Friday, 30 December 2005

Antecipação


Que 2006 seja o ano que, ainda daqui a muitos anos vos faça sorrir,
o que é muito mais importante do que rir.
Feliz Ano Novo. Em chinês, que eles andem aí, e cada vez mais.
É começar já tratá-los bem, que quando aparecerem em força, não vou ser eu a ser apanhado com as calças pelos tornozelos. E com esta bonita imagem, deixo-vos, em direcção ao Ano Novo.
Tal como no Natal, a gente só se volta a ler daqui a quatro dias, que o patrão deu o dia 2.

Atmosferas alentejanas

Agora é que é, por deliberação asterisquiana:
Hoje fica aqui a última prenda de Natal no astericos sonoros. Não que não possam pedir, sempre que quiserem, uma canção; essas eu continuo a colocar. Mas esta é a última vez que coloco aqui o pedido, uma canção de Natal (maizoumenos) e as envio para o e-mail do requerente.
Quem tem a sorte de aqui poder ouvir o seu pedido durante o fim-de-semana, é o Chaparro.
Em primeiro lugar, no entanto, a minha prenda. É uma paródia aos AC/DC, pelo Bob Rivers, e chama-se "Jingle Hells Bells".
Já numa onda muito mais erudita, o chaparro pediu-me o "Atmosphere" dos Joy Division, que aqui fica a contrastar.
Já agora: Chaparro, se quiseres que te envie os links para ficares com as prendas, vais ter de me mandar um endereço de e-mail.

Manchete do ano


Ah, ganda maluco! Uma não lhe chegou!

Boa acção - II

Em adenda (ultimamente, ando a gastar esta palavra...) ao post anterior, de um mau gosto elogiável, gostava só de acrescentar que ajudei mesmo a senhora a atravessar a rua.

Boa acção - I

Hoje de manhã, ainda no lusco-fusco, ajudei uma senhora cega a atravessar a rua. Por uns poucos de instantes, uma fracção de segundo, o meu mundo iluminou-se um pouco mais. Depois ainda um pouco mais. Vá lá que ainda dei um salto para a frente e o Honda Civic só a apanhou a ela.

Thursday, 29 December 2005

A culpa não é minha. Juro!

Fica com este post e o respectivo apêndice provado, que qualquer aspiração a uma réstea de critério e qualidade aqui no estaminé foram pela janela fora. Conhecendo minimanente o bicho, já deveria saber que não posso andar por aí a prometer coisas do género "peçam, que eu faço" (pronto, venha lá o comentário).
Para hoje, portanto, há uma reabertura dos asteriscos sonoros armados em prenda de Natal, e a culpa é do Míscaro: fica aqui "O Pito da Maria", pelo Quim Barreiros. Foi ele que pediu, ainda por cima publicamente...
Antes, porém, fica a minha prenda: a conclusão do Dave Chapelle sobre por que razão o Pai Natal não pode ser negro.

A quinta dimensão ou Este gajo é mesmo chato


Não acredito em extraterrestres (pelo menos, nos que nos possam visitar), apesar de, volta e meia, achar que anda por aí gente que não pode ser deste mundo.
Isto, porque ontem voltei a tropeçar num daqueles programas sobre encontros imediatos.
Até pode ser, que existam pelo universo fora vários seres inteligentes, e até mais inteligentes do que nós, só que acho virtualmente impossível que alguma vez cá cheguem.
Senão, vejamos: o Universo tem, numa estimativa, 27 mil milhões de anos-luz de uma ponta à outra. Melhor dizendo: se se percorresse 27 mil milhões de anos-luz, chegar-se-ia precisamente ao ponto de partida - isto devido ao facto de o universo ser infinito. Imagine-se dar a volta ao mundo; o conceito é semelhante, só que enquanto que a terra é um objecto infinito em duas dimensões (na terceira - o raio, neste caso - não o é), o universo é-o em três dimensões). O que isto também quer dizer, é que para ir de uma ponta à outra do universo, eu teria de viver 27 mil milhões de anos, e isto se viajasse à velocidade da luz, o que é impossível. O que isto, por sua vez, quer dizer é que a porção do universo que fica ao nosso alcance é comparativamente minúscula. Repare-se, que o nosso sistema solar mede 0,00063 anos-luz, e que para nós percorrermos uma distância daqui a Marte, demoramos, hoje em dia, três anos. Se o universo fosse do tamanho da Terra, a Terra seria do tamanho de uma bactéria e. coli (piriri, portanto).
Agora entremos no "Mundo do Suponhamos": suponhamos, que existe uma civilização cujos representantes vivem até aos 500 anos. E suponhamos que essa civilização consegue viajar a uma velocidade extremamente alta. Quase a velocidade da luz, suponhamos. Suponhamos, também, que eles vivem a 600 anos-luz, o que já pressupõe que só cá cheguem visitantes que nunca viram o seu planeta de origem, apesar de, a níveis cosmológicos, estarmos a falar de um saltinho. Para cá chegarem viajando a uma velocidade pouco abaixo da velocidade da luz (suponhamos, p.ex. 600 anos e um dia), teriam de ter uma fonte de energia absolutamente gigante na nave. Peguemos no bom do Einstein: uma das suas estipulações, é que quanto mais próximo se chega à velocidade da luz, mais energia se necessita, numa fórmula exponencial; perto da velocidade da luz, a energia teria de ser quase infinita, o que torna a coisa difícil. Depois, outro factor: para acelerar um objecto até à velocidade da luz, demoraria uma eternidade: tem de ser feito aos poucos, por uma questão de sobrevivência: repare-se que, por exemplo, um ser humano corre sérios riscos de vida, quando é desacelerado (fisicamente, é a mesma coisa que acelerado, só que no sentido inverso) de 300 Km/h em um segundo - o cérebro começa a chocalhar no crâneo (bonita imagem, esta). Em (des)acelerações mais violentas, ficamos feitos literalmente em papa. Não é de supôr, que um extraterrestre tenha uma resistência muito superior à nossa, mas mesmo que tenha: trata-se de o acelerar do zero aos 299791 km/s (sendo que a velocidade da luz é de 299792 km/s)... E, mesmo depois de acelerar até quase essa velocidade, teria de desacelerar, a dado ponto. Para fazer isto com um objecto com um quilo, a energia dispendida, segundo o bom do cálculo E=mc2, é absolutamente brutal: o nosso sol não dispõe dela.
Até agora, falei de espaço e como transpô-lo. Passemos a outro factor, o tempo; para isso, recorro a uma curta cronologia:
O universo tem cerca de 12-15 mil milhões de anos.
A Terra ter cerca de 4,5 a 4 mil milhões de anos.
Assumamos, que o universo tem 12 mil milhões de anos e transponhamos isso a um ano, tal como o conhecemos:
00:00 de 1 de Janeiro - dá-se o "Big Bang": é criado o universo;
Início de Fevereiro - forma-se a nossa galáxia, a Via Láctea;
12 de Agosto (aprox.) - formam-se o Sol e a Terra;
28 de Setembro (aprox.) - aparecimento de vida unicelular na Terra;
13 de Dezembro - aparecimento da primeira fauna;
25 de Dezembro - os dinossauros dominam, já, a Terra;
00:33 de 30 de Dezembro - um asteroide impacta na Terra, extinguindo os dinossauros;
09:00 de 30 de Dezembro - aparecimento do primeiro ser humanóide;
23:58 de 30 de Dezembro - aparecimento do homo sapiens (nós, grosso ao modo);
23:58'30" de 31 de Dezembro - Desenvovimento da agricultura - tornamo-nos sedentários;
23:58'47" de 31 de Dezembro - Construção das pirâmides;
23:58'59" de 31 de Dezembro - Shakespeare começa a escrever.
Por aqui se vê, que não só teria de haver uma avanço tecnológico quase impossível por parte de uma raça que vivesse razoavelmente perto (diria mesmo, impossivelmente perto, dada a dimensão do universo), como, em termos da comparação anterior, ela teria de viver num espaço de tempo ridiculamente coincidente com o nosso!
Resumindo: acho muito pouco provável que alguma vez tenhamos provas de vida inteligente activa noutro planeta. Ou já existiu, ou ainda não existe, ou está longe demais; os factores para haver uma concidência são, dada a dimensão espacio-temporal do universo, demasiadamente grandes.
Aliás, o que me espanta mesmo, tendo em conta os últimos desenvolvimentos, é que ainda haja vida por estes lados.

