Friday, 31 March 2006

Corte e costura


Para ver em maior e fazer o download, é clickar na imagem
Ficam uns em branco: se quiserem desejar algo a alguém, é só rabiscar.
O quê? Hã? Há alguns em duplicado? Epá, nem dei por isso, foi sem querer... hehehe...

Eu não disse...

... que hoje me iria presentear com algo bom?
Por mais cinco-órios-cinco do que a versão "normal", leva-se a edição especial, que adiciona um dual disc, com inéditos do lado do CD e uma data de vídeos no lado do DVD. Incluindo, claro, os do "Teardrop", "Karmacoma" ou "Unfinished Sympathy".
E, lá está, como me tenho esquecido dos cheques da FNAC, que me deram pelo Natal, na minha gaveta, ficou-se-me por tudo por oito órios e 95. ´Tá bem, prontos: 9.
Durante o fim-de-semana, duas vezes cinco minutos de Massive Attack.

Consolo


Max Ernst (1891 - 1979)
"A Virgem castigando o Menino perante três testemunhas" (1926)
196 x 130 cm; óleo sobre tela
Ninguém morre virgem. Mais cedo ou mais tarde, com mais ou menos violência, a vida arranja sempre maneira de nos foder. O importante, é não nos deixarmos engravidar.

Thursday, 30 March 2006

Som a curto prazo

Este, faltava-me na colecção. Já tinha o primeiro do The Kills, mas fui sempre adiando a compra deste. Fica aqui uma cheirinho dele - desta vez não por muito tempo, que já é tarde e amanhã TENHO de pôr aqui duas do CD com o qual me vou presentear (benditos vales da FNAC que me deram pelo Natal e dos quais me tenho esquecido na gaveta!).
Ui, que vai ser tão bom...

Culinária criativa


Parece que o governo já não tem mais cargos para distribuir: voltaram a falar da necessidade da regionalização.

Wednesday, 29 March 2006

Justificação bestialmente longa

16 Também obrigou a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a receberem certa marca na mão direita ou na testa,

17 para que ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser que tivesse a marca, que é o nome da besta ou o número do seu nome.

18 Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta, pois é número de homem. O seu número é seiscentos e sessenta e seis.
(Apocalipse 13 : 16 - 18)

Há milhares de explicações para o número 666 - começam no imperador Nero, e acabam em Bill Gates.
A teoria mais recorrente, é a de Nero. Uma das maneiras, que nos tempos do império romano eram utilizadas para codificar o nome de uma pessoa, recorria à numeração grega. Em Pompeia, por exemplo, existe a seguinte inscrição num mural: "PHILO HES ARITHMOS F.M.E." (F.M.E. = phi, my, epsilon = 545) - "Eu amo (aquela), cujo número (é) 545". Esta codificação aritmética seria quase impossível de descodificar para um estranho, mas não para os "iniciados".
Segundo isto, e tendo em mente a altura na qual o apocalipse foi escrito, e o facto de Nero ter sido o mais acérrimo perseguidor dos cristãos na altura, surgiu a teoria de que o "666" seria este imperador. Tendo receio de o nomear directamente, o autor recorreu a esta codificação: traduzindo o nome de Nero para hebraico (uma linguagem bem difundida entre a comunidade cristã dos tempos, mas não entre os romanos "normais"), teríamos NRON KSR. Sendo que os antigos hebraicos, à semelhança dos romanos, tinham um sistema numerológico baseado nas letras, a transposição disto para numeração, segundo essa correspondência, seria 50 + 200 + 6 + 50 + 100 + 60 + 200 = 666.
Claro que, ao longo dos tempos, se conseguiu aplicar isto a centenas de pessoas, consoante a conveniência: Maomé, Martinho Lutero, Napoleão e qualquer um dos Papas (ou, em alternativa, o Papado em geral).
Outra teoria gira, esta aplicada à citação sobre a "marca na mão direita ou na testa, para que ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser que tivesse a marca", é a seguinte:
em princípios dos anos '70, a IBM pediu a um funcionário seu, que desenvolvesse um código que pudesse facilmente ser utilizado na venda a retalho. Quatro anos depois, em Junho, foi passado o código de barras de uma embalagem de pastilhas Wrigley's num scanner instalado num supermercado no Ohio - foi a primeira venda recorrendo a esse sistema.
O código de barras é um sistema numerológico, transposto para um sistema de leitura óptica, que inclui, entre outras, três sequências de "marcação": princípio, meio e fim. Basicamente, são duas barrinhas fininhas, normalmente mais compridas do que as outras. Ora, se se reparar num código de barras que inclua o número 6, nota-se logo que estas barras são aparentemente iguais ao número 6:

