanharem esta linda história, o asterisco sonoro de hoje, pelas Freakwater. É uma versão do Sam the Sham & the Pharaohs. Já agora: se alguém tropecar na versão original (de fins dos anos '60), agradecia.

*Lá tinha de ser mais um palavrão...

Wednesday, 19 April 2006

Eu dou-vos os ovos...


...e as amêndoas e os chocolates e as Kinder Surpresas e o diabo que os carregue!
O piolho comeu tanta daquela porcaria ("Opá, deixa lá o puto comer isto, pá! Só mais um também não faz mal! É Páscoa!"), que deu direito a dois dias de estaleiro.
- Então, piolho, estás bem?"
- "Chim... não beeeeeuuuuuurrrrr..."
A vingança é um prato que se serve frio; esperem até terem crianças.
Seja como for, fica aqui a justificação para não ter aparecido nem por cá, nem por aí.
Entretanto, e como não podia deixar de ser, em vez de se tentar cumprir prazos na ausência de uma pessoa (e era possível...), eles foram adiados: como tal, tenho três dias para encaixar cinco. Obrigados, sim?

Thursday, 13 April 2006

3


  • 3 é um número primo; só é divisível por 1 e por si próprio;
  • triângulos têm três lados, tripés têm três pés, e o triceratops tinha três cornos (curiosamente, as fêmeas dos dinossauros, em alemão, são chamadas vacas);
  • tri-dimensional, significa que algo tem comprimento, largura e profundidade;
  • o bilhar é, provavelmente, o único jogo do mundo que se joga com três bolas - pelo menos quando jogado na vertente "fora do bolso"...
  • na mitologia grega, existe o Cerbéro, um cão com três cabeças, bem como a Cíla, um monstro marítimo com seis cabeças: cabeças mitológicas têm a tendência de aparecer em múltiplos de três;
  • "Existem três tipos de mentiras: mentiras, mentiras descaradas e estatísticas" - Benjamin Disraeli (1804 - 1881), primeiro-ministro inglês;
  • Toblerone só é bom, se vier na forma triangular;
  • Com três cores, é possível compôr todas as outras cores: na projecção usa-se o processo aditivo (verde, azul e vermelho), na impressão usa-se o processo subtractivo (cyan, magenta e amarelo). Por questões técnicas, adiciona-se o preto no processo subtractivo.

  • é impossível criar um poliedro com apenas três planos;
  • o Titanic tinha quatro chaminés, mas só três eram efectivas: quatro chaminés estavam na moda entre os arquitectos navais da altura. A chaminé traseira só servia para arejamento de compartimentos interiores.
  • A grande maioria das plantas que crescem de bolbos, têm pétalas em múltiplos de três.
  • Existem, resumidamente, três tipos de daltonismo diferentes: a deficiência vermelho-verde, que faz com que não se distinga essas duas cores, a deficiência azul-amarela (mais rara), e a ausência total de percepção de cores (ainda muito mais rara). Se, no boneco lá de cima de tudo, reconhecerem um "3", está tudo OK; se reconhecerem um "5", sofrem da primeira das três; se não reconhecerem nada, não vêem cores ou não sabem os números.
E três são os dias durante os quais eu vos desejo tudo de bom, e que a gente se releia ao quarto:
Um enorme fim-de-semana para todos e para todos que vos são próximos - que os outros desapareçam na sua insignificância, equivalente a mais ou menos 3,1415926, o que dá π, o que, por sua vez, nada mais é do que a onomatopeia da censura: apague-se.

Anjos e o céu

Os Lamb a cantarem uma anjo Gabriel e os James a querem saber se estamos à espera que o céu nos caia na cabeça. Este fim-de-semana, ficam aqui estes dois, desta vez, e para não cansar, sem grandes introduções.

Wednesday, 12 April 2006

"Ora bolas, que azar!"