Wednesday, 28 December 2005

Tudo, menos o Zero

1 2 3 4 5 6 7 8 9
Menos o 0, que deixou de existir precisamente com a entrada do Inverno. Pessoalmente, sentado nesta cantinho, vou sentir a falta.

Last, but not least

Parece que se encerra hoje o ciclo das prendas de Natal sonoras - pelo menos, não me chegaram mais pedidos. Este, foi a BB que me enviou uma lista, para eu escolher uma. Escolhi logo a primeira, partindo do princípio que a primeira ideia terá sido a mais espontânea.
Ficam nos asteriscos sonoros de hoje, como prenda escolhida por mim, o "Weird Al" Yankovic, com a noite na qual o Pai Natal mandou tudo às urtigas.
De seguida, e obviamente de selecção mais criteriosa, a canção que a BB escolheu, tocada pelos Air.

Tuesday, 27 December 2005

Ladies and gentlemen, it's the Muppet Show!

Recebi uma prenda de Natal!
Obrigado!

Asterisco redecorado

Pronto. Acabou o Pai Natal. O asterisco perdeu o barrete.
Mas não acabou o período natalício; esse ainda é festejado até ao dia 6 de Janeiro e é por isso que existe a canção "Twelve Days of Christmas", que fica a debitar nos asteriscos sonoros em dose dupla. A primeira é dos Marretas, em mais uma aparição. A segunda é do David Allen Coe; a versão para quem acha que a anterior é demasiado convencional...
Mas, voltando ao asterisco não sonoro: fica de bolas luminosas e coroa até ao dia 6.
Eu não disse que não ia ser um asterisco de fim-de-ano?

Friday, 23 December 2005

Luzes, som, acção


E para acompanhar as luzes, duas peças musicais a meu pedido, sem indicação de proveniência. Quem quiser, pode olhar um pouco para as luzes, e depois fechar os olhos e carregar no play. São 10 minutos de paz interior, se ouvirem as duas de seguida.
Não me vou alongar mais nos desejos natalícios, porque palavras não chegam. Lêmo-nos na terça-feira, que o estaminé que me emprega e que inocentemente paga as despesas da internet do asterisco, nos deu um dia de folia.
Tudo, mas tudo, de bom para todos.
A partir do próximo contacto, o asterisco perde o barrete.

Heróis presidênciais


Esta senhora, chama-se Maria Teresa Lameiro, é funcionária pública, de 56 anos e vive em Bila Noba de Gaia, carago.
Até aqui, nada de fora do comum; partilha o destino com milhares de outras pessoas, mais ou menos anónimas, se não em Vila Nova de Gaia, então espalhadas pelo país.
A diferença, é que esta senhora é candidata à Presidência da República. Entregou mais de dez mil assinaturas no Tribunal Constitucional, demonstrando, entre outras coisas, que existe, de facto, discriminação entre habitantes na capital e habitantes em qualquer outra zona de Portugal: como os sacos eram muito pesados, teve de vir duas vezes a Lisboa, porque só pode entregar as assinaturas no Tribunal Constitucional, na capital. Nisto, e como teve de vir de comboio, já gastou uma pipa de massa em comboios e uma data de tempo em entregas.
Ai do doido de França (a terrinha em plena Serra do Gerês, não o país) que se lembre de se candidatar à Presidência da República.
Nas palavras da candidata: "Tudo de uma vez era muito pesado. Foram cinco sacos da primeira vez, e seis na segunda".
Na opinião dela, e não encontro as citações, portanto vai aqui em ad lib e ad hoc, o cargo de Presidente da República é um emprego como qualquer outro, só que financeiramente mais atractivo. A candidatura à Presidência da República era já um sonho antigo, e, admite ela, da última vez não entregou tudo em devida ordem.
É por estas pessoas, que optam por exercer o seu direito a custo, que me irritam profundamente os candidatos-palhaço, como os Manueis Joãos Vieiras. Porque, efectivamente, estão a gozar não com a Presidência, mas sim com as pessoas anónimas, que se candidatam a muito custo, e que levam a coisa a sério. E isto não é uma irritação pessoal: tenho todos os discos dos Ena Pá 2000, divirto-me bestialmente com eles, já o(s) fui ver ao vivo várias vezes e até nem sou muito amigo da República (apesar de aquela ideia de ela andar sempre por aí com um seio de fora ter o seu quê de atractivo).
Para finalizar, três pontos:
  • em honestidade, ninguém vai bater esta senhora;
  • talvez não fosse mal pensado, facilitar a candidatura de não-lisboetas habitante em Portugal à Presidência da República, em vez de estar a debater a estupidez da regionalização ou deslocar Secretarias de Estado para Faro (como de costume, põe-se a carroça à frente dos bois, por estes lados) - é só uma ideia;
  • antes de gozar com algo, dever-se-ia, talvez, pensar em quem, verdadeiramente, é gozado - nesta caso, parece-me ter falhado completamente o objectivo.
Se forem aqui, encontram uma lista dos outros verdadeiros heróis, e se forem aqui, lêem a notícia da candidatura da senhora.
Se alguém me facultar a citação que perdi, tem a minha eterna gratidão.