Depois, ainda houve os que pegaram no nome do inventor: o funcionário da IBM chamava-se George J. Laurer, sendo que o "J." é de Joseph: três nomes de seis letras. E estava o caldo entornado, sobretudo juntando isso a o facto de que, hoje em dia, não se compra nem vende nada sem o código de barras. Especulativamente, o próximo passo será, de modo a evitar, por exemplo, a fraude com cartões, a codificação de cada pessoa individualmente, na testa ou na mão direita: passa-se as compras pelo scanner, seguidamente a mão direita. E estara cumprida a profecia sobre o início do fim.
Claro que isto coxeia, porque o código de barras codifica cada número em sete espaços, recorrendo, também, a espaços em branco: efectivamente, o número seis é um sequência de barra, espaço, barra e quatro espaços em branco. As sequências são, portanto, somente parecidas. Mas quem quer acreditar, arranja sempre maneira.
Pessoalmente, prefiro a explicação banal, que, na maioria das vezes, é a mais certa: expresso em numeração romana, 666 é DCLXVI, ou seja, emprega toda a numeração romana (exceptuando o M), em sentido decrescente. O autor achou que ficava bem, e era sufucientemente grande e perto do número bíblico da perfeição (777), mas inferior.
E pronto. Tudo isto para justificar a repetição do asterisco sonoro de hoje, que me apetece ouvir já há uns dias: o "The Number of the Beast", dos Iron Maiden. Apesar de toda esta desmistificação, a narração no início da canção ainda causa um certo arrepio - a voz ajuda, claro.

Monday, 27 March 2006

Alguém me empreste um ório


Acabei de me endividar até por cima das orelhas.
Já agora, e apesar de eu já aqui ter vociferado contra os blogs que são aproveitados para vender tudo e mais a mãe, este é o poiso actual.

A primeira vez


Auguste Rodin (1840 - 1917)
"O Beijo" (1888 - 1889)
181,5 x 112,3 x 117 cm; mármore
Claro que me lembro. E claro que me lembro que a primeira vez foi, efectivamente, à segunda. E tenho perfeita noção de que, com um altíssimo grau de probabilidade, acabei de me lixar.
Seja como for, quem também se lembrou da sua primeira vez, pelos vistos, foi o Peter Gabriel, quando decidiu escrever a letra da canção dos asteriscos sonoros de hoje. Na altura em que os Genesis ainda não faziam as charopadas que, a dado ponto, acharam por bem impingir-nos (depois do Peter Gabriel sair, pois claro).
Como tenho aquela teoria estúpida, de que quem não se consegue rir de si próprio tem algo de mal, rio-me sempre com esta canção:

I'm counting out time,
Got the whole thing down by numbers.
All those numbers!
Give my guidance!
Oh Lord, I need that now.

The day of judgment's come,
And you can bet that I've been resting,
For this testing,
Digesting every word the experts say.
Erogenous zones I love you:
without you, what would a poor boy do?

Found a girl I wanted to date,
Thought I'd better get it straight.
Went to buy a book before it's too late.
Don't leave nothing to fate.
I studied every line, every page in the book,
And now I've got the real thing here, I'm gonna take a look, take a look.

I'm counting out time, hoping it goes like I planned it,
'cos I understand it. Look! I've found the hotspots, figures 1 to 9.
Still counting out time, I got my finger on the button,
Don't say nothing - just lie there still
And I'll get you turned on just fine.
Erogenous zones I love you:
without you, what would a poor boy do?

Touch and go with 1 to 6.
Bit of trouble in zone number 7.
Gotta remember all of my tricks.
There's heaven ahead in number 11!
Getting crucial responses with dilation of the pupils.
Honey, get hip! It's time to unzip, to unzip.
Whipee!