A 6 de Agosto de 1945, às 08:16h, o major Thomas Ferebee carregou num botão que deu origem, em primeira instância, a um click metálico.
Duas horas e dezasseis minutos antes, o coronel Paul Warfield Tibbets, Jr. informara a tripulação do B-29 Superfortress, baptizado com o nome da sua mãe, que eles transportavam a primeira bomba atómica a ser empregue contra seres humanos.
Durante meses a fio, e em paralelo com o projecto Manhattan - destinado a desenvolver uma bomba atómica - ele supervisionou a preparação do avião de modo que este a pudesse largar sobre o alvo; para além de se retirar tudo do avião que contribuísse com peso não essencial para a missão, teve de ser adaptado o compartimento das bombas, bem como as respectivas portas, para carregar e largar uma só bomba, substancialmente maior e mais pesada do que era costume. Deste modo foram preparados 15 B-29, com a designação "Silver Plate".
A missão era tão secreta, que, quando se retirou todo o armamento do avião (excepto a arma da ré), se colocou engodos; não por causa dos espiões japoneses, mas para evitar que os próprios americanos nas bases aéreas especulassem sobre o que se poderia querer fazer com um bombardeiro sem defesas.
O avião ficou de tal modo leve, que, mesmo com a bomba a bordo (durante metado do caminho, claro), conseguia exceder o seu raio de acção normal, permitindo-lhe assim regressar em segurança, bem como voar bem mais alto, acima do alcance das baterias anti-aéreas.
A 9 de Agosto, caiu a segunda bomba atómica, sobre Nagasaki.
A justificação para estas acções, foi que, perante a intransigência dos japonese para se renderem, se cometeu um acto horrendo que terá, em contabilidade final, morto muito menos pessoas do que se se tivesse tido de invadir o Japão de maneira tradicional.
Dou de barato. Mas duas vezes, e sobretudo sem dar tempo de respirar entre elas? Já me quer parecer entusiasmo.
Mais uma vez, um texto a atirar para o comprido só para acompanhar o asterisco sonoro de hoje: os Orchestral Manoeurvres in the Dark, com a canção que tem o nome do avião e, consequentemente, da mãe do coronel Tibbits, que, em 2002 (então já com a patente de general), disse o seguinte (e fica aqui em inglês, que estas coisas assim, a seco, são "melhores" nas palavras originais):
We’ve never fought a damn war anywhere in the world where they didn’t kill innocent people. If the newspapers would just cut out the shit like "You’ve killed so many civilians."! That’s their tough luck for being there.
Ah, pois. Fica, portanto, o título do post - foi precisamente o que a senhora Akiko Takeda disse ao seu filho Kintaro de 6 meses, às 08:17h do dia 6 de Agosto de 1945.

P.S.: Não é o aniversário da largada da bomba, nem sequer é um dia especial, relativamente à data em questão. É, somente, mais um dia no qual não nos deveriamos esquecer da senhora Takeda e do seu filho.

Tuesday, 11 April 2006

BUUUUM - versão 1


A pedido do Senador, hoje fica aqui o original do "Mad World", que aqui tocou durante o fim-de-semana, dos Tears for Fears.
É um daqueles casos, em que a cópia suplanta o original, mesmo sendo que o original não é nada mau.

Decoração do asterisco

Como já me alertaram uma série de vezes, não só já estamos na Primavera, como já não está frio que justifique o gorro e o cachecol. Como tal, aceitam-se sugestões para a decoração do asteriso do perfil (lá em cima, do lado direito): o/a vencedor/a terá uma menção mesmo ao pé do boneco resultante, bem como a minha erterna gratidão (como se isso convencesse alguém...)
Eu já tive uma ou outra ideia, mas nenhuma que me convencesse: há aí alguém inspirado/a?

Ei-ze-la


Em toda a sua... vermelhidão????