Thursday, 22 December 2005

Pontinha natalícia


Se houvesse só um pouquinho mais de justiça no mundo, os Backstreet Boys e semalhantes seriam afagados por um rolo compressor mal abrissem a goela, e este senhor ainda estaria vivo.
Para a prenda de Natal de hoje, uma canção pedida pelo Pontinha, que me dá um prazer diabólico pôr a bombar aqui: "Catholic Girls" do Frank Zappa, cujo nome, por imposição legal, deveria ser obrigatório ser precedido por adjectivos do género "estrognífico", "marafantilhástico" ou "fantabulástico". Genial, também não fica mal. Facto é, que difícilmente se encontrará alguém que diga que a música dele é má, mesmo entre os que não gostam dele (e são muitos).
Antes, no entanto, e já que estamos num dia de irreverência natalística, ficam os Arrogant Worms, com a minha prenda para o Pontinha. Isto é como a guerra: dar e levar - dão-me a oportunidade de pôr uma pedida, e levam outra, do meu baú.
Já agora, para a prenda ficar completa (apesar de eu duvidar que precises, sobretudo no caso do FZ): manda-me lá um endereço de e-mail, para eu te mandar os links para descarregares.

QI


Há uns tempos atrás, tomou-se a iniciativa de medir o QI de mulheres e homens célebres, com base em todos os dados disponíveis. A lista dos dez primeiros ficou ordenada assim:
  1. John Stuart Mill
  2. Johann Wolfgang Goethe
  3. Gottfried Wilhelm Leibnitz
  4. Hiug de Groot (Hugo Grotius)
  5. Thomas Macaulay
  6. Jeremy Bentham
  7. Blaise Pascal
  8. Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling
  9. Wilhelm Haller
  10. Samuel Taylor Coleridge
Esta é uma curta biografia da infância do primeiro classificado (que viveu entre 1806 e 1873), tal como descrita por Dietrich Schwanitz, no seu livro "Cultura - Tudo o que é preciso saber" (Dom Quixote, 2004). Já agora: vale a pena ler o livro.
Aos três anos, ele leu as fábulas de Esopo na sua versão original, depois a Anabase de Xenofonte, assim como Heródoto, Diógenes Laércio, Luciano e Isócrates. Aos sete anos leu os primeiro diálogos de Platão e começou, sob a supervisão do seu pai, o estudo da aritmética. Para se recompor, leu a tradução de Plutarco e a Histório de Inglaterra de Hume. Aos oito anos começou a ensinar latim aos seus irmão mais novos e, deste modo, leu Virgílio, Tito Lívio, Ovídio, Terêncio, Cícero, Horácio, Salustro e Ático, ao passo que prosseguia ao mesmo tempo o estudo dos clássicos gregos Aristófanes, Tucídides, Demóstenes, Esquines, Lísias, Teócrito, Anacreonte, Dionísio, Políbio e Aristóteles. A área do conhecimento que mais o interessava era a história, sendo que ele prório, a título de um «útil entretenimento», escreveu uma História da Holanda e uma História Constitucional Romana. Tirando Shakespeare, Milton, Goldsmith e Gray, as suas leituras não foram de cariz literário. De entre os seus contemporâneos, apenas tomou nota de Walter Scott. Como maior divertimento da sua infância, ele designa a ciência experimental. Mal tinha completado onze anos, iniciou o estudo da Lógica e da Filosofia. Aos treze anos fez um curso completo de economia política. O seu pai era amigo dos economistas Adam Smith e Ricardo, mas antes de poder ler as obras destes, o pai dava-lhe uma lição durante o passeio de cada dia, que Mill tinha de reproduzir por escrito e sob uma forma clara e precisa. Só depois deste exercício, ele podia ler Ricardo e Smith por sua parte, entretendo-se a refutar Smith, que na opinião de Mill pecava por superficialidade, com Ricardo. Aos quatroze anos, Mill viajou até Montpellier e aí estudou Química, Zoologia, Matemática, Lógica e Metafísica. Depois do seu regresso tornou-se um adepto de Jeremy Bentham e fundou com o seu pai o periódico The Westminster Review, devido a cuja influência ele se tornou um dos intelectuais mais proeminentes da Inglaterra. A superioridade da sua inteligência também se manifesta no facto de ter sido ele quem escreveu um dos primeiros livros sobre o movimento das mulheres: The Subjection of Women.
Eu, há altura em que me sinto um completo atrasado mental. Vocês não?

Wednesday, 21 December 2005

Prendas a correr

Maizum dia de labuta intensa, que só vai dar para aqui deixar a prenda do dia, desta vez para a Viuva Negra, que me pediu Nitin Sawhney. Como há uns tempos também comentou um "Ave Maria", fica aqui o do Schubert; era este? A interpretação é do Plácido Domingo e do Coro de Rapazes de Viena. Não é propriamente música de Natal, mas não fica muito longe.
O e-mail com os links segue de momentos.

Tuesday, 20 December 2005

Peluches e Lobisomens

Hoje, e devido ao volume de coisas que tive de fazer que não têm importância nenhuma (i.e. trabalho, ao contrário de teclar por estes e outros lados com vocês), fica só o asterisco sonoro do dia, ainda na modalidade de prenda de Natal.
Em primeiro lugar, um versão swingada do Jingle Bells, pelos Marretas, como oferta para a Nana. Em segundo lugar, o pedido dela: os La Unión, com a versão castelã dum lobisomem em Paris.
O mail com os links segue dentro de momentos.

Monday, 19 December 2005

Origens obscuras

Há histórias, que por serem tão bonitas, merecem ser contadas:

Há muitos anos, na véspera de Natal, o Pai Natal estava muito aflito porque ainda não tinha embrulhado as prendas todas, tinha uma rena coxa e outra constipada. Desesperado, foi beber um copo. Chega à adega e não havia nada. Voltou à cozinha para comer alguma coisa e os ratos tinham comido tudo. Como se tudo isto não bastasse, a mulher avisa-o que a sogra ia passar o Natal lá a casa. O Pai Natal passou-se!
No meio do desespero, tocam-lhe à porta. Com a pressa de abrir a porta, tropeça, bate com a cabeça numa esquina da mesa e começa a sangrar abundantemente. Já verde de raiva, abre a porta e dá de caras um anjinho, que lhe diz, com uma voz angelical:
- Olá Pai Natal! Boas Festas! Venho visitar-te nesta quadra tão feliz, cheia de paz e amor. Trago-te aqui esta árvore de Natal. Onde é que queres que a meta?
Foi a partir daí que todas as árvores de Natal passaram a ter um anjinho no topo.
recebido por e-mail

Olhos nos olhos

Já o outro dizia "Cheek to Cheek", mas eu, pessoalmente, também prefiro mais olhar nos olhos. Sobretudo porque o outro pressupõe uma capacidade de não pisar os pés da parceira, coisa que me é manifestamente estranha.
O asterisco sonoro para hoje foi pedido pela Just me, e é o "In your Eyes" do Peter Gabriel, que fica como prenda de Natal.
Antes disso, no entanto, dêem uma ouvidela ao que ela não pediu ("mea culpa", portanto). Não é fácil de perceber, porque é em sotaque australiano cerrado, mas vale a pena: é o Kevin Bloody Wilson, com o "Hey, Santa Claus, you Cunt".
O e-mail com os links segue em momentos. Espero que melhorem ainda mais o teu Natal.