Move over Casanova

I'm counting out time, reaction none to happy,
Please don't slap me,
Im a red blooded male and the book said I could not fail.
I'm counting out time, I got unexpected distress from my mistress,
I'll get my money back from the bookstore right away.
Erongenous zones I question you:
Without you, what would a poor boy do?
Without you, what would a poor boy do?
Without you, mankind handkinds through the blues.

Friday, 24 March 2006

Chapéus há muitos!


Como parece, que vamos ter um fim-de-semana daqueles em que uma bóia poderá dar jeito, deixo-vos não-só os desejos do costume, como algo para ocuparem o tempo: se clickarem na imagem com o botão da direita do rato, poderão descarregar um ficheiro de oito páginas em pdf - se não tiverem o Acrobat Reader para o abrir, basta irem lá mais abaixo netsa página, que à direita têm um botão para fazerem o download dele. É gratuito e garantidamente livre de virus, que é no site oficial da Adobe. É só imprimirem (cabe numa página A4), recortarem e colarem as badanas de cada trângulo à cor correspondente, e terão um chapéu com uma aba de 55 centimetros, mais ou menos como o boneco de cima. Depois, é prender com um elástico à cabeça, e, se tiverem colado tudo a uma boa cartolina, já vos dá para uns 20 minutos na rua. Depende da chuva, claro. Se não saírem, sempre dá para passar o tempo.
Já agora, peço desculpas pela pouca assiduidade nos últimos tempos. Entre ficar (de novo...) bloqueado pelo BlogSpot e ficar atolado em trabalho (ao contrário do que por aí se diz, nem todo o trabalho é dignificante, acreditem), não consegui por cá passar. Minto: até tive uns tempinho para dar uma vista de olhos por aqui, mas, a meio do stress, francamente não estava para aí virado.

Mais música de fitas

Para o fim-de-semana sonoro, dois asteriscos, de novo retirados da banda sonora do "Strange Days". O primeiro é uma canção cantada pela Juliette Lewis, que entre no filme, da PJ Harvey - e não está nada mal (mas isso é uma opinião, claro - já ouvi dizer mal disto). A outra, é dos ME PHI ME e do Glenn Plummer: outro actor que entra no filme e interpreta uma canção, no caso creditado na banda sonora com o nome do seu personagem: Jeriko One.

Tuesday, 21 March 2006

Soltei a franga

Maldita carne desfiada; caiu-me na mesa um pedaço de dentro da sandes.

Inconstância

E venha mais uma interrupção às bandas sonoras...
Mas, desta vez, nem é muito culpa minha: desde ontem que isto não me sai da cabeça, e a culpa é tua. Portanto, hoje, e em complemento à letra, Depeche Mode.

Monday, 20 March 2006

Dias estranhos

Retomo hoje a sequência das bandas sonoras: depois do "Judgment Night" e do "The Belly of an Architect", o "Strange Days". O primeiro asterisco sonoro retirado deste filme, é das Strange Fruit. Não vale a pena ir procurar na net algo sobre elas, porque só fizeram esta única canção. Eu fartei-me de procurar, até ao dia em que decidi fazer uma pesquisa pelas compositoras, individualmente. Não encontrei nada sobre a Morrylien Jenkins e muito pouco sobre a Ngozi Inyama. Mas a pesquisa sobre a Tara Thierry lá resultou no site dela. Daí, mandei-lhe um e-mail a perguntar sobre o grupo - e ela respondeu! Assim, fiquei a saber que tinha sido um fenómeno de uma canção somente, entre as três "afro-americans", teve ela o cuidado de realçar. Sim, porque nos Estados Unidos (?), também não há brancos: há "caucasians". E "native americans".
Portanto, e para grande pena minha, não há mais nenhuma canção das Strange Fruit.
Uma das vantagens, é que poderei um dia ter uma afro-americana a bater-me à porta, se ela alguma vez passar por Lisboa. A outra, é que poderá haver uma afro-americana a ter um caucasiano a bater-lhe à porta dela, se ele alguma vez decidir ir a Nova Iorque.