Monday, 10 April 2006

É rir, até quinar


Hoje, no asterisco sonoro, mais uma retirada de há 25 anos atrás, do primeiro disco dos Killing Joke.
Nunca tiveram um sucesso por aí além, nem sequer uma canção daquelas que um tipo ouve e diz "Epá, conheço isto, mas não estou a ver de onde.".
Em contrapartida, serviram de inspiração a uma geração de malta. No último CD deles (ainda mexem, é verdade!), saido em 2004, o Dave Grohl toca bateria, em jeito de homenagem e como retribuição pelo riff no "Come as you are", dos Nirvana: vinha directamente do "Eighties", dos Killing Joke.

Meto-me em cada alhada...


...agora só tenho de arranjar coragem - 1100 páginas de "tour de force".

Como está "B" para "3"?

Alguém sabe onde é que pára a estatística, que diz que para cada grávida de automóvel existem uns 4 deficientes encartados? Tem de haver; só assim consigo explicar a proporção dos estacionamentos nos centros comerciais.
Bem, está bem que tudo depende da definição de "deficiente"...

Friday, 7 April 2006

Maizum pró bricolage

Já falei uma vez sobre a banda de Moebius, portanto isto até nem tem assim muito de original, a não ser a sua aplicação prática, para além de demonstrar, que os matemáticos quando descobrem estas coisas até são simpáticos.
Poooooortaaaaaantos, a coisa é assim:
1. Clickar neste boneco:

2. deve aparecer o mesmo boneco, mas em grande: descarregá-lo para o desktop;
3. imprimir (cabe numa página A4 ao baixo);
4. recortar pela linha contínua;
5. dobrar pela linha picotada e colar de modo a ficar fechado;
6. torcer, de modo que os "uu" do princípio fiquem num sentido, e os "aa" do fim de pernas para o ar;
7. colar as pontas uma à outra.
8. Colocar o dedo no início de uma das frases, e percorrer a fita, dizendo:
Faça chuva, faça sol, seja noite ou seja dia, o asterisco deseja-me um bom fim-de-semana que nuuuuuuunca mais acabe e, se acabar, que recomece.

Só assim...

...e só porque me apeteceu hoje de manhã ouvir isto, e sem mais comentários nem histórias de fundo, ficam aqui os dois asteriscos sonoros para o fim-de-semana: um da Ute Lemper e o outro do Gary Jules.

Thursday, 6 April 2006

360º

Como dizia um futebolista da nossa praça, após ter mudado de clube: "A minha vida deu uma volta de 360º".
Os asteriscos sonoros de hoje não são assim tão radicais: ficam-se aí pelos 354,7º: de hoje para amanhã, os H.I.M., a pedido do Invisível.

Wednesday, 5 April 2006

Triscaidecafobia


Na cultura ocidental, toda a gente sabe que o 13 é um número "mau".
Na Última Ceia, Judas era a décima terceira pessoa à mesa - dá azar ter 13 pessoas à mesa, desde então. Não contente com isso, ainda por cima, às tantas Judas entorna o sal - mau, muito mau.
Na cultura Viking, Loki, o Deus responsável por tudo que era mau, era o 13º Deus, o que mais tarde foi adaptado pelo cristianismo, ao apelidarmos Satanás de 13º anjo.
Triscaidecafobia é um medo doentio relativo ao número 13. Não é propriamente uma doença, mais frequentemente é visto como uma supestição muito enraizada. Uma das pessoas que sofria disto, era o compositor autríaco Arnold Schönberg.
Um dos mitos à volta disto, é que a sua última ópera "Moses und Aron" omitia a maneiro correcta de escrever um dos nomes ("Aaron"), para não somar um total de treze letras.
Ele nasceu num dia treze do mês e, no meio da sua fobia, achava isso premonitório. Para grande fúria da sua mulher, recusou-se a alugar uma casa, porque esta era o número 13 e tinha pânico de chegar aos 76, porque os números, adicionados, davam 13. Porque diabo não teve medo de chegar aos 67, só ele saberá...
A sexta-feira, 13 de Julho de 1951, ele passou-a na cama, a preparar-se para a sua morte: era a primeira sexta-feira do septuagésimo sexto ano da sua existência o que, segundo ele, era o pior que podia existir, mesmo para uma pessoa que, tal como ele, era perfeitamente saudável.
A mulher dele (um anjo, de certeza!), ordenou-lhe, às tantas, que ele se levantasse e parasse com esses disparates, ao que ele respondeu "Harmonia", morrendo logo de seguida. Eram 11 horas e 47 minutos da noite: 13 minutos antes da meia-noite, sendo que 1 + 1 + 4 + 7 dá 13.
E se pensam que isto era um texto para pôr aqui música de Schönberg, desenganem-se: detesto visceralmente.