Números primos

1912200537
Um número primo, é um número inteiro, maior que 1, que só é divisível por si mesmo e por 1.
Por exemplo, na sequência ali em cima, só um algarismo não é primo.
E se quiserem saber, por que carga de água este anormal vos anda a chatear com estas merdas, é uma questão da analisarem a composição do número.
Duas dicas: Sagitário acaba a 21 de Dezembro e 2005 menos 37 dá 1968.

Friday, 16 December 2005

Adivinha

Na senda da malta que me usa para tapar tudo e mais alguma coisa, fica aqui uma adivinha:

Quem adivinhar, fica a saber o que lhe desejo.

Asteriscos de Natal - Senador & 1 entre 1000's

Para hoje, e já um pouco tarde, maizuma prenda de Natal encomendada, desta vez por duas pessoas, a 1 entre 1000's e o Senador. Antes, no entanto, a minha oferta seleccionada, uma canção de não-Natal na forma dum dueto do Tom Waits com o Peter Murphy.
A canção pedida é o "100%", dos Sonic Youth, o que, como foi pedida por duas pessoas, até calha bem aqui ficar durante dois dias.
O e-mail com os links para descarregarem as prendas para cada um de vocês segue em momentos.

Inimigos secretos

Segue-se um relato (não muito detalhado, que eu não sou de me incriminar... muito), da snookerada no "Club de Snooker Águia d'Ouro", seguido do jantar de Natal do estaminé que, para mal dos seus pecados, me tem na sua folha de pagamentos.
Depois de ter conseguido arrastar 8 companheiros de labuta para a minha já tradicional sessão-de-snooker-pré-jantar-de-Natal, às 17.19 da tarde de ontem, lá atravessamos a Avenida da Liberdade, em direcção ao salão, passando por essa instituição que é o Maxim's (sem parar, no entanto). Passaram-se duas horitas e meia de tacadas, acompanhadas de canecas de cerveja (que têm a particularidade de serem de alumínio, e brutalmente frias, porque as são guardadas num frigorífico - no início, até custa pegar nelas), após as quais arrepiamos caminho, de novo sem direito a paragem no Maxim's, para nos enfiarmos alegremente no trânsito da Ponte sobre o Tejo (só há uma Ponte sobre o Tejo em Lisboa. A outra é a Vasco da Gama). A coisa foi suportável, porque houve um génio de entre nós, que providenciou, em atitude digna de menino Jesus, as jolas para o pessoal. Pesava e não era pouco, o filho da mãe do saco.
Por fim, chegados ao restaurante "Atira-te ao Rio" (por sinal, todos os sítios em que trabalhei acabaram por fazer um jantar, mais cedo ou mais tarde, no "Atira-te ao Rio". Deve ser um fétiche), foi uma verdadeira alegria ver a circulação das caipirinhas e caipiroskas que passaram a povoar a sala, num rácio de 3-4 por ocupante. Um dos poucos a conseguirem esquivar-se ao copinho da palhinha fui eu, num notável exercício de sequências imperiais, que as misturas, aos asteriscos, dão-lhes as voltas aos membros, o que, tendo em conta que são cinco (neste caso), dá uma razoável confusão. Venham daí os tracadilhos sobre os membros, vá.
Durante o jantar, houve a tradicional troca de prendas, sendo que o tema era não o "amigo secreto", mas sim o "inimigo secreto": a ideia era tentar descobrir o que a outra pessoa NÃO quereria nunca como prenda, e oferecer-lhe isso (já agora, para alguns: não era dar o que mais poderia ofender, ó ursos). Eu ainda tentei descobrir o meu inimigo, para lhe explicar que não gosto absolutamente nada de Ferraris, mas só recebi um saquinho de chá verde (duplamente na mouche, por sinal) e um pacote de pipocas (na mouche, novamente, e eu sei de quem é a culpa disso. Prepara-te, Rodrigo: here comes the pain).
Depois do repasto, a turba-multa espremeu-se de novo no autocarro, o que incluia percorrer uns 500 metros à beira-rio, num perigoso teste à capacidade de andar num linha aproximadamente recta.
Após uma rápida viagem de regresso, e depois de acordados alguns dos participantes desta grandiosa excursão, foi decidido que era a hora ideal para uma boa parte se enfiar em táxis e partir em direcção ao Cais do Sodré, na figura do Tóquio, que nos brindou com uma selecção de opções musicais excelente, o que teve consequências trágicas. Pois é, boa gente. Como decerto já leram / ouviram / viram nas notícias, o asterisco dançou. Durante uma hora e meia, tendo-se verificado um fenómeno recorrente nestas situações: metade da pista ficou por minha conta. Fiquei com a impressão de que o Tóquio até decidiu fechar mais cedo, como consequência disso (o que também é recorrente), mas pode ser só paranóia.
Depois, apesar de haver ofertas para nos replantarmos para o Jamaica, decidi não me impôr mais, também devido às ameças quase físicas das quais já vinha sendo alvo desde que decidi pisar a pista de dança (obrigado pela facalhame, ó Naifas), e aproveitar uma boleia quase até à porta de casa (obrigado, Rita), com mais um dia passado com a certeza de dever cumprido.

Thursday, 15 December 2005

ALEXiscos sonoros

Para hoje, a primeira prenda sonora da quadra. Mas, primeiro, a minha escolha para a canção de Natal de acompanhamento: já que até agora estava a dar os Marretas, fica mais uma deles, em dueto com a Rosie O'Donnell: "Do you hear what I hear?", que é uma coisa um pouco parva para se perguntar num blog, mas enfim.
De seguida, o pedido da Alex: "Drive" dos Cars. Ainda me lembro do video: um gajo do género Peter Cetera a cantar, sem nunca aparecerem os intérpretes de facto. Também me lembro de haver quem argumentasse, que assim até era melhor.

Alex: já te enviei um e-mail para o gmail com os links para descarregares as canções.

Tradição de Natal


Hoje é o dia do jantar de Natal cá do estaminé da labuta. Isto quer dizer que, cumprindo uma já longa tradição, neste dia saio mais cedo, com três ou quatro colegas escolhidos a dedo, para ir mandar umas tacadas no "Clube de Bilhar Águia d'Ouro" (que não tem nada a haver com o clube da águia de cobre!). Pelo meio, despeja-se umas imperiais. Convívio saudável. A partir das 17.00h, estarei, portanto, a manejar um taco e uma série de bolas, em público, e sem pudor. De seguida, tiveram a brilhante ideia de alugar um autocarro para levar e trazer a malta do jantar, o que é bem capaz de reduzir a sinistralidade em qualquer das duas pontes sobre o Tejo; ah, pois: o jantar é na outra banda.
A ver quando é que amanhã a coisa estará de novo estabilizada...