Compensação


Depois de uma semana lixada em termos de volume de trabalho (que só acabou, efectivamente, no Sábado às nove da noite), ainda tinha conseguido arranjar um tempinho, ao fim da sexta-feira, para vir aqui e vos desejar aquilo que eu já sabia que eu não iria ter, quando me apareceu este aviso. Não que fosse muito grave, porque, admito, não tinha tido tempo para pensar em algo minimamente decente; era mesmo só para vos desejar um bom fim-de-semana (que espero que tenham tido).
No Sábado já estava outra vez tudo fino, mas, para ser franco, eu queria era despachar o que havia para despachar, e não estava grandemente preocupado com o resto.
Para compensar, minimamente, fica aqui o que vos desejo para os próximos cinco dias. Fica ao critério de cada um, acelerar e desacelerar: hei-de ser o último a querer que os bons momentos passem a correr.

Thursday, 16 March 2006

Ai é assim, é

Quando a coisa aperta mesmo violentamente, só consigo trabalhar com os phones a debitarem coisas do género do que agora está a BOMBAR nos asteriscos sonoros: Biohazard, num dos casos com o Sen-Dog, dos Cypress Hill.
Portanto, para compensar o facto de não vos massacrar a vista com posts, massacro-vos os ouvidos. Se clickarem no "play". Lavo daí as minhas mãos.

Wednesday, 15 March 2006

Pero que las hay, las hay...


Jean-Baptiste Greuze (1725 - 1805)
"O Espelho quebrado" (1763)
56 x 46 cm; óleo sobre tela
O facto de acreditarmos em coisas, sem termos efectivamente prova da sua veracidade, é umas das coisas esquisitas em nós. Acho que é possível dizer que não existe ninguém que não tenha uma coisinha escondida, em relação à qual não seja supesticioso - quanto mais não seja, por precaução: eu, pelo menos, não sou supersticioso, mas se encontrar um trevo de quatro folhas, guardo-o - pode sempre ser verdade.
Quando Marco Polo chegou à corte de Kublai Khan, o imperador mongol que reinava sobre a China e mais alguns trocos, este quis saber, exactamente, como é que era o Deus do ocidente, e quais os rituais. A teoria dele, era a de ocupar uma fracção diária igual para todos os Deuses que conhecesse (e não eram poucos, que os exércitos dele conquistaram tudo da China até à Pérsia). Deste modo, quando morresse, a devoção dele haveria de chegar para quem quer que estivesse onde quer que ele fosse parar. Claro que não estou aqui a comparar religião com superstição, mas o princípio que eu por vezes aplico a uma superstição, é semelhante: porquê arriscar?
Tudo isto, para introduzir o asterisco sonoro para hoje, pedido pela Innocent Bystander: "Superstition", do Stevie Wonder. Ele compôs isto quando tinha 16 anos, mas "só" editou aos 21. Nada de especial, para quem já tinha estado no top de vendas, com composições próprias, aos 12. Esta canção, em particular, foi uma bomba, quando apareceu. A parte negativa, é que serviu como um dos pontos de partida para o Disco. Nada, nem ninguém, é perfeito.
Já que estamos a falar em inspirações, reparem bem no sintetizador, e depois oiçam com alguma atenção a parte electrónica no início d'"A Vida num só Dia", dos Rádio Macau. Ah, pois. As ideias boas nunca morrem. Pelo menos, bato na madeira para que não; pode ser aglomerado? Poc poc.

Tuesday, 14 March 2006

O julgamento do arquitecto


Já alguma vez passaram por aquela sensação desagradável, de que as pessoas acham que o que fazem é algo de menor importância, para a qual não é necessário desperdiçar um neurónio que seja? Tipo, recolha do lixo: uma pilha de malta depende dela, mas quem a faz não merece um segundo pensamento nem o mínimo de respeito.
Ou então, acham que sou um predestinado, um génio ao qual basta abanar os braços para lhe caírem soluções pelas mangas abaixo. Hahaha. Querias, ó palhaço (esta é a parte, na qual falo comigo próprio - delirium tremens).
O facto é que, tal como tinha previsto ontem, por aqui há uma sucessão de trabalho em catadupa (talvez consiga ir dormir a casa amanhã...).
Para compensar o descanso que vos dou, traduzido em somente um post, vão ter de gramar com mais um asterisco sonoro do "The Belly of an Architect", do Wim Mertens (ainda não é desta que se safam), e com um da banda sonora do "Judgment Night", que, vergonhosamente, me tinha escapado anteriormente: os Pearl Jam com os Cypress Hill. É capaz de ser a canção na qual o emparelhamento de grupos melhor funcionou, neste disco: há um equilibrio perfeito entre os dois grupo. Os Pearl Jam são grandes, muito grandes, mas eu tenho um fascínio pelos Cypress Hill - divertem-me à brava.

