AGORA É QUE É
*notas de rodapé, em destaque, e porque toda a gente tem direito à minha opinião. Protestos para: asterisco
Estava eu a ouvir uma canção muito parva (portanto mesmo ao meu gosto) dos Bloodhound Gang - "Fire Water Burn", aquela que começa "the roof, the roof, the roof is on fire, we don't need no water let the motherfucker burn, burn motherfucker, burn" - quando, às tantas, a letra é a seguinte: "I'm not black like Barry White, no I am white like Frank Black is". Nem mais. Fica como segundo asterisco sonoro o Barry White: "Let's get it on", que é o mesmo que dizer que espero que continuemos a "get it on" daqui a duas semanas.
É o tempo que falta para eu me atirar de cabeça em quinze dias de dolce fare niente. Durante quinze dias, só vai ficar a bombar o asterisco sonoro, em rotação contínua.
A pedido dele, uma pequena substituição nos asteriscos sonoros: sai a dos Type O Negative, para entrar outra deles: "Love you to Death".
Não sei como, mas já está:
Onde é que a PT terá ido buscar a ideia tão original do seu logótipo, bem como da codificação do alfabeto em quadrados com bolinhas? Uma curiosidade: os carros da frota da PT, quando têm pintados quatro quadrados seguidos de outros dois, assim:
Agora nos sons, uma da Nina Simone: "I put a spell on you", e a mesma, mas na versão que lhe deu origem, do "Screaming" Jay Hawkins. Eu acho que fica melhor o original - segundo dizem, gravada numa noite especialmente etililzada. Avaliem vocês.
Há uns tempos, lá no café apenso à junta de freguesia, fui convidado a participar numa jogatana de bola inter-freguesia: Santo Eustácio de Piolas FC contra a União Recreativa do Alto do Pina. Não que eu seja famoso pelos dotes dos toques, mas viram-me a levantar a imperial com a esquerda, e, como precisavam de um canhoto, fui seleccionado. Claro que fiquei orgulhoso, já me imaginava a dominar a lateral esquerda do campo e a centrar com uma precisão milimétrica para a cabeça do ponta-de-lança, bem como a fazer incursões devastadores pela defesa adversária, com remates indefensáveis ao canto superior direito. Mas rapidamente fui posto no meu lugar: a malta precisava mesmo é de um guarda-redes, e como eu era canhoto, saltava melhor para o lado que o adversário menos esperava, o que era uma vantagem nos penáltis, porque os outros não sabiam isso. "Bem", achei eu, "dos males o menor", já a imaginar intervenções dignas do Lev Yachin, todo esticadinho, com o rematador destroçado no chão. Até já tinha uma alcunha preparada: "A Raposa das Redes".
Michael Bublé: "Feeling good", porque tem uma pinta do caraças.
Fui almoçar (em Portugal) a um restaurante italiano, onde um empregado era brasileiro e o outro russo. Durante o almoço apareceram dois romenos a tocar música argentina num acordeão (que era alemão), que pediam para se colocar Euros numa lata de tomate pelado espanhol.
Tão giro, como o horóscopo. E cuidadinho com os comentários, que um dos meus traços é a agressividade! O teste está aqui, e foi visto aqui.
A inclinação da sua letra mostra que você parece ser uma pessoa equilibrada, educada. Mas é um pouco “fria” com quem acaba de conhecer. A ligação da sua letra revela raciocínio lógico, dinamismo, método e uma tendência para rotinas. A direcção de sua letra indica controle, constância e organização, especialmente nas tarefas quotidianas. A pressão que usa ao escrever sinaliza estabilidade e equilíbrio. As áreas valorizadas na sua escrita destacam idealismo, erudição, preocupação com seu crescimento interior. A forma da sua letra demonstra firmeza, decisão, perseverança e agressividade.
Einstein disse (após o lançamento das bombas atómicas sobre o Japão), que só duas coisas eram infinitas: o universo e a estupidez humana, mas que sobre a primeira tinha as suas dúvidas. Vem esta a propósito de uma notícia que li este fim-de-semana.
Hoje fico liberto da promessa de colocar System of a Down nos "asteriscos sonoros" - ficam aqui as últimas duas, "Sad Statue" e "Lost in Hollywood". Continuam a aceitar-se sugestões para sons futuros.
...é outro dia. Um enormíssimo fim-de-semana para todos. Daqui a três dias voltamos a trocar letras.
"(...)É por esta e por outras, que, para mim, ainda está por nascer um escritor português melhor.
- Pois eu tenho estudado muito o nosso amigo Gonçalo Mendes. E sabem vocês, sabe o Sr. Padre Soeiro, quem ele me lembra?
- Quem?
- Talvez se riam. Mas eu sustento a semelhança. Aquele todo de Gonçalo, a fraqueza, a doçura, a bondade, a imensa bondade, que notou o Sr. Padre Soeiro... Os fogachos e entusiamos, que acabam logo em fumo, e juntamente muita persistência, muito aferro quando se fila à sua ideia... A generosidade, o desleixo, a constante trapalhada nos negócios, e sentimentos de muita honra, uns escrúpulos, quase pueris, não é verdade?... A imaginação que o leva sempre a exagerar até à mentira, e ao mesmo tempo um espírito prático, sempre atento à realidade útil. A viveza, a facilidade em compreender, em apanhar... A esperança constante num milagre, no velho milagre de Ourique, que sanará todas as dificuldades... A vaidade, o gosto de se arrebitar, de luzir, e uma simplicidade tão grande, que dá na rua o braço a um mendigo... Um fundo de melancolia, apesar de tão palrador, tão sociável. A desconfiança terrível em si mesmo, que o acobarda, o encolhe, até que um dia se decide, e aparece um herói, que tudo arrasa... Até aquela antiguidade de raça, aqui pegada à sua velha Torre, há mil anos... Até agora aquele arranque para África... Assim todo completo, com o bem, com o mal, sabem vocês quem ele me lembra?