Alterações natalícias sonoras

Então vai ser assim: como me têm aparecido pedidos para os asteriscos sonoros, e como eu tinha dito que isto a partir de agora era para cumprir calendário e colocar músicas de Natal, decidi alterar a coisa um pouco:
aceito pedidos de canções durante a quadra, que serão, depois, emparelhadas por mim com uma canção de Natal. Ou seja: peçam uma canção (qualquer, até pode ser G.G. Allin), que, se eu tiver ou conseguir arranjar, coloco aqui, juntamente com uma de Natal. Os que tiverem e-mail ou mo fornecerem, recebem o link para fazer o download das canções - é o asterisco sonoro como prenda de Natal, a pedido e induvidualizado.
Dêem-lhe com gás, que já não são muitos dias.

Wednesday, 14 December 2005

Pontes

O asterisco sonoro de hoje é uma ponte. Porque o Pontinha sugeriu para a S. (olha, agora já faço de programa da rádio: "Eu queria ouvir o 'Óiunidislóve', para a Mariete Ivone"). Portanto, interrompendo as canções de Natal, mas num espírito natalício, vai uma canção colocada por um de Lisboa sentado em Lisboa, sugerida por um do Porto sentado no Porto, para uma do Porto sentada em Lisboa, em cujo blog, por sinal, anda um arraial de confusão entre uns de Lisboa e uns do Porto, e vice-versa. Nós, os asterisco, somos barras em fazer frases que só à terceira se percebem, não sei se já deram por isso.
Resumindo e concluindo, a culpa é do Pontinha, e ficam aqui os Duran Duran com a canção que ele sugeriu, o "Ordinary World".
Já hoje, a S. pediu-me outro asterisco sonoro, e como a destinatária é a mesma, e esta canção até tem um certo toque de arrraial natalício, aqui fica, também, o tema dos Marretas.

Bolas


Apesar de não ser, nem de perto nem de longe, grande adepto da bola, ontem oficializei a coisa: sou candidato a comprar quatro bilhetes para o mundial de futebol, mais especificamente, para o Angola - Portugal, em Colónia, a 11 de Junho.
É no que dá combinar as coisas com um maluquinho da bola:
- Se Portugal jogar em Colónia ou em Düsseldorf, 'bora lá, que dormimos em casa da minha mãe.
no seguimento disto, fui ontem ao site da FIFA reservar quatro bilhetes, que vamos emparelhados com as respectivas. Marquei o vôo para o dia 2 de Junho, com a volta para dia 18 (para nós), que, já agora faz-se uma fériazitas com os putos. Está bem que o bilhete da bola custa 60 (!) euros, mas, em contrapartida, os bilhetes de avião ficaram-se por 730 (para quatro pessoas), tudo incluido. Benditas companhias aéreas low cost. E bendita mãezinha que, ao saber disto hoje, decidiu tirar umas férias na mesma altura.

Tuesday, 13 December 2005

Estupidez (uma de muitas, de certeza)

Há tipos que não têm mesmo nada para fazer, e se põe a pensar nas coisas mais parvas...
Senão, reparem no que eu desenterrei hoje, durante o almoço, num dos meus raros períodos em que dei uma manivelada ao cérebro e ele pegou (mas ainda não sei para quê, porque se for para isto, nem vale a pena):
"descobri" que "ir 'com os porcos'" se pode abreviar por "ir 'c.o.p.", que, por sua, vez, em inglês, se tirarmos os pontos é calão para polícia, que, por sua vez, em terminologia mais pejorativa é referido como um "pig".
Para que diabo serve esta pérola de sabedoria ainda não descobri, mas fica aqui partilhada.

Black Christmas

Como já tinha ameaçado, esta semana começam os asteriscos sonoros dedicados ao Natal (mesmo que de maneiras não tão convencionais).
A primeira da série é dos Arrogant Worms, inserida nas canções-que-não-são-bem-de-Natal.
Por sinal, existe este site sobre o tema dos Natais miseráveis, quanto mais não seja para se dar uma vista de olhos quando se acha que a vida não podia correr pior.

Monday, 12 December 2005

Bandas sonoras

A Nana pediu, o asterisco cumpre (parcialmente): até amanhã ficam aqui dois asteriscos sonoros retirados do tempo áureo das bandas sonoras. Não consigo é pôr o Flashdance - sempre o detestei visceralmente. Mas fica outra, tirada do filme, do Michael Sembello. Depois, para quem sobreviver, pode dar-lhe no play, para bombar o Footloose do Kenny Loggins.

Bochechas e bolachas

- O que é que eu hei-de fazer para ganhar estas eleições, Maria?
- Ó Marinho, eu sei lá... E se falasses ao tipo da Marinha Grande?
- Qual tipo da Marinha Grande?
- Então, o que te deu um murro há vinte anos atrás, quando lá foste em campanha.
- Mas Marinha Grande? Onde é que isso fica? E em campanha para quê?
- Francamente, querido! Quando lá foste em campanha para a Presidência a primeira vez! Aquele que te deu um murro.
- Presidência? Presidência do quê?
- Deixa lá, Marinho. Dorme lá a tua sesta, que nós tratamos disso. Amanhã vais a Barcelos, não é?
- Barcelos?
...

Wednesday, 7 December 2005

4-dias-4


Eu bem sei que é tolerância de PONTO, mas qual era a graça de fazer uma brincadeira com um ponto? Além do mais, este dia sai-me do bolso, portanto: tolerância, os tomates.
Espero que tudo vos corra bem nestes quatro dias, e que na segunda-feira, na pior das hipóteses, esteja tudo como hoje, mas mais descansado.
Um bom feriado, um dia de trabalho montado num foguetão, se tiverem de trabalhar na sexta, e um grande fim-de-semana para todos.

Marcha-a-trás

Como naquela anedota do arrumador que ajuda um tipo a parquear o carro com "Venha, venha, venha, venha... agora saia e veja a merda que fez!", eu também vou voltar a engatar a marcha a trás, mas no tempo: nos asteriscos sonoros para estes dias, ficam dois temas velhinhos: uma da Gloria Gaynor e outro das Supremes. Para a semana, inicia-se um ciclo de canções de Natal (mas não como se possa pensar...).

Só agora reparei: se quiserem ser transportados para uma qualquer disco com programa dos anos 70, oiçam a primeira canção e olhem para o asterisco no perfil.