Monday, 13 March 2006

Nada, nickles, puto, zilch, niente


Ou seja: Zero. A invenção do Zero, é capaz de ser mais ainda importante do que a da numeração árabe. Os romanos não conheciam o Zero, e viam-se gregos para fazer contas das mais simples.
É por eles não terem o Zero, que nós falamos do século XXI, e pensamos nos anos 2000 - o século Zero, não existe em numeração romana. Havendo o zero, passaria um século, até se chegar ao século I. É um pouco como uma corrida numa pista: está-se na primeira volta, mas só se fez uma volta, depois de passar a primeira vez pela meta. É essa, também, a razão de o século XXI só ter começado na passagem de 2000 para 2001: quando se começou a contar os anos (em romano, claro está), começou-se logo pelo I. Ou seja, partiu-se do princípio que já tinha decorrido uma ano. O mesmo se aplica aos séculos, claro. Digamos que os romanos concebiam os números como sendo de transição: I é equivalente a "primeiro" (primeiro ano, p.ex.), enquanto que nós vemos a numeração como específica: 1 é 1, nem mais, nem menos.
Mas o zero também criou problemas. Quando as pessoas começaram a dividir números, chegaram a um deles: ao dividir, p.ex. 5, por um número cada vez mais baixo, o resultado é cada vez mais alto. E os matemáticos têm uma maneira porreira de se safarem, quando chegam a um problema: criam convenções. Então convencionaram, que, ao dividir um número por outro cada vez mais baixo, o resultado tenderia para o infinito. Claro que, como já tinham anteriormente convencionado que "infinito" não era um número, o resultado nunca poderia ser "infinito" (), propriamente. E então, tiveram de criar outra convenção: nunca se pode dividir um número por Zero. É matematicamente impossível. Por isso é que as calculadoras dão uma mensagem de erro, quando se introduz "2 : 0".
Para ter uma base científica para isto, criaram a prova (eles criam provas depois de criarem as convenções, é bestialmente pratico):
quando se tem uma incógnita (o famoso "x"), há um processo simples de o descobrir. Por exemplo:
6 : x = 3 - primeiro multiplica-se ambos os lados da equação por x, o que dá 6 = 3x, depois divide-se ambos os lados por 3 -
2 = x.
Se fosse aceitável que um número dividido por zero fosse (o que faria com que fosse um número "oficial", claro) , seria possível o seguinte raciocínio:
5 : 0 = . E 6 : 0 = . Até aqui, tudo bem. A coisa começa a ser complicada, quando se assume, também correctamente, segundo estes princípios, que = .
Ora, se = , então, 5 : 0 = 6 : 0. Aplicando o princípio usado para descobrir "x", mais acima, e multiplicando por zero ambos os lados da equação, teriamos, de um modo absolutamente correcto: 5 = 6.
E pronto: não se pode dividir por zero. E infinito também não pode ser um número, porque não é quantificável: por isso é que se chama infinito. Digamos que não há um infinito igual ao outro.
E porquê isto tudo? Porque tive hoje mais um exemplo de como o zero tanto pode potenciar, como pode reduzir. Quando está à esquerda, por exemplo.
E o que é que isto tudo tem a a haver vom a fotografia lá em cima, no post? É uma parvoíce: aquilo é um avião japonês da II Guerra Mundial, o Mitsubishi Zero-Sen.
"E o que é que eu tenho a haver com isso?", perguntam vocês, e muito bem. Nada. Zero, mesmo. Mas apeteceu-me.