Tuesday, 4 April 2006

Maizuma morte do artista


Giacomo Puccini (1858 - 1924)
Já que no asterisco anterior se tratava de uma peça escrita por um compositor que morreu antes de a poder acabar, hoje repito a dose: Giacomo Puccini, morreu em 1924, altura na qual estava a compor a ópera "Turandot". Nunca a acabou, apesar de ter chegado até a duas cenas do fim: já lhe tinha sido diagnosticado um cancro da garganta, com o qual viria a morrer, numa clínica em Bruxelas.
A ópera foi finalizada por Franco Alfano, e teve a sua estreia mundial dois anos depois da morte de Puccini, no Scala de Milão. O maestro dessa estreia foi Arturo Toscanini, tão genial como irascível e de mau feitio - os seis meses que Alfano ocupou com a finalização da ópera, foram marcados por frequentes confrontos com Toscanini.

Arturo Toscanini (1867 - 1957)
No dia da primeira actuação, a dada altura, bateu com a batuta, mandou a orquestra calar-se e anunciou que "Aqui, finda a ópera inacabada do Maestro, pois neste ponto, o Maestro morreu.". De seguida, mandou evacuar os músicos, baixar o pano e deu por terminado o espectáculo. Só no dia seguinte viria a tocar a ópera completada por Alfano.
Portanto, até amanhã nos asteriscos sonoros, a ária mais conhecida desta ópera, tocada pela London Philharmonic Orchestra, sob direcção do Zubin Mehta e cantada pelo Luciano Pavarotti, ainda antes das palhaçadas dos três tenores e dos microfones e das palmas a meio das peças. Enfim, quando ainda cantava ópera.

Monday, 3 April 2006

Um clássico

Quem viu o filme do Milos Forman, sabe que Mozart morreu quando compunha o Requiem, encomendado por um misterioso homem mascarado. Até aqui, é tudo verdade. O que não é verdade, é que o tal mascarado era Salieri, o "rival" musical de Mozart na altura. Nem é verdade, que Salieri tivesse inveja de Mozart: na altura, Salieri era bem mais conceituado junto da corte do que Mozart.
O personagem misterioso que encomendou o Requiem, foi um emissário do conde Franz Walsegg-Stuppach. Este amante de música gostava mais dela, do que para ela tinha talento. E uma das maneiras de circumnavegar esta lacuna consistia em ele encomendar anonimamente peças a compositores, reescrevê-las pelo próprio punho, e depois alegar serem composições suas. Ainda não existia o copyright, e, peça encomendada e paga, era do comprador - por isso é que era tão importante para um compositor na altura, ter influência nas cortes: quando se era conceituado, era uma marca de privilégio ter dinheiro para se poder encomendar composições a um músico célebre.
No caso do Requiem, o conde Walsegg-Stuppach encomendou-o para a sua mulher, que tinha morrido há pouco tempo e quem o acabou foi um aluno de Mozart, Franz Joseph Süssmayr. E assim, possibilitou que ele estivesse a tocar hoje, nos asteriscos sonoros.

30 000 atrasados

Mais uma vez atrasado a noticiar a efeméride, ficam aqui os meus parabéns por terem tido a paciência de fazer avançar o contador deste estaminé até aos 30 000.

Para verificarem, se não insultei ninguém na lateral, é só clickarem na imagem.


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