Tuesday, 6 December 2005

Pesadelo de Domingo à Tarde

Umas duas semanas após ter conhecido a "sua Etelvina", o Sr. Silva chegou à conclusão que o seu futuro cunhado era um atrasado mental. Isto não fala muito a favor do próprio Sr. Silva, porque demorou duas semanas a perceber que o irmão da sua mais-que-tudo tinha mesmo um atraso; o nascimento tinha demorado tempo a mais, o que tinha tido como consequência uma insuficiência de oxigénio para o cérebro, e nem o incentivo do seu pai para respirar sempre em grandes lufadas alterou o estado daí decorrente.
A consequência disso, é que o Sr. Silva, sempre que é preciso visitar o cunhado se desculpa com "eu não fiz o exame da quarta para que o teu irmão me pegue o bicho. Ainda saio de lá maluquinho!"
Seja como for, este Domingo lá se repetiu uma nova ida ao Sanatório "Mente Sã em Colete de Forças", desta vez para festejar o aniversário do Zé Manuel, irmão mais velho. Como todos os anos, a ocasião é precedida de uma semana de intensas preparações: para além do bolo favorito do irmão, a Sra. Silva leva a sua mãe às compras: para a prenda (este ano uma moldura falante com a fotografia das duas; à quinta vez, a Sra. Etelvina lá consegue deixar um "Lembra-te que a mãe te ama muito, sempre", sem irromper em convulsões, que a culpa do parto ainda a persegue) e para comprar uma roupinha para estrear, para as duas. Ainda houve umas vezes que o Sr. Silva argumentava que "o maluquinho nem dava por isso", mas, às tantas, a Sra. Silva impôs-se com alguma persuasão decibélica, e, hoje em dia, o Sr. Silva já só protesta em surdina. Assim foi, outra vez, este ano: houve algum murmurinho da parte dele, quando incentivado a desembolsar 150 Euros sob um olhar que se poderá considerar portador de uma mensagem do género "lembra-te daquela vez", mas mais não.
Aliás, o Sr. Silva aprendeu a aproveitar o melhor destas idas, sobretudo desde o aparecimento da TV Cabo: a ida ao "anormal" é precedida da compra de duas grades de minis, o pagamento das mensalidades em atraso da SportTV (e dos "outros canais", mas desses só ele sabe...), a Sra. Etelvina é obrigada a lavar o fato de treino (Mike Davis, 100% Terilene) e os putos comem os restos do conteúdo do frigorífico durante uma semana, para criar espaço para as minis.
Chegado o dia, o Sr. Silva já melhorou o seu humor (apesar de ainda grunhir sobre a compra da roupa: "137 órios para embrulhar a velha em preto!"), tendo em conta que se prevê uma tarde em cheio - dá o "Olivais e Moscavide vs. Picheleirense Orgulho FC" na "télévisão" e as minis estão fresquinhas, o que foi satisfatoriamente comprovado ao pequeno-almoço, recorrendo a amostras pontuais.
A família ainda é acompanhada à soleira da porta, onde se efectuam as despedidas: a mulher leva um beijo e um conselho amigável - "Vê lá, não me apanhes nada e apareças por aqui a babar, que depois ainda tens de fazer o jantar!" - a sogra é avisada, de dedo em riste, que "até que podia lá ficar, a fazer companhia ao maluquinho...", enquanto o Zé Leonardo é avisado que "depois, é direitinho para casa, meu ganda malandro: nada de ir ter com a namorada, nem essas porcarias!" e ao Zé Francisco é tirado o Action Man com a bazuca, com as palavras "Deixa lá a merda da boneca, raio do puto, que um dia ainda te apanho de mão dada a outro gajo" seguido de um calduço e um pontapé.
Com cinco horas de liberdade adquirida, o Sr. Silva dirige-se para a sua poltrona, devidamente aproximada da televisão, que se o médio ofensivo não marca, é preciso poder dar-se um murro nela.
Após convenientemente refastelado na poltrona, o Sr. Silva prepara-se para se deixar ser invadido por o quer que seja que algum obscuro manipulador de botões num estúdio tenha decidido: dois minutos e trinta e quatro para ajustar as partes baixas em combinação perfeita, três minutos para se levantar e ir à cozinha trazer a primeira grade de minis, outros dois para voltar a justar o "material", um minuto para ir buscar o tira-cápsulas, minuto-e-meio para voltar a ajustar tudo e dez segundo para abrir a primeira e a segunda mini.
"Cento-e-trinta ório!! Parece impossível!!! Anda um gajo a trabalhar para estoirarem as massas assim!! Ainda o ano passado, tive de targar 75 órios nuns sapatos prá Etelvina. Assim, não chega prás minis, caraças!"
Duas horas, três golos do Olivais e Moscavide, e uma grade de minis depois, o Sr. Silva está ainda inconformado com os gastos da esposa, e agora mais inflamado, que as cervejas e a derrota do Picheleirense Orgulho FC deixaram mossa. Mossas subsistem, também, na televisão, que depois do apito final do imparcial decidiu também ela fazer "piiiiiuuuuuuuuuu", e desfaleceu: "Olha-me esda merdda, gue nom me áuguenta nem gom um soquito! Mach e agora, vaço o quê? Hã? Izdo vai cusdar uma piba de massa, ó se vai! Cento-e-drinta órios!!! Barece imbossível!!!".
Pesada e vagarosamente, o Sr. Alberto Silva levanta-se da sua poltrona, coça-se em vários locais e dá um pontapé na grade da minis, em direcção à cozinha, que já não lhe parece estar numa linha recta do seu lugar, mas, mesmo assim, chega lá. Vinte e dois minutos depois, encontra-se o Sr. Silva de novo na sala, de gatas, que foi a única maneira de arrastar a segunda grade de minis fresquinhas até lá.
"Héééé láááá! Izdo é mais pesado! Devvve ser a grade de blástico esbecial. Ora vamozzz lá alizd... agili... aligir... pôr izdo mais levejinho..." - pop, pch, glubglubglub.
"Chendo e tal órios! E agora a delevijão, hããã? E não fach diferenza nenhuma! Compram aguelas coisas todas, e ficam iguaich! Ora vamch lá!"
Enfia duas minis no sovaco, pega noutras três entre os dedos da mão direita, e dirige-se para o quarto de casal, onde larga as garrafas, que agora tem de ir, com a urgência que o estado lhe permite, à casa de banho. Graças a Deus, o bidé não fica muito longe da sanita, o que diminui consideravelmente o estrago infligido ao chão. De volta ao quarto ("Psh. Lavar az mãos? Puquê? Izdo tá limpinho, hã? Eu sei onde medo izdo, ó carazas..."), o Sr. Silva abre o guarda roupa, de onde o contemplam dez anos de batas (de padrões vários), o vestido de casamento (que ainda conseguiu ser aproveitado para o baptizado do mais velho, depois de devidamente alterado), um vestido preto com lantejoulas verdes (para ocasiões especiais), um casaco e saia preta e azul (chumaços extra nos ombros, que foi comprado algures para o fim dos anos 80) e a saia de padrão escocês com casaco preto, que fora, precisamente, a roupa comprada há exactamente um ano, por alturas da "visita ao anormal".