Cólicas, mas das boas

O asterisco sonoro de hoje é, de novo retirado da banda sonora do "The Belly of an Architect". Algures, não sei onde, escrevi que a tradução do filme para português seria "A Barriga dum Arquitecto". Enganei-me; durante o fim-de-semana lembrei-me que se chama "As Cólicas dum Arquitecto" - só para o caso de alguém quiser ir à procura disto.
Fica aqui um aviso à navegação: o asterisco vai estar razoavelmente lixado esta semana, o que poderá provocar algum desleixe por estes lados. Não o abandono, claro, mas algum desleixe. A ver vamos. Aí pela quarta-feira, dava-me jeito que passasses por aqui com o pano do pó e o "Pronto", pode ser?
Até amanhã, portanto, mais uma vez Wim Mertens.

Friday, 10 March 2006

É este, é este!!!


Podem não gostar de Formula 1, mas eu desejo-vos um fim-de-semana tão bom, quanto sei que o meu vai ser.

Carteiras e serviço público


Eu até gosto da ideia de termos um cartanito que substitua cinco dos com que batalhamos todos os dias. Que para a tralha que meto na carteira, já me basta a que lá meto voluntariamente, não preciso da ajuda do estado.
E também achei janota eliminarem aqueles bajolos do BI e do cartão de eleitor. Agora vai ter tudo tamanho de cartão de crédito (que analogia porreira). Agora, o que os senhores não se lembraram, é que das poucas coisas nas quais a industria portuguesa ainda se safava, era na produção de carteiras para o mercado nacional - precisamente por causa do nosso BI. A indústria dos curtumes em Portugal já não estava muito bem? Então que se preparem para mais do mesmo...
Já agora, para saberem mais sobre o Cartão do Cidadão, é por aqui.
E, para não estar a chutar um post só por causa dum link, e visto que este continua na senda do serviço público, a Direcção-Geral da Saúde fez um micro-site, no qual compilou tudo o que se poderá querer sobre a gripe das aves. Basta ir ao site www.slbenfica.pt... hehehe. Não, agora a sério: fica por aqui, na barra da esquerda (não dá para fazer um link directo).

Olhar para dentro

Os asteriscos sonoros deste fim-de-semana, como já notaram pelo boneco aqui à esquerda, são do Wim Mertens, e fazem parte da banda sonora do "The Belly of an Architect". Por sinal, o Brian Dennehy (esse, o chefe de polícia no primeiro "Rambo"...), faz um papelão. E, como qualquer filme do Peter Greenaway, o tratamento estético deste também é brilhante; vale a pena ver, se conseguirem deitar-lhe as unhas (acho que em português se chama mesmo "A Barriga de um Arquitecto", e foi nomeado para a Palma de Ouro do Festival de Cannes em 1987).
A música, sendo minimalista, é um tratado de poupança de recursos: é pôr os phones, fechar os olhos, carregar no play e deixar-se ir. Ou olhar para dentro de si próprio.

Thursday, 9 March 2006

Santiago, esqueceste-te de São Pedro


A imagem que aqui está, é da linha 1 da Gare do Oriente, que foi onde eu apanhei o comboio que me levou a Coimbra, ao encontro da que agora, quatro vezes por dia, encaixo nas minhas pernas. A linha 1, nesta imagem, é logo a seguir às colunas que suportam a renda de bilros que fica lá por cima. É bonita, a Gare do Oriente. Pelo menos vista de fora, que por dentro é um amontoado de cimento. Feio.
Mas vem isto a propósito da borrasca que caía no Sábado de manhã, por volta das oito horas, com ventos fortes do quadrante norte. Foi giro, esperar pelo comboio nas catacumbas da Gare do Oriente e depois fazer um sprint escadas acima quando ele entra na estação. É que de outro modo, parado no cais da linha 1, apanhava uma molha maior, do que a que apanhei em 200 kms da A1 à tarde, de mota (está bem, que tive sorte, muita sorte).
"Form follows function", pázinho. É que eu tinha a impressão que uma estação de comboio servia para abrigar as pessoas enquanto elas esperam pelo comboio. Afinal, serve para o comboio não perder muito tempo parado, porque obriga as pessoas a fazerem os 100 metros em menos de dez segundos e 2 litros de chuva. Não que faça muita diferença, porque, aparentemente, é perfeitamente justificável o Intercidades para o Porto (supostamente o segundo comboio mais rápido neste trajecto), ficar 50 minutos parado devido a um troço de 10 minutos de via única, durante os quais passaram por nós dois Interegionais, um comboio de carga e um Alfa Pendular (e este foi o último...).
Quando pedi o livro de reclamações em Coimbra, parecia que lhes estava a arrancar o fígado, sem anestesia e com uma tesoura de podar. Ferrugenta.