- Quem?
- Portugal.
(...)"Eça de Queiroz"A Ilustre Casa de Ramires"
O banco no qual eu tinha um mealheiro, quando era puto, e ao qual todos os meses ia pôr uns tostões, é o mesmo ao qual, hoje em dia, devo um tomate de massa por causa da minha casa. Belo. Como é que eles fazem isto?
Mais duas dos System of a Down - ficam a faltar duas, e depois juro que compenso a quem não goste.
Já visivelmente entusiasmado pelo facto de finalmente ter podido pôr a descoberto o seu novo slip "Speedo", comprado na Feira do Relógio (que, segundo ele, lhe dá um porte atlético), o Sr. Silva toma a iniciativa de montar o estaminé: o para-vento é colocado cientificamente, o que implica atirar sete mãos-cheias de areia para o ar ("porcaria de vento inconstante"), suscitando olhares penetrantes dos vizinhos (prontamente correspondidos), os chapéus de sol são enterrados recorrendo a extrema violência e abertos de modo a baterem no traseiro da Sra. Etelvina (que continua a despejar a caixa térmica, o que faz com que ela aterre de frente no areal) e na cabeça da Sra. Dona Felismina (que entretanto já se tinha conseguido sentar, e assim perde outra vez a dentadura), de seguida prende duas toalhas aos chapéus com as molas que vieram do camping ("providência é a mãe da caixa de porcelana", já dizia a mãezinha Silva), prende o rádio (sintonizado na onda média da Rádio Renascença, com o botão "Vol." orgulhosamente no "MAX" - exactamente como os vizinhos de praia) à estaca de um dos chapéus e retira a camisa "Fred Perry", disponibilizando ao mundo uma das visões mais aterradoras existentes numa praia: O sr. Silva, de slips vermelhos e panamá "Martini", dois tamanhos abaixo do necessário.
Obrigado pelo título.
Só reparei agora, que nos comentários à ida para a praia dos Silvas, te ignorei, ignobilmente. Foi sem querer, e, para ver se isto me é perdoado, fica uma resposta em destaque:
Nos sons, agora exclusivamente System of a Down. Os ouvidos mais sensíveis que me perdoem, mas promessas são promessas.
"Ora, ora! Se não é o senhor Alberto Silva! Bom dia. Isto vai outra vez um pouco pró carregadito, hã?" - "Ó seu guarda vamos fazer uma praiazita, sabe como é..." - "Pois, pois. Sopre mazé aqui no balão, qu'é pra vermos se ao menos desta vez não bate um record... força, força, força... OK. Pode parar... Ó Antunes! 'tá outra vez pifo!" - "Olhe, ó seu guarda, isso não é possível, qu'eu desta vez nem bebi nada!" - "Bem, se insistir, podemos ir ali à esquadra medir na máquina..." - "Oh, não isso não é preciso! Tenho a certeza que conseguimos resolver isto como gente cili... citri... civilizada! Tem aqui os meus papéizitos. Acho que me esqueci duma coisa lá pelo meio...".Uma piscadela de olho, dez minutos, mais uma multa e menos cinco Euros depois, o AX põe-se outra vez em marcha, mas para fazer uma inversão. "Atão, mulher!! Esquecestes-te das sandes de chóriço? E o meu garrafão de Colheita d'Oiro? 'tás parva? E o que é que eu bebo a meio do caminho, qu'isto 'tá um calor que parece África?!".
É que eles são mesmo bons. Um tipo acha que faz aqui umas coisas janotas, mas sempre que vai um pouco de viagem, volta reduzido a pó. São todos os maiores.
Que prático que é ter um colega que conhece um GNR, que, em dois minutos até descobriu que a carrinha que me escangalhou o pára-lamas do meu bólide tem quatro registos. Sei tudo, tudinho. Alguém, por acaso, mora pelas bandas de Atiba, Estoril? É que se sim, tenho aqui uma morada dum camelo que está a precisar urgentemente dumas rótulas dos joelhos novas. ...'tás tão fodido!!!!!
A pedido, o barulho de hoje, é-o mesmo. Tinha prometido, e entretanto meteram-se-me umas glândulas pelo meio; desculpa lá.
"You and me
We'll all go down in history
With a sad Statue of Liberty
And a generation that didn´t agree"
System of a Down - "Sad Statue"
Após semana-e-meia no camping de Monsanto, eis que chegou o dia de os Silvas irem à praia. Este foi o tempo necessário para ficar tudo instalado, como deve de ser, na roulotte Silva. Trata-se de um exercício de enorme complexidade, tendo em conta a logística de encaixar todos os haveres do T3 da Pichleira no T0+1 que é a morada provisória de Verão. Sobretudo porque há quinze anos, quando o Sr. Silva lá conseguiu o espacinho devido ao falecimento do ocupante anterior, ainda não existiam os fedelhos. E entretanto inventou-se o micro-ondas, o DVD, o Ab-Flex e as borboletas electrónicas que fazem ganhar um corpo de Adónis enquanto se aspira (se bem que, no caso da Sra. Silva, foi mais um corpo de Baco). Depois, e para mal dos pecados do chefe da família, já não se pode recambiar a velhota para uma tenda, por causa do reumático. Além do mais, a re-instalação da cerca à volta do avançado também implicou uma ida ao AKI (ALI ao lado, curiosamente), o que, tendo em conta o estado do veículo familiar, foi empreitada para um dia.