Após um tempinho dedicado a reequilibrar-se e a despejar uma mini, o Sr. Silva arranca estes últimos do armário, olhando longamente para eles "Berfeidamende bom. Não pchebo porgu'é que foram combrar vechtidoch novoch. Cendo e drinta e muitoch órios!!! Pchchchch...". Atira com a roupa para cima da cama, e tira o vestido preto e verde do armário. "Pffff... E ainda tem echte aqui! 'Tá bom!! A ver..."
Despeja mais uma mini, e procede a retirar as suas roupas, o que, apesar da simplicidade de descascar um fato de treino ser enorme, é tarefa para algum tempo, sobretudo se se tenta despejar uma mini pela goela, simultaneamente.
Já em slips e camisa interior de alças, o Sr. Silva procede ao teste final (de quê, já ele não se lembra, mas agora é uma questão de descobrir quem tem razão, independentemente de também já não se saber sobre o quê): com alguma dificuldade, enfia os dois pés pelo topo do vestido e puxa-o por si acima. Após colocadas as mangas, observa-se ao espelho: "Berfeitamente bom!! Cherve a mim, cherve a ela. Cento e drinta órios belo cano abaixo!!! Falando nicho, denho que ir dar uma mija...", e dirige-se, de novo, à casa de banho. Acontece, no entanto, que vestidos pretos com lantejoulas verdes para "ocasiões especiais", não são feitos para permitirem grande mobilidade a homens razoavelmente ébrios, e as minis espalhadas no chão não ajudam. Ao terceiro passo, o Sr. Silva coloca o pé em cima de uma delas, o que o propele numa pirueta dupla seguida de um Axel triplo, dignos de qualquer ginasta russo. Na aterragem, bate no canto da cama com a cabeça, o que tem o condão de o pôr inconsciente.
Uma hora, trinta e dois minutos e vinte e cinco segundos depois, acorda, com uma dor de cabeça terrível. À porta do quarto está o resto da família Silva, boquiaberta, sendo que a Sra. Felismina, dilecta sogra, se prepara, por sua vez, para ficar inconsciente.
O fato preto e verde está inutilizado, devido à amplitude de abertura de pernas a que foi sujeitado, o sangue que escorreu abundamtemente do lenho na cabeça do Sr. Silva e pelo facto de este não ter podido ir à casa de banho.
O José Leonardo colapsa num riso histérico, enquanto que o Zé Francisco fica a olhar para o espectáculo, a tentar perceber a diferença entre o pai de vestido preto e verde-brilhante e o seu Action Man de farda verde-azeitona e bazuca às costas.
A Sra. Silva ainda não se conseguiu reapanhar da visão, e só sobe e desce o queixo.
O Sr. Silva, ciente que a situação é periclitante, e já substancialmente mais sóbrio devido ao choque, lá põe o cérebro a trabalhar, para ver se se safa desta "Fomos assaltados!!! Deram-me uma marretada na cabeça e entraram por aí adentro!!! Tu, puto, pára de te rir es, ou levas uma arrochada que nem amanhã te endireitaste!! Gamaram-me as minis quase todas! Puseram-me neste vestido para eu não me poder mexer!! Juro! É verdade!!"
"Mas, ó Alberto, assaltaram-te para te roubar as minis? E entraram por onde? Está tudo fechado!"
"Voltaram a fechar tudo depois de saírem! Juro! Puto, ou te calas, ou levas um chuto que nem com um pé de cabra te tiram da parede! Olha, olha!! A televisão está partida! Devem ter sido eles!! Não a roubaram porque deve ter avariado naquele momento!!"
"Mas beberam as minis aqui?! Porque é que não as levaram?!"
"Provas!! É isso! Provas! Assim ninguém os vai encontrar com o produto do roubo!! É isso!! Gatunos, malandros! Puto, 'tás aqui, tás no Rossio!!!"
A Sra. Felismina, entratanto, já se recompôs, e o seu olhar promete retaliações, caso o seu genro não mude de atitude perante ela, pelo menos até ao dia da sua morte. Dele ou dela, a que acontecer primeiro, que a esperança é sempre a última. O Zé Francisco, após o tempo de reflexão, decide que o pai lhe vai ter de oferecer outro Action Man, dê por onde der. O Zé Leonardo rola para trás, em direcção ao seu quarto, que o pai começa notoriamente a ficar incomodado com o riso histérico dele.
A Sra. Silva leva o esposo para a casa de banho, onde é confrontada com uma situação muito pouco higiénica, comentada com "Os malandros! Vês Etelvina, nem o óculo da sanita levantaram, nem baixaram a tampa! Porcos! Gatunos! Aaaaiii!".
Após feito o curativo ao Sr. Silva, que pelo meio ainda lhe promete que para a semana a leva de automóvel ao Colombo, para comprar um vestido novo, e que não vale a pena contar nada disto a ninguém, que senão os gatunos ainda voltavam para se vingarem, e que lhe apetecia era mesmo uma mini, a Sra. Silva põe-se a deitar fora as minis vazias espalhadas pela casa e o seu vestido favorito. Depois, com o marido já instalado na poltrona, a segui-la com o olhos para todo o lado, miserável, mas não incapacitado ao ponto de não poder segurar uma mini, vai limpar os estragos no quarto e na casa de banho. Pelo meio, ainda manda um raspanete ao filho mais velho, que se diverte a pôr a cabeça de fora do quarto e a explodir num riso incontrolável quando a vira para o pai.
Já de noite, por alturas de se deitarem, ela vira-se para o marido: "Olha lá, eles achavam que te conseguiam imobilizar com o meu fato? É que estava em cima da cama..."
"Mulher, eu sei lá o que é que eles queriam! Nem tive tempo para pensar nisso!"
"O que é que queres dizer com isso, Alberto?"
"Quer dizer, eeehh... não sei o que eles queriam, nem parei para descobrir, percebes?"
"Hmmmmm... Seja como for, para o ano, vens conosco ver o meu irmão. Deixar-te aqui sozinho é perigoso demais, podem-te assaltar outra vez, e eu já não tenho vestidos. Já agora, Alberto, sabes uma coisa? Não queres pôr aquela minha bata às riscas cor-de-rosa e brancas e verde claras? É que, não sei porquê, aquilo de te ver com o vestido, deixou-me assim como que de modos, sabes..?"
"Mas, mas... Oh. Que se lixe..."
Do quarto do Zé Leonardo ainda se ouvia risos.