Trancado fora de casa!!!!


Para me verem expulso de casa, é clickar na imagem

Durante três dias miseravelmente mal passados, o Blogger trancou-me fora de casa. Sem apelo nem agravo. Todos os blogs sedeados no Blogspot: kaputt. Já percebi que fui o único - cá para mim, andaram a esgravatar no servidor daqui, e rebentaram isto. Aplica-se o velho princípio: "If it's not broken, don´t try to fix it!"
Actualizações ao que por cá se passou desde sexta-feira (!), seguem-se nos próximos tempos (inclusivé o resgate da nova bomba, e algo mais).
Para terem uma noção de como é lixado, interrompo a sequência de bandas sonoros nos asteriscos, e mando-lhe com Anastacia. Por sinal, até gosto de algumas coisas dela: é pop assumido, mas bem feitinho. Além do mais, uma miúda que, nos tempos das plásticas e do corpinho-perfeito-para-vender-muito que correm, não tem problemas em mostrar a cicatriz gigante que tem na barriga, pelo menos merece alguma admiração. E gosto desta canção. Assumo. Apesar de ter ficado trancado do lado de fora. Vá lá, que arranjei uma gazua.

Friday, 3 March 2006

VROOOOOOOAAAAAAARRRRR

Mais Julgamentos nocturnos

E vão duas para o fim-de-semana, da mesma banda sonora, mas agora mais audíveis, que isto não é só para massacrar.
A primeira é dos Dinosaur Jr e de Del Tha Funky Homosapien. Sobre o segundo, pouco há a dizer, a não ser o facto de ele ser o irmão do Ice Cube. Dos primeiros pode-se dizer que, durante os fins da década de '80 estavam lá bem em cima, juntamente com os Pixies e semelhantes. Nesta altura, em 1993, ainda faziam coisas de jeito, mas cada vez menos interessantes.
A segunda, é dos Mudhoney e de Sir Mix-A-Lot. Uma daquelas canções que eu chamo de "desopilantes".
Dos Mudhoney, pouco reza a história. Fundados por volta de 1985, tiveram algum sucesso, mas, o que é verdadeiramente importante, é que, estes sim, foram os percussores de tudo que se convencionou chamar "grunge". Quen tiver alguma curiosidade, que clique no link, e leia a biografia deles: está lá tudo que veio a ser grande, posteriormente.
O Sir Mix-A-Lot é um dor milhares de exemplos saídos das escolas do Rap, que tiveram um sucesso gigante com uma canção ("Baby got Back" - ao contrário do que possa parecer, não é sobre um amor que regressou, mas sobre mulheres "abundantes" (vem de bunda, mesmo)) e depois, nunca mais nada.

De bestial a bestial

Por mim, até pode cair granito, que amanhã, o asterisco vai a Coimbra trocar o ferro velho:

por um todo arranjadinho:

Claro que o tempo no Domingo vai melhorar. Claro que o pior dia da semana vai ser amanhã. Vão ser 200 kms a levar com água nas trombas: "Olha pai, aquele tipo na mota vai todo encharcado e mesmo assim vai a sorrir, o parvo!"

Thursday, 2 March 2006

Let's break stuff

O asterisco sonoro de hoje, continua no registo e ontem: mais uma da minha banda sonora favorita, desta vez nas pessoas dos Biohazard e dos Onyx.
Ainda há por aí móveis, ou é precisa uma ajudinha?

São minetes, senhor

Há uns dias atrás, delirei sobre a relação de amor/ódio que o jornalistas (e não só), têm com a palavra "ironia". Desta vez, e entrando em territórios pantanosos, deixem-me apontar ao senhor autor desta notícia, que, certamente obcecado pela versão oral do acto de se suar ferozmente, se esqueceu da versão feminina da coisa. E que, neste caso, manifestamente deveria ter empregue a palavra "minete"; isto, já que quer entrar pelo calão. Vejam lá se me enganei:

in Público, 02.03.2006

Panem et circensis


Marie Antoinette (1755 - 1793)
por Louise-Elisabeth Vigée-Lebrun (1755 - 1842)

"Se não têm pão, que comam bolo."
A última vez que isto foi dito, a protagonista literalmente perdeu a cabeça, pouco depois.
No Portugal dos nossos dias, haveria uma menor comoção, seguida de um rápido apaziguamento por causa da transmissão em directo dum qualquer derby na SportTV. E, se Juvenal (58 - 130) satirizava o povo romano como satisfeito por lhe ser servido panem et circensis, está visto que, por cá e hoje em dia, basta o segundo dos dois.
É uma questão de fazer uma selecção criteriosa do dia no qual se retira o pão.
Convém que seja numa véspera do circo.

Wednesday, 1 March 2006

BS


Estas são as quatro bandas sonoras da minha escolha, arrumadas por preferência.
O "Judgment Night", nem sequer vi o filme. A banda sonora é de 1993, e tem a particularidade de emparelhar, em cada canção, um grupo "da pesada" e um grupo de Rap / Hip-Hop. Foi o nascimento precoce de todos os grupos como os Limp Bizkit, Linkin Park, etc., etc., etc. É da música mais brutal alguma vez feita, e ainda hoje, quando é para fazer directas, fica a bombar por aqui várias vezes seguidas. De partir móveis. Mas com pinta. As parelhas são as seguintes: Helmet & House of Pain; Teenage Fanclub & De La Soul; Living Colour & Run D.M.C.; Biohazard & Onyx; Slayer & Ice-T; Faith No More & Boo-Yaa T.R.I.B.E.; Sonic Youth & Cypress Hill; Mudhoney & Sir Mix-A-Lot; Dinosaur Jr & Del Tha Funky Homosapien; Therapy? & Fatal e (faixa extra, a proverbial cereja no topo do bolo) Pearl Jam & Cypress Hill.
A segunda banda sonora da minha vida, é o "The Belly of an Architect", de 1989. Vi o filme na televisão, e andei anos e anos à procura da banda sonora. Encontrei-a na Strauss, na rua Nova do Alecrim (já não existe). Custou-me uma pipa de massa (3.600$00), sobretudo se tivermos em conta que tem 30 minutos, e que só uma parte dela é boa. O filme é do Peter Greenaway, a banda sonoro é repartida pelo Glenn Branca (fraca) e pelo Wim Mertens (ab-so-lu-ta-men-te genial). São menos de vinte minutos, de cair de cu. É mesmo assim. Sabem aquelas bandas sonoras todas do Michael Nyman? Esqueçam. São muito boas (também lá estão na estante), mas esta é infinitamente melhor.
Em terceiro lugar, ex-aequo, a banda sonora do "Strange Days" e do "The Basketball Diaries". Qualquer um dos filmes é bom, o segundo é melhor do que o outro. Aqui, escondido no meio do texto, vou admitir uma coisa: o Leonardo di Caprio, no "Basketball Diaries", faz um papelão. A voz da narração em off, o desempenho dele, tudo perfeito. E mais não digo.
A banda sonora do "Strange Days" é, no mínimo, ecléctica, senão, veja-se:
Skunk Anansie; Lord of Acid; Tricky; Deep Forest; Strange Fruit; Juliette Lewis (a cantar duas canções da P.J. Harvey); ME PHI ME & Jericho One; Prong & Ray Manzarek (é isso: um grupo de Heavy (muito heavy, mesmo) Metal e o teclista dos Doors); Satchel; Kate Gibson; Lori Carson & Graeme Revell; Deep Forest & Peter Gabriel.
A banda sonora do "Basketball Diaries" é mais convencional, mas muito boa, também:
Jim Carroll & Pearl Jam; P.J. Harvey; Soundgarden; The Jim Carrol Band; The Doors; Green Apple Quick Step; The Posies; Massive Internal Complications; The Cult; Graeme Revell, Flea e Rockers Hi-Fi. Curiosamente, são os dois de 1995.
Toda esta salada de referências, só para introduzir, aqui, uma nova temática para os asteriscos sonoros: durante a próxima semana, semana-e-meia, batem aqui uma a duas canções de cada uma destas bandas sonoras. Para hoje, e para começar a abrir, do "Judgment Night", a parelha Faith no More & Boo-Yaa T.R.I.B.E. - BANG YOUR HEAD TO THIS!


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