Palco sonoro silvestre

Hoje, nos asteriscos sonoros, uma musiquinha para acompanhar a nova desventura do Sr. Silva, que vai fazer a sua aparição mais ao finzinho da tarde. Isto porque a Pinky só tem net à noite, e assim a publicação no blog dela não fica com tanta diferença para a aparição daqui.
Não são, nem de longe nem de perto, dos meus grupos favoritos, mas tropecei nisto e achei que era mesmo adequado para acompanhar a história. Ficam por aqui, portanto, os Blur, com "Boys and Girls".
Podem ir-se ambientando com isto, até aparecerem os Silvas (desta vez ainda mais centrados no "chefe de família"). Para já, todos os culpados da história de mais logo:
Em primeiro lugar, a Pinky, que sugeriu a ideia vencedora de entre 19 outras. E se achavam que, por terem perdido a votação, estavam safos de aqui aparecerem, tirem o cavalinho da chuva: as restantes ideias que foram a votos vieram da 1entre1000's, da Alex, da B-Good, da Balzakiana, da Bzz, da Just me, da Lisa, da Miss Caipira, da Nana, da S., da Viuva Negra, do Anus Nimous, do Míscaro e do Senador. Há uma pequena alusão, no meio da história, a uma ideia do Míscaro; fica aqui o seu a seu dono.
A Pinky, como vencedora, teve a mui dubiosa honra de co-autoria deste texto (que foi factual, incluindo no título) e, se for totalmente desprovida de bom-senso, vai publicá-lo no blog dela.
Um muito obrigado a todos que deram sugestões e votaram nelas. E agora aguentem-se à bronca, que se quiserem ler como descalçamos a bota, ainda vão ter de esperar um pouco - para já, fiquem-se pelos Blur.
Mais uma vez, muito obrigado a todos pela ajuda nesta tentativa de auto-imolação.

Ex-aequo

Já que existe o Nobel ex-aequo, e graças à Alex, que mencionou este artista, fica aqui o outro vencedor do Prémio Nobel da Estupidez: o príncipe Harry de Inglaterra, terceiro na linha de sucessão ao trono. Esta fotografia foi tirada a 8 de Janeiro numa festa dum amigo, duas semanas antes da Rainha Isabel (sua avó, portanto) presidir às cerimónias de evocação do holocausto. Este é capaz de ser um pouco mais estúpido...
Mais uma vez: obrigado, Alex.

Monday, 5 December 2005

Correnta alterna / corrente contínua

Para hoje, nos asteriscos sonoros, mais uma ida ao passado, com os AC/DC. O que isto dava para pontapear...

Existe?

E o Prémio Nobel da Estupidez vai para:

Friday, 2 December 2005

Panorâmica


Desta vez em Cinemascope, que pelo aspecto do céu, ainda me parece ser das melhores coisas para fazer durante estes dois dias.

Tradizione

Já que outro dia escrevi um post sobre a tradição do Natal (importada da Alemanha) lá em casa, fica aqui mais uma: à conversa com uma italiana sobre este tema, ela achou incrível que em Portugal se montasse o presépio tão cedo, sobretudo porque se incluía o menino Jesus. Na lógica dela (e penso que de alguma população italiana - pelo menos percebi que era), o menino só nasce na noite de 24 para 25, portanto só aparece no presépio a 24, ponto final. A mãe dela montava o presépio algum tempo antes da véspera de Natal, mas só nesse dia é que lá punha o menino Jesus. O que eu achei mesmo giro, é que o Reis Magos eram postos numa ponta da sala e todos os dias eram avançados mais um pouco em direcção ao presépio!
Eu ainda lhe perguntei se Maria ficava de pé e se depois, chegado o dia 24, era deitada de pernas abertas e se era dado um charuto a José no dia 25, mas isso, parece que não.
Agora a sério: Deus nos livre, que um/a italiano/a consiga superar o pedantismo dum alemão, portanto faço aqui a minha (atenção, Crow!) adenda: os três Reis Magos chegaram atrasados para o nascimento. Quem chegou a tempo foram os três pastores.

Mais regressos

No seguimento de um novo regresso ao passado dos asterisco sonoros, ficamos por lá este fim-de-semana, com uma dose dupla. Apesar de que, se se dissesse que esta canção acabou de sair, muita gente até acreditava. Tantos que sofreram quando isto tocava e eu estava por perto: nos asteriscos sonoros, em primeiro lugar, Les Rita Mitsouko. Se clicarem no link, vão ter a uma biografia do grupo, que, no entanto, não refere uma particularidade: a cantora era actriz pornográfica, e ainda o foi enquanto já gozava (ai, o jogo de palavras) de alguma popularidade com a música (sobretudo na Europa Central e Inglaterra). Lembro-me de ler uma entrevista com ela, na qual ela afirmava que enquanto pudesse e lhe apetecesse, continuava com as duas carreiras. Eventualmente, e por via das circustâncias, ficou-se pela música. C'est comme ça.
Em segundo lugar, os Drop Nineteens, que, já que estamos a aproximar-nos do Natal, ficam aqui a declamar que alguém é um anjo. A ingenuidade, coitadinhos.

Relato

Depois de uma semana fraquita, da minha parte, em actividades por estes lados, devido a factores que não pude influenciar tanto quanto gostaria, serve este post só para avisar (fujam, fujam), que a Pinky já recebeu, por estas alturas e se não foi rejeitado pelo servidor de e-mail, a história nova dos Silvas, acabada, já com alterações que ela sugeriu aquando do envio do início da história. Como hoje até nem houve assim tanto para fazer por estes lados, lá deu para acabar o bicho. Meteram-me cá numa alhada, caraças...
Mas eu vinguei-me, que para saberem como é que descalçamos a bota têm muito que ler.
Pelo meio, e graças aos amigos da Amazon, chegaram por estes lados o E.P. do "Hypnotize" dos System of a Down e o álbum correspondente (chama-se "Hypnotize", vejam lá), que foi gravado ao mesmo tempo do "Mesmerize", do qual já aqui postei alguns barulhos. Para além desses, bateu nesta mesa já amplamente divulgada pela blgosfera o último dos Cold (que também já foram audíveis por estes lados): "A different Kind of Pain". Depois, o primeiro dos Bloodhound Gang, que me faltava, mas ao mesmo não fazia muita falta - não vale grande coisa. Em último, "Talk is cheap - Volume 1" do Henry Rollins (mais um spoken word dele), o que quer dizer que ainda vou ter de desembolsar por mais três, que são quatro volumes. O que vale, é que só custam 7 órios e tal cada um. Nas palavras dele:
I reckon ten bucks is a pretty good price.
The price can also be an indicator as to how much CDs really cost to make and could possibly raise questions as to why they can be so expensive in stores these days. And, like the title suggests, talk is not exactly worthless, but should not be overpriced.
Pelo meio ainda me ofereceram um CD dos portugueses Spoils of War, chamado "Buried alive", com as palavras "Deram-me isto, perguntei por aí e disseram-me que gostas destas merdas. Toma lá." Epá, um CD é um CD. Obrigadinho.
De resto, dá para perceber que os meus phones chegaram ao fim da semana a fumegar. O que os safou foi o feriado. E a mim também, por sinal